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Ainda tem o que entregar sobre Temer, diz Funaro

Ele disse não ter contado tudo ainda, pois há um impasse sobre os benefícios a serem concedidos a ele

Funaro: não falou sobre o conteúdo de sua delação, mas contou que a negociação de um acordo com os procuradores ainda não chegou ao fim (Alexandre Schneider/VEJA)

Funaro: não falou sobre o conteúdo de sua delação, mas contou que a negociação de um acordo com os procuradores ainda não chegou ao fim (Alexandre Schneider/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de agosto de 2017 às 14h13.

Brasília - O corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, preso em Brasília, disse nesta quarta-feira, 16, que ainda tem o que entregar sobre o presidente Michel Temer em sua delação premiada. Ao sair de uma audiência da 10ª Vara da Justiça Federal, ele foi questionado por jornalistas se resta muito o que falar sobre o presidente nos depoimentos de colaboração que vem prestando ao Ministério Público Federal (MPF). "Tem, tem. Ainda tem", respondeu, enquanto era escoltado por policiais de volta à Penitenciária da Papuda.

Funaro não falou sobre o conteúdo de sua delação, mas contou que a negociação de um acordo com os procuradores ainda não chegou ao fim, pois há impasse sobre os benefícios a serem concedidos a ele.

O corretor afirmou que há uma "diferença grande" entre o tempo de prisão que os investigadores sugerem que ele cumpra e o que a defesa dele propõe. Declarou também que há divergência quanto ao valor da multa a ser paga por ele.

Funaro passou as últimas semanas na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, prestando depoimentos ao MPF. Segundo fontes que acompanham as tratativas, as informações apresentadas por ele devem reforçar a segunda denúncia a ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer.

O corretor acompanhou audiência na Justiça Federal na condição de réu na ação penal que apura esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal. Ele é acusado de atuar em parceria com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na cobrança de propina de grandes empresas que tinham interesse emreceber recursos do banco.

Na quarta-feira, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, prestou depoimento, na condição de testemunha. O advogado do presidente Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz, disse à reportagem que não iria comentar as declarações de Funaro.

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