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Aplicador do Enem teria vazado foto da prova, diz ministro

Apesar do vazamento, o ministro classificou o primeiro dia da aplicação de prova como "tranquila"

Abraham Weintraub: a gente vai atrás de absolutamente tudo para que essa pessoa pague pela má-fé e falsidade (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de novembro de 2019 às 07h05.

Última atualização em 4 de novembro de 2019 às 07h15.

São Paulo — O  ministro da Educação, Abraham Weintraub , afirmou que a foto com o teor da prova do Enem que v azou no início da tarde deste domingo, 3, não provocou danos ao exame e, em sua avaliação, não abrirá brechas para pedidos na Justiça para a anulação da prova.

Análises feitas até o momento, de acordo com ele, indicam que o vazamento teria sido provocado por um aplicador de provas que, notando a ausência de três candidatos, teria aberto os cadernos e fotografado.

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Weintraub disse esperar que rapidamente a pessoa envolvida seja encontrada. Questionado sobre quais seriam as penas que o autor do vazamento estaria submetido, o ministro afirmou que a intenção seria "escangalhar ao máximo a vida dele". "A gente vai atrás de absolutamente tudo para que essa pessoa pague pela má-fé e falsidade", disse.

Apesar do vazamento, o ministro classificou o primeiro dia da aplicação de prova como "tranquila". Neste domingo, 376 candidatos foram eliminados, por descumprir as regras que estavam expostas no edital, como portar celulares.

Weintraub e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, disseram estar satisfeitos com o conteúdo das questões. Neste ano, não houve temas relacionados, por exemplo, à ditadura militar.

Questionado sobre a ausência destes temas, Weintraub admitiu que havia uma recomendação para os formuladores do exame de evitar polêmicas. "O conteúdo das questões não vou comentar", disse, para mais tarde completar que somente neste domingo teve conhecimento das questões.

Weintraub afirmou ainda que a orientação era fazer uma prova de forma a selecionar pessoas mais qualificadas. "O objetivo não era dividir, doutrinar, é selecionar as pessoas mais capacitadas."

O presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que uma das questões, de uma quadrilhista surda, era uma homenagem à Michelle Bolsonaro.

Weintraub afirmou ainda que a prova era a "cara" do presidente Jair Bolsonaro. "Foi com menor custo nominal e mais baixo aparentemente de problemas", disse.

O primeiro dia de prova do Enem apresentou uma das mais baixas abstenções da história, de acordo com a informação do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Dos 5,095 milhões de inscritos, 3,92 milhões compareceram à prova. A abstenção ficou em 23,7%. A expectativa, no entanto, é que o número aumente no próximo domingo, quando será realizada a segunda etapa da prova.

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