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Espanha diz que surto de peste suína africana está controlado

Segundo o governo, cenário atual deve permitir a reabertura de mercados para os produtos suínos da região em países terceiros

Peste suína africana: esses são os primeiros casos em três décadas na região da Catalunha (MANAURE QUINTERO/AFP)

Peste suína africana: esses são os primeiros casos em três décadas na região da Catalunha (MANAURE QUINTERO/AFP)

Publicado em 7 de dezembro de 2025 às 14h13.

O surto de peste suína africana (PSA) na Espanha está controlado, afirmaram neste domingo, 7, autoridades do país. Segundo o governo local, não houve novos casos positivos registrados nas últimas horas. As autoridades seguem investigando a origem do foco do vírus, informou a agência EFE.

O conselheiro de Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação da Catalunha, Òscar Ordeig, anunciou neste domingo, em coletiva de imprensa, que o objetivo de conter o surto “dentro da zona do foco” foi alcançado. “Esses dados revelam que o objetivo de contenção foi atingido”, afirmou.

Segundo Ordeig, o cenário atual deve abrir caminho para a reabertura de mercados internacionais aos produtos suínos da região. Ele reforçou, porém, que a vigilância não pode ser reduzida.

A peste suína africana não afeta humanos, mas representa alto risco para os animais e para o setor produtivo. O secretário pediu que os especialistas continuem as investigações para identificar a origem do surto.

A área de monitoramento foi ampliada para um raio de 20 quilômetros ao redor do foco, incluindo laboratórios que trabalham com o vírus, como o IRTA-CReSA, centro de pesquisa animal da Catalunha.

A Espanha é o maior produtor de carne suína da União Europeia e o terceiro do mundo,[/grifar] com vendas anuais de 8,8 bilhões de euros, segundo a agência EFE. A União Europeia absorve quase 60% desse volume, enquanto cerca de 1 bilhão de euros segue para a China.

Inicialmente, o governo espanhol suspendeu todas as exportações de carne suína para a China, até que o país asiático confirme a implementação do protocolo assinado no início do ano, que previa restrições apenas às regiões afetadas pela doença.

Os primeiros casos de PSA foram identificados na sexta-feira passada em dois javalis mortos. O número de animais infectados subiu para 13, mas até o momento, o vírus não chegou às granjas de criação de porcos na região.

Embora as exportações sigam operando, o setor suíno espanhol está em alerta máximo após 31 anos sem registros da doença.

Exportação de carne suína

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o avanço da peste suína africana (PSA) na Espanha pode abrir oportunidades para o setor de carne suína brasileiro.

As estimativas da ABPA indicam que as exportações brasileiras de carne suína devem crescer até 4% em 2026, alcançando 1,55 milhão de toneladas. Para 2025, a projeção aponta embarques de até 1,49 milhão de toneladas — alta de até 10% em relação ao ano anterior.

O Brasil é considerado livre da peste suína africana desde 1984. O país é o quarto maior produtor mundial de carne suína, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

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