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WikiLeaks diz que Google facilitou acesso a seus emails

O WikiLeaks acusou o gigante da internet de facilitar para as autoridades americanas o acesso ao e-mail de três de seus integrantes por três anos

Página inicial do Google: WikiLeaks revela que a informação foi solicitada ao Google por um juiz federal (Francois Lenoir/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 19h29.

Londres - A plataforma online WikiLeaks acusou o gigante da internet Google , nesta segunda-feira, de ter facilitado para as autoridades americanas o acesso ao e-mail de três de seus integrantes, sem aviso prévio, por três anos.

De acordo com a nota divulgada pela organização, nesta segunda, "os advogados do WikiLeaks escreveram ao Google e ao Departamento de Justiça por uma séria violação da privacidade e dos direitos jornalísticos do pessoal do WikiLeaks".

Apoiando-se em documentos, dos quais a AFP recebeu uma cópia neste fim de semana, a organização revela que a informação foi solicitada ao Google por um juiz federal americano. Para o WikiLeaks, isso prova que a investigação da Justiça dos EUA é mais ampla do que o governo admite.

Fundada por Julian Assange, a organização acusa o Google de não ter feito qualquer objeção a uma ordem que viola a privacidade e a liberdade de imprensa, além de ter cooperado mais facilmente do que se espera de uma empresa de comunicação que se compromete a zelar pela confidencialidade de seus clientes.

Os três integrantes do WikiLeaks afetados são Sarah Harrison, Joseph Farrell e Kristinn Hrafnsson. A entrega de todo o material de suas contas aconteceu em 5 de abril de 2012.

A entrega dessas informações, denuncia a organização, aconteceu em resposta a "ordens judiciais por suspeitas de 'conspiração' e de 'espionagem', as quais podem acarretar uma pena de até 45 anos de prisão".

Apesar disso, o Google informou o WikiLeaks dessa situação somente em 23 de dezembro de 2014, aproveitando as festas de Natal, criticou a organização, "um momento em que o assunto poderia passar despercebido".

Em uma entrevista coletiva em Genebra, Harrison disse que "não se trata de uma investigação, de um 'me deem as mensagens de x, y, z', mas [as ordens judiciais] pediam tudo, desde o início".

O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, que comanda a defesa de Assange, ameaçou entrar na Justiça. "O Google não deveria ter entregue as informações sem notificar seus usuários", alegou.

"Se pudermos provar que o Google não se opôs à entrega maciça de documentos aos Estados Unidos, avaliaremos tomar ações legais contra o Google e contra o governo americano", frisou.

Na suposta carta, a empresa americana notifica sua decisão aos afetados e alega que o caso estava sob segredo de justiça, motivo pelo qual levou tanto tempo para informar o WikiLeaks.

Desde 2010, o WikiLeaks divulgou cerca de 250 mil telegramas diplomáticos (os chamados "cables") e 500 mil informes militares sigilosos.

A Justiça americana admitiu que está investigando a organização, mas o Wikileaks garante que o alcance desse processo é muito maior do que se admite.

Assange se encontra refugiado na embaixada equatoriana em Londres. A Suécia pede sua extradição para interrogá-lo em um caso de suspeita de estupro, mas ele teme que se trate apenas de uma desculpa para ser extraditado para os Estados Unidos.

O Google respondeu as acusações, em uma nota enviada à AFP.

"Não comentamos casos individuais. Obviamente, respeitamos a lei, como qualquer outra empresa. Quando recebemos uma citação, ou uma ordem judicial, vemos se os termos da mesma se ajustam à lei antes de cumpri-la. E, em caso contrário, podemos objetar, ou pedir que se limite. Temos um longo histórico de defesa dos nossos usuários", afirmou.

São Paulo – Alguns acharam que era uma piada de primeiro de abril, mas em 1º de abril de 2004, o Google anunciou um serviço de e-mail. Ele não só não era uma piada, como se tornou o maior serviço de e-mail pessoal do mundo. Depois de 10 anos, ele pode não ter mudado tanto assim visualmente. Mas suas funcionalidades transformaram a maneira como os e-mails são utilizados. Veja a seguir oito maneiras como o Gmail mudou os e-mails do mundo.
  • 2. Muito espaço

    2 /10(Matt Cardy/Getty Images)

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    Hoje, 1 GB pode não parecer tanto. Mas em 2004 era um absurdo de espaço. Naquela época, o Hotmail oferecia aos seus usuários cerca de 4 MB de armazenamento. Com o Gmail, era preciso juntar muita coisa para ficar sem espaço disponível. O resultado foi claro: nenhuma comunicação precisava ser apagada.
  • 3. Aplicativo

    3 /10(Reprodução)

  • O Google lançou um aplicativo web do Gmail em 2005 e um para celulares em 2006. Isso foi bem antes de os smartphones ganharem o mundo depois do lançamento do iPhone em 2007. Hoje, é inconcebível pensar em um serviço de e-mail que não tenha um app especial para tablets e smartphones.
  • 4. Buscas inteligentes

    4 /10(Carsten Koall/Getty Images)

    Deixar que todos os usuários não apagassem mais nada era perigoso. Como encontrar uma mensagem antiga? Mas o que o Google faz de melhor são buscas. A barra do Gmail é uma mão na roda. É possível buscar remetente, data, termos e até se um e-mail tem anexo, entre outras.
  • 5. Caixas de entrada separadas

    5 /10(Miguel Villagran/Getty Images)

    Um dos recursos mais recentes do Gmail é separar as mensagens por assunto. Com isso, um e-mail pessoal, enviado por alguém da sua família, fica na caixa principal. Propagandas e e-mails de redes sociais, por exemplo, vão para caixas secundárias. Com isso, existe menos poluição e mais foco no que interessa ao usuário.
  • 6. Labs

    6 /10(Luísa Melo/Exame.com)

    O Labs é uma das partes mais divertidas do Gmail. Ele permite que desenvolvedores criem funcionalidades para que os usuários experimentem. No Labs apareceram coisas como sugestão de destinatários, responder a todos como padrão, entre outros. O e-mail ficou mais inteligente com o Labs.
  • 7. Popularização de tópicos

    7 /10(Reprodução)

    O Gmail não foi o primeiro a exibir as mensagens reunidas em tópicos, mas foi o responsável pela popularização. Ao invés de deixar vários e-mails de um mesmo assunto soltos, ocupando boa parte da caixa de entrada, eles ficam todos juntos. Facilita na hora das buscas e de organizar a caixa de entrada.
  • 8. Múltiplas identidades

    8 /10(Oliver Bunic/Bloomberg News)

    Os usuários podem até ter outros e-mails, mas o Gmail quer ser a central de todos eles. O Google tentou concentrar todos outros serviços dentro do seu. A versão web do Gmail puxa mensagens de outras contas e permite que e-mails fossem enviados de lá com outro remetente.
  • 9. Criptografia

    9 /10(Ben Torres/Bloomberg)

    Depois de muita discussão sobre vigilância no material privado de cidadãos nos Estados Unidos e no mundo, o Google anunciou recentemente que irá criptografar e-mails. Todo o tráfego de mensagens do Gmail passou a ser criptografado a partir deste ano. A criptografia será feita mesmo que os e-mails transitem apenas nos servidores do próprio Google.
  • 10. Agora, veja países que bloquearam o YouTube

    10 /10(Getty Images)

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