5G já chegou ao campo brasileiro, antes das grandes cidades
O case foi debatido no painel de "Telecom 5G e agro 5.0", durante o evento SuperAgro da EXAME realizado nesta quinta-feira, 7
Gilson Garrett Jr
Publicado em 7 de abril de 2022 às 12h52.
Última atualização em 8 de abril de 2022 às 11h01.
As maiores cidades brasileiras devem começar a ter os primeiros sinais da tecnologia 5G somente no meio deste ano, mas no campo isso já é uma realidade. A Granja Faria, que fica no interior do Piauí, foi a primeira a contar com o sistema, em um projeto-piloto em parceria com a operadora TIM. O case foi debatido no painel de "Telecom 5G e agro 5.0", durante o evento SuperAgro da EXAME realizado nesta quinta-feira, 7.
Ricardo Faria, CEO da granja, explicou alguns ganhos em termos de produtividade que o 5G vai proporcionar daqui pra frente, sempre visando o aumento da produtividade e economia de tempo e dinheiro, além do melhor uso do solo.
“Uma das primeiras benesses é podermos transformar as máquinas em autônomas. Por meio de algoritmos, conseguimos dimensionar toda a propriedade e a máquina executa tudo aquilo que foi programado. Não é que a máquina não vai depender de pessoas, mas teremos postos de trabalhos mais focados na monitoria dos equipamentos e não mais na operação”, disse Faria.
O executivo comparou as possibilidades do 5G com ruas, e o que ainda falta para vermos todas as possibilidades em prática. “É como se tivéssemos uma estrada com pistas para oito carros, agora o que precisamos desenvolver e criar é os carros que vão circular nesta via”, afirmou.
Alexandre Dal Forno, head de corporate marketing e IoT da TIM, deu mais detalhes de como estão as etapas da empresa para oferecer a tecnologia 5G para todo o Brasil. Ele destacou ainda que a parte de infraestrutura está sendo toda pensada para avançar cada vez mais no país.
“O Brasil está começando no 5G. A tecnologia vai trazer grandes ganhos nessa parte de automação, com câmeras e drones com alta resolução. Precisamos ter uma solução customizada para o campo. Atualmente, temos mais de 6 milhões de hectares cobertos com o sinal e até junho vamos ter as 26 capitais mais o Distrito Federal com o 5G”, disse.
Outra questão que envolve a tecnologia 5G no campo é a capacitação e desenvolvimento de profissionais preparados para garantir o funcionamento adequado do sistema. José Tomé, CEO da AgTech Garage, disse que já tem mais de mil startups ligadas à empresa para trazer soluções ao agronegócio.
“Vamos precisar de mão de obra muito qualificada. Não faz muitos anos, eu estava em uma startup e eles me levaram no meio da lavoura por meio da realidade virtual. Imagina isso em tempo real, para monitorar em campo. Precisamos pensar na educação, precisamos ter o especialista da máquina. A implementação do 4G, antes do 5G, foi fundamental para preparar o setor”, afirmou.
Veja abaixo como foi o debate no SuperAgro: