Abuso de autoridade entra na pauta sob pressão, mas acaba adiado no Senado
Ministro da Justiça, Sérgio Moro, vai à Casa Legislativa na quarta-feira (19) falar sobre suposta troca de mensagens com procuradores
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de junho de 2019 às 18h43.
Última atualização em 18 de junho de 2019 às 18h46.
Brasília — Após uma tentativa de votar um projeto que pune o abuso de autoridade praticado por magistrados e membros do Ministério Público, o Senado deixou a votação para quarta-feira da semana que vem, dia 26.
A proposta deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois pelo plenário. Houve uma tentativa de levar a proposta para votação diretamente no plenário ainda nesta terça-feira (18).
Durante reunião de líderes com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), parlamentares afinaram um discurso para afastar o movimento do caso envolvendo a suposta troca de mensagens entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro , com procuradores da Lava Jato. Moro vai ao Senado nesta quarta-feira (19) para falar sobre o assunto.
Além disso, senadores citaram a chamada "regra de ouro do Senado" determinando que todos os projetos passem por pelo menos uma comissão deliberativa desde o início da gestão Davi Alcolumbre.
Para diminuir as críticas em relação ao texto, senadores destacaram que, além de punir o abuso de autoridade, o projeto também criminaliza o caixa de dois de campanha eleitoral, a compra de votos e ainda define como crime hediondo atos praticados quando a vantagem ou o prejuízo para a administração pública for igual ou superior a dez mil salários mínimos.
"Abuso de autoridade não, pacote de dez medidas de combate à corrupção", comentou Alcolumbre quando questionado sobre o projeto.
A presidente da CCJ no Senado, Simone Tebet (MDB-MS), afirmou que o relator da matéria, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vai ouvir representantes da magistratura e do Ministério Público para ajustar o texto. Ela estima haver "quase unanimidade" entre os senadores em torno da proposta.