Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 30 de julho de 2024 às 18h35.
Última atualização em 30 de julho de 2024 às 19h09.
Os preços internacionais do trigo voltaram a cair nos últimos dias, influenciados pela expectativa de safra recorde na temporada 2024/25, disse nesta terça-feira, 30, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Depois de inúmeras revisões para baixo, a consultoria agrícola SovEcon elevou de 82,7 milhões para 84,7 milhões de toneladas sua projeção para a safra russa do cereal.
Durante o primeiro semestre, diz o Cepea, as cotações externas do trigo indicavam tendência de alta diante da possibilidade de quebra na produção da Rússia, o principal exportador global de trigo, por causa da queda na área de cultivo do país e das condições climáticas desfavoráveis às lavouras.
Em seu último levantamento, o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) elevou de 793 milhões para 801 milhões de toneladas a projeção para a safra global do trigo.
Na quinta-feira passada, 25, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), estimou em 18,1 milhões de toneladas a safra de trigo da Argentina – o país é o principal exportador de trigo para o Brasil e, no ano passado, desembarcou 2,26 milhões de toneladas do cereal no mercado nacional, segundo dados compilados pela Associação Brasileira de Trigo (Abitrigo).
Para o presidente da Abitrigo, Rubens Barbosa, é necessário monitorar a forma que as cotações vão se comportar nas bolsas mundo afora, já que há muita volatilidade nas negociações.
No mês passado, a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) divulgou que a Argentina deve colher 21 milhões de toneladas de trigo na temporada 2024/25. Segundo as estimativas do órgão local, o país deve plantar 6,94 milhões de hectares na referida temporada, 1,4 milhão de hectares acima da safra anterior.