São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deve vetar nesta terça-feira a lei que pretende criar vagões exclusivos para mulheres em trens e metrô do estado, na tentativa de diminuir os casos de assédio no transporte coletivo.
O projeto foi aprovado na Assembleia Legislativa no início do mês, mas a Secretaria de Transportes Metropolitanos do governo emitiu parecer contrário à medida, segundo a assessoria de imprensa do órgão.
O documento considera inviável a implantação do chamado “vagão rosa” devido ao grande volume de usuários nos horários de pico, baseado em testes realizados no Metrô de São Paulo .
Alckmin anunciará seu posicionamento às 16h de hoje, em evento oficial no Palácio dos Bandeirantes. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ele já teria decidido pelo veto, embora a assessoria de imprensa ainda não confirme a informação.
O documento enviado pela Secretaria de Transportes ao governo também considera que o vagão exclusivo infringe o direito à livre mobilidade, promovendo a segregação entre gêneros.
Outro órgão ligado ao executivo estadual, o Conselho Estadual da Condição Feminina - subordinado à Secretaria de Relações Institucionais -, também é contra a criação do vagão rosa. Grupos feministas foram convidados pelo conselho para acompanhar a decisão do governador nesta tarde.
Outras cidades
Desde o começo deste ano, a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom) em São Paulo prendeu pelo menos 33 homens que se aproveitavam da superlotação para abusar de passageiras. Mas o problema é muito maior, uma vez que várias vítimas não denunciam os agressores.
Outras cidades brasileiras já aderiram ao vagão rosa. No Rio de Janeiro, por exemplo, a medida foi implantada em 2006. Em Brasília, os vagões exclusivos funcionam há nove meses, e há relatos de mulheres que se sentem mais seguras ao utilizá-los.
A principal crítica dos movimentos feministas, no entanto, é que a segregaçãoencoraja o comportamento do agressor e pune a vítima. Os grupos acredibtam que só uma política ampla de conscientização e debate pode resolver o problema.
A campanha #VetaAlckmin chegou a ser criada nas redes sociais e algumas manifestações também foram realizadas.
- 1. Você notou?
1 /10(Foto: Abr)
São Paulo - O
Brasil se tornou um país mais moderno nos últimos 10 anos e adquiriu - ou aumentou - hábitos vistos com escalas diferentes em todo mundo. É o que mostra o estudo "
Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2013 ", lançado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (
IBGE ) e que compara os anos de 2002 e 2012. A geração canguru, por exemplo -
jovens com mais de 25 anos que permanecem morando com os pais - aumentou, assim como a quantidade de pessoas que vivem sozinhas. E as
mulheres hoje passam menos tempo cuidando de casa (mas ainda fazem isso bem mais que os homens). Muitas destas mudanças são claramente percebidas pela
população - estão relacionadas à estabilização econômica e à consequente entrada de milhões de pessoas no
mercado de trabalho formal - outras exigem a comprovação de pesquisas e números, o que pode ser visto nas imagens a seguir.
- 2. Jovens não saem de casa tão cedo
2 /10(Paul Kane/Getty Images)
Geração canguru é o termo que se dá para o grupo de
jovens entre 25 e 34 anos que ainda moram na casa dos pais. Segundo o IBGE, este prolongamento da convivência entre
pais e filhos é um fenômeno que vem crescendo cada vez mais. Em 2002, a proporção de pessoas nessa faixa etária que ainda morava com os pais era de 20%. Em 2012, passou para 24%, sendo que 60% deles são homens. Os motivos que levam a prolongar a estadia sob teto familiar, segundo o IBGE, são muitos e vão desde o laço emocional a razões financeiras.
- 3. As mulheres já não ficam tanto tempo cuidando de casa
3 /10(Marina Piedade / Manequim)
Um efeito da maior participação das mulheres no
mercado de trabalho é a redução do tempo gasto com os afazeres domésticos: elas diminuíram em duas horas por semana o tempo presas a esses serviços. Segundo o IBGE, em 2012, as jornadas femininas no lar eram de 20,8 horas, duas a menos que em 2002. No período, nada mudou para os homens, que mantiveram as 10 horas dedicadas à própria casa. Somadas as horas da jornada doméstica com a jornada no trabalho (42,1 horas deles contra 36,1 horas delas), vê-se que as mulheres ainda são mais sobrecarregadas que seus companheiros.
- 4. Ter filhos ficou para mais tarde
4 /10(Getty Images)
A maternidade ainda pode ser o sonho de muitas mulheres, mas fica a cada dia para mais tarde. Enquanto em 2002 32,2% das mulheres entre 25 e 29 anos não tinham filhos, em 2012, esse indicador subiu para 40,5%, o que mostra que crianças estão ficando para depois dos 30. Entre as mulheres mais velhas, 11,8% chegam a faixa etária de 45 a 49 anos sem ter filhos.
- 5. Tem mais gente morando sem companhia
5 /10(Divulgação/Imovelweb)
Uma mudança importante na formação dos lares brasileiros é o crescimento das pessoas que vivem sozinhas. Em 2002, elas representavam 9,3% dos domicílios. Dez anos depois, este número chega a 13,2%. Segundo o IBGE, este crescimento é consequência principalmente da queda da fecundidade e do envelhecimento da população. É curioso notar que esta parcela da população que opta por viver só se distribui de forma diferente pelo país: no
Norte , por exemplo, a maior parte são homens, enquanto no Sudeste e no Sul, há mais mulheres vivendo sozinhas.
- 6. Crianças vão para escola cada vez mais cedo
6 /10(GettyImages)
Um grande avanço no caminho da universalização do ensino no Brasil é o fato das
crianças estarem começando a estudar mais cedo - não é preciso esperar mais os 5 ou 6 anos. De acordo com dados do PNAD 2012, o acesso à educação infantil foi um dos que mais cresceu na última década. A proporção de crianças de 0 a 3 anos que frequentavam a escola disparou de 11,7% em 2002 para 56,7% em 2012. O grupo de 4 a 5 anos na escola cresceu de forma igualmente impressionante, passando de 21,2% para 78,2% no período.
- 7. O dinheiro no bolso aumentou (de verdade, não só para repor inflação)
7 /10(USP Imagens)
Nos últimos 10 anos, o crescimento do
rendimento real da população de 16 anos ou mais cresceu 27,1%. Segundo o IBGE, esse dado é uma das formas de avaliar se o crescimento e a formalização do mercado de trabalho significou também melhores remunerações aos trabalhadores. O aumento real foi maior entre os trabalhadores informais (31,2%). Para a parte da população empregada em empregos formais, crescimento foi de 13,6%.
- 8. Mais pessoas trabalham com carteira assinada
8 /10(Marcello Casal Jr/ABr)
Com a estabilização da economia brasileira nos anos 90, o mercado de trabalho formal cresceu substancialmente. Entre 2003 e 2012, o Brasil viu o número de
empregos formais saltar de 29,5 milhões para 47,5 milhões - um crescimento de 60%. Os setores de construção civil, comércio e serviços foram os que lideraram este aumento na oferta de trabalho.
- 9. Menos gente vivendo sem esgoto
9 /10(Agência Brasil)
Uma forma de medir a melhora da qualidade de vida do brasileiro é pelo acesso a
saneamento adequado, algo em que o Brasil não é exatamente um exemplo mundial. Entre 2002 e 2012, o número de domicílios urbanos que tinham acesso a todos os serviços públicos adequados cresceu 7,3 pontos percentuais, passando a 70,3%.Segundo o IBGE, o conceito de saneamento adequado engloba um conjunto de serviços que devem ser prestados aos domicílios simultaneamente: abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário ligado à rede geral - ou fossa séptica, simplesmente - e coleta de lixo.A mudança é mais notável ainda nas classes mais pobres. Para a classe com rendimentos de até meio salário mínimo per capita, o acesso a saneamento saltou de 38,4% para 51,7% em 10 anos.
- 10. Agora, veja como se espera que seja nosso país daqui quase 50 anos
10 /10(Mario Alberto Magallanes Trejo/ stock.xchng)