Alvo de nove investigações, Aécio pode ser tornar réu
ÀS SETE - Nesta terça-feira, o STF avalia a denúncia contra o senador, que investiga o recebimento de propina de executivos da J&F
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2018 às 06h31.
Última atualização em 17 de abril de 2018 às 07h11.
O Supremo Tribunal Federal volta a ser protagonista do mundo político nesta terça-feira. A Primeira Turma da Corte avalia a denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que investiga o recebimento de propina de executivos da J&F.
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O repasse de 2 milhões de reais foi revelado na esteira de depoimentos de Joesley Batista à Procuradoria-Geral da República e de ações controladas da Polícia Federal.
Se aceita a denúncia, Aécio se torna réu pela primeira vez, pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça.
A denúncia foi um dos últimos atos do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, em junho do ano passado. Aécio foi pego em áudio gravado por Joesley Batista requisitando 2 milhões de reais.
A Polícia Federal também descortinou a entrega do dinheiro, em espécie, ao primo do senador, Frederico Pacheco. Nesta mesma denúncia, são investigados também Mendherson Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), que também é flagrado recebendo uma mala com parte do dinheiro entregue pela J&F, e Andrea Neves, irmã e braço direito de Aécio.
O trio chegou a ser preso preventivamente na Operação Patmos, desdobramento da Lava-Jato, mas foi liberado cerca de um mês depois. Aécio teve a preventiva negada, pois seria necessária aprovação do Congresso para detê-lo.
Foi determinado o afastamento do senador de seu mandato, mas a medida também foi revertida em polêmico julgamento do Supremo e posterior chancela dos parlamentares.
A tendência é que a Primeira Turma aceite a denúncia. Ontem, Aécio publicou artigo no jornal Folha de S. Paulo dizendo-se “ingênuo” e arrependido de “erros”, mas inocente de eventuais ilegalidades.
Diz que a gravação de Joesley foi criminosa e não deveria ter aceitado o dinheiro em espécie para um suposto empréstimo para pagamento de honorários advocatícios.
Diz também que não houve contrapartidas em sua atuação política que caracterizassem corrupção, mas não rebate a versão dos delatores. Quem sabe agora chegou a hora de se explicar Justiça.