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Com polêmica, Alckmin deve vetar hoje vagão rosa

Lei que reserva vagões do metrô e CPTM para uso exclusivo de passageiras foi questionada por órgãos governamentais e grupos feministas

Vagão rosa: mulheres embarcam em carro exclusivo no metrô de Brasília (Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2014 às 13h59.

São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deve vetar nesta terça-feira a lei que pretende criar vagões exclusivos para mulheres em trens e metrô do estado, na tentativa de diminuir os casos de assédio no transporte coletivo.

O projeto foi aprovado na Assembleia Legislativa no início do mês, mas a Secretaria de Transportes Metropolitanos do governo emitiu parecer contrário à medida, segundo a assessoria de imprensa do órgão.

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O documento considera inviável a implantação do chamado “vagão rosa” devido ao grande volume de usuários nos horários de pico, baseado em testes realizados no Metrô de São Paulo .

Alckmin anunciará seu posicionamento às 16h de hoje, em evento oficial no Palácio dos Bandeirantes. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ele já teria decidido pelo veto, embora a assessoria de imprensa ainda não confirme a informação.

O documento enviado pela Secretaria de Transportes ao governo também considera que o vagão exclusivo infringe o direito à livre mobilidade, promovendo a segregação entre gêneros.

Outro órgão ligado ao executivo estadual, o Conselho Estadual da Condição Feminina - subordinado à Secretaria de Relações Institucionais -, também é contra a criação do vagão rosa. Grupos feministas foram convidados pelo conselho para acompanhar a decisão do governador nesta tarde.

Outras cidades

Desde o começo deste ano, a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom) em São Paulo prendeu pelo menos 33 homens que se aproveitavam da superlotação para abusar de passageiras. Mas o problema é muito maior, uma vez que várias vítimas não denunciam os agressores.

Outras cidades brasileiras já aderiram ao vagão rosa. No Rio de Janeiro, por exemplo, a medida foi implantada em 2006. Em Brasília, os vagões exclusivos funcionam há nove meses, e há relatos de mulheres que se sentem mais seguras ao utilizá-los.

A principal crítica dos movimentos feministas, no entanto, é que a segregaçãoencoraja o comportamento do agressor e pune a vítima. Os grupos acredibtam que só uma política ampla de conscientização e debate pode resolver o problema.

A campanha #VetaAlckmin chegou a ser criada nas redes sociais e algumas manifestações também foram realizadas.

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