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"Não temos compromisso com o erro", diz Fávaro sobre cancelamento do leilão de arroz

Ministro confirma novo edital para compra do grão mas não fixa data

Publicado em 12 de junho de 2024 às 16h01.

Última atualização em 12 de junho de 2024 às 16h15.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou nessa quarta-feira, 12, em entrevista no FII Priority Summit, que tanto o governo quanto seu ministério "não têm compromisso com o erro". A afirmação foi feita em referência ao cancelamento do leilão de arroz realizado na última terça-feira, 11. A decisão de anular o certame ocorreu após questionamentos sobre a legitimidade das empresas participantes em um imbróglio que resultou na saída do secretário de Agricultura, Neri Geller.

Fávaro confirmou que a pasta e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) preparam um novo edital, que deve contar com a participação da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Controladoria-Geral da União (CGU) para que haja "mais tranquilidade ao mercado e aos consumidores" – o ministro não fixou uma data sobre quando ocorrerá o leilão, mas destacou que deve ser "o mais rápido possível".

CPI do arroz

Questionado sobre a possível instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o tema, o ministro Fávaro afirmou que esse movimento é um processo natural do parlamento, mas destacou que é uma "prerrogativa da minoria". Ontem, o deputado Luciano Zucco (Republicanos-RS) anunciou sua intenção de abrir uma CPI para investigar supostas irregularidades no leilão governamental para importação de arroz.

"Só não podemos fazer que algo tão importante se torne um palanque político. Não houve gasto de dinheiro público", reiterou o ministro.

A decisão do governo de adquirir arroz importado foi tomada logo após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, estado que responde por 70% da produção nacional do grão. No entanto, os produtores da região já haviam colhido 80% da safra antes das fortes chuvas – a medida foi criticada por entidades do agronegócio, que garantem não haver risco de desabastecimento e destacam que não seria necessário recorrer a compras públicas para equilibrar o mercado. Em resposta, o setor ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a importação de 1 milhão de toneladas de arroz pelo Executivo.

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