Redução de IPI beneficiou só setores específicos, diz IBGE
O benefício gerado pela redução do imposto não se disseminou na produção industrial como um todo, avalia a entidade
Autoindústria: embora a produção de bens duráveis tenha registrado crescimento de 9,4% em outubro e novembro, a da indústria em geral avançou somente 0,8% no mesmo período (REUTERS/Jason Lee)
4 de janeiro de 2013, 15h13
Rio de Janeiro - A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) beneficiou apenas a produção dos setores contemplados, sem ter força suficiente para alavancar um crescimento mais robusto na indústria nacional em 2012, avaliou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"A palavra 'robusta' a gente pode claramente descartar, mesmo que no período tenhamos visto alguns setores com crescimento 'substancial', especialmente os beneficiados pela redução do IPI, como automóveis, eletrodomésticos da linha branca e artigos de mobiliário", afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
Segundo ele, a redução do IPI fez com que a categoria de bens de consumo duráveis apresentasse desempenho bem diferente do setor industrial como um todo. Enquanto os bens duráveis apontaram avanço de 9,4% em outubro e novembro, na comparação com o mesmo período de 2011, o total da indústria cresceu apenas 0,8%. Já a categoria de bens de capital amargou queda de 7,7% no mesmo período.
"A redução de IPI fica um pouco restrita aos setores em que está inserida. A medida traz algum tipo de benefício, em função do encadeamento de alguns setores industriais, mas que não acaba tão disseminado na produção industrial", avaliou o gerente do IBGE.
No ano, a produção industrial registra perda de 2,6%. Embora tenha havido movimento de ajuste nos estoques, Macedo aponta outros fatores que estão impedido uma recuperação mais vigorosa da indústria. "Temos o endividamento das famílias, a recuperação mais lenta da expectativa dos empresários, o cenário adverso do mercado internacional que de alguma forma afeta a expectativa de investimentos, combinado com mercados internacionais importantes importando menos das nossas mercadorias. São fatores que ajudam a entender esse comportamento mais negativo no ano", citou.
Macedo lembra que os estoques em níveis altos prejudicaram a produção ao longo de alguns meses e, mesmo que tenham aparentemente chegado a um patamar próximo do desejável, os outros fatores inibidores permaneceram. "Isso de alguma forma explica muito o comportamento mais errático da produção industrial", completou.
No bimestre outubro-novembro, houve aumento de 17,7% na produção de automóveis, em relação ao mesmo período de 2011. A fabricação de eletrodomésticos cresceu 9,1%, puxada pelo resultado do setor de linhas branca (17,6%), enquanto a produção de artigos de mobiliário teve um avanço de 7,0%.
Por outro lado, houve queda de 30,3% na fabricação de outros equipamentos de transportes duráveis, que correspondem à redução na produção de motocicletas. "A produção de motocicletas teve queda com redução da jornada de trabalho e concessão de férias coletivas. O aperto no financiamento explica muito dessa menor evolução desses equipamentos na produção de bens duráveis", assinalou.
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