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Com mais R$ 258 milhões do BNDES, o 'parque de macaúba' da Acelen vem aí

Nova planta será construída em Montes Claros (MG); investimento total está estimado em R$ 2,7 bilhões

 (Reprodução)

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César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 14h48.

Última atualização em 17 de outubro de 2024 às 15h05.

A Acelen, empresa de energia criada pelo fundo Mubadala Capital, recebeu sinal verde do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que garantiu recursos para construir o Acelen Agripark, um centro de inovação tecnológica focado em pesquisa e desenvolvimento da cultura da macaúba. O banco anunciou, nesta quinta-feira, 17, um empréstimo de R$ 258 milhões para a implementação do projeto.

A nova unidade faz parte do plano integrado da empresa para a produção de diesel renovável e combustível sustentável de aviação (SAF), com base no desenvolvimento da macaúba, incluindo sua domesticação e cultivo em terras degradadas – este é o primeiro financiamento do BNDES voltado ao desenvolvimento do SAF, considerado o "combustível do futuro".

“Apoiamos um projeto ambicioso, com muita tecnologia e forte impacto social, que pode transformar economicamente uma região e fortalecer a imagem do Brasil como parte da solução para a descarbonização global”, afirmou Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES.

A iniciativa da Acelen faz parte de um projeto integrado da companhia com investimento total estimado em US$ 2,7 bilhões, proporcionando a produção de 20 mil barris/dia de combustível renovável, captura de quase 60 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

A nova planta será construída em Montes Claros (MG) e terá capacidade de germinação de 1,7 milhão de sementes por mês e produção de 10,5 milhões de mudas da planta por ano – a localização foi escolhida por possuir boa infraestrutura e ser próxima dos maciços naturais de macaúba.

No local serão desenvolvidos projetos pilotos de plantio, manejo, pesquisa genética, além do aprimoramento industrial para o esmagamento da macaúba para transformação em óleo vegetal. A estratégia, inédita para o uso da macaúba, prevê ainda o cultivo de 180 mil hectares em Minas Gerais e na Bahia.

Além disso, 20% da produção total dos combustíveis se originarão da agricultura familiar, o que deve beneficiar mais de dez mil famílias em sua área de atuação. A primeira "safra" de óleo de macaúba chegará em 2028 e a produção em massa começará na década de 2030.

Combustível do Futuro

De janeiro a outubro de 2024, as aprovações de crédito do BNDES para o setor de biocombustíveis  totalizaram R$ 3,9 bilhões, marcando a segunda maior cifra da série histórica que começou em 2005. O recorde permanece em R$ 4,5 bilhões, registrado em 2010.

Na semana passada, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei do Combustível do Futuro. A nova legislação estabelece que o percentual de mistura de etanol na gasolina será fixado em 27%, com o Poder Executivo podendo ajustá-lo entre 22% e 35%, de acordo com as condições de mercado – atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, com um mínimo de 18%.

No caso do biodiesel, a mistura atual de 14%, que está em vigor desde março deste ano, será aumentada gradualmente a partir de 2025, com acréscimos de 1 ponto percentual ao ano, até atingir 20% em 2030.

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