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Alckmin em festa de 30 anos do PSDB: Fase não é de "gastação" de dinheiro

A festa tucana se resumiu a um filme em que foram mostrados os momentos importantes do PSDB, além de um discurso do ex-governador de São Paulo

Geraldo Alckmin: "Eu não sou festeiro, sou prático" (Adriano Machado/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de junho de 2018 às 20h00.

Brasília - O PSDB comemorou nesta terça-feira, 26, seus 30 anos com um ato político esvaziado, marcado pela ausência de tucanos de peso, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-prefeito João Doria, pré-candidato ao governo de São Paulo.

A celebração ocorreu no fim da reunião da Executiva Nacional do PSDB , em Brasília, na qual foi aprovada a destinação de 30% do Fundo Eleitoral do partido para campanhas de mulheres.

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A festa tucana se resumiu a um filme em que foram mostrados os momentos importantes do PSDB, além de um discurso do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin , presidente da legenda e candidato ao Palácio do Planalto.

"Foi uma coisa singela. Foram todos convidados, mas essas coisas dão trabalho, vir para Brasília, sabe como é...", disse Alckmin, ao ser questionado sobre os motivos do não comparecimento de FHC, de Doria e até mesmo de ex-presidentes do partido na cerimônia realizada em um hotel de Brasília.

Logo em seguida, porém, o ex-governador afirmou que o partido também precisa economizar. "Eu não sou festeiro, sou prático. Não estamos em fase de gastação de dinheiro, mas o filme presta uma homenagem a todos eles", emendou.

No vídeo, Alckmin diz que nos últimos dez anos o País andou para trás. "Chegou a hora de o Brasil dar um novo salto", afirmou ele, em tom de campanha. Mais tarde, em discurso, o ex-governador admitiu estar em busca de aliados.

"Uma andorinha só não faz verão. Não é aliança para ganhar eleição de qualquer jeito, mas para governar", argumentou, ao prometer que, se eleito, encaminhará rapidamente ao Congresso, em janeiro de 2019, as chamadas "reformas estruturantes", como a tributária e a da Previdência.

Réu da Lava Jato, acusado de corrupção passiva e obstrução da Justiça, o senador Aécio Neves (MG), ex-presidente do PSDB, aparece apenas de passagem no filme sobre os 30 anos do partido, bem mais jovem e ao lado do avô Tancredo Neves. Um locutor em off diz ali que o PSDB é "o resultado de uma soma de biografias nunca repetida na história do Brasil".

Na quinta-feira, Aécio participou de um jantar na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A possibilidade de substituir Alckmin por Doria na chapa presidencial do PSDB, unindo o MDB e o DEM em torno desse novo candidato, foi o principal prato do encontro, que também reuniu o presidente Michel Temer e o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco.

O governo, a cúpula do MDB e setores expressivos do DEM têm simpatia por Doria, mas, apesar dos problemas enfrentados por Alckmin - estagnado nas pesquisas de intenção de voto -, a mudança de candidato é considerada remota.

Ao ser indagado pela reportagem, nesta terça-feira, sobre o que achou da reunião na casa de Maia, fora da agenda oficial, Alckmin abriu um sorriso. "Santo Antônio de Pádua já dizia: 'Quando não puder falar bem, não diga nada'", respondeu ele, lembrando frase usada por seu pai.

Executiva

Além de aprovar que, no rateio do Fundo Eleitoral, 30% dos recursos de campanha devem ir para candidatas mulheres, a Executiva Nacional do PSDB também decidiu, nesta terça, como será a divisão do dinheiro entre todos os concorrentes.

Do total de R$ 185,8 milhões do fundo reservado ao PSDB, aproximadamente, R$ 43,3 milhões serão destinados ao candidato a presidente, outros R$ 43,3 milhões a governadores e senadores e mais R$ 43,3 milhões a deputados federais e estaduais. A maior fatia, na prática, ficará com as mulheres, que receberão cerca de R$ 55,7 milhões.

Doria reclamou da divisão, sob o argumento de que São Paulo deveria receber um valor proporcional à sua população. "A ideia é (a distribuição) ficar em torno de 30% a 35% do teto. Não tem diferença. Com o Estado grande, o teto é grande", disse Alckmin.

Com dificuldades para obter apoio do DEM, o ex-governador conversou nesta terça-feira com o senador José Agripino (RN), que comandou o partido até março, e ouviu dele um relato sobre os problemas para a união entre as duas siglas no primeiro turno da disputa.

"Eu disse ao Alckmin que o DEM guarda por ele muito apreço, mas consenso não há", afirmou Agripino Maia. "Deixei claro que a decisão será tomada mais adiante, com base na maioria. "Até agora, o bloco formado por DEM, PP, Solidariedade e PRB está rachado sobre qual nome avalizar para a Presidência. Nos últimos dias, muitos manifestaram preferência por Ciro Gomes, pré-candidato do PDT. Nada, porém, está fechado".

Alckmin será recebido em jantar por integrantes do bloco de centro, liderado pelo DEM, na próxima terça-feira, em Brasília. Antes, no dia 28, ele lançará na internet uma plataforma interativa, com o objetivo de angariar sugestões para o programa de governo participativo. O projeto está sendo custeado por uma "vaquinha virtual".

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