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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h28.
O Brasil deve viver um novo ano de forte crescimento das vendas de computadores pessoais (PCs). Depois de fechar 2007 com um avanço de 21,4%, os fabricantes esperam outro aumento de dois dígitos. A IT Data, consultoria especializada no mercado de tecnologia e informática, projeta um incremento de 14%. Mais otimista, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) aposta em 17%, o que elevaria o volume comercializado de PCs e notebooks a 11,7 milhões de unidades neste ano, ante os 9,983 milhões registrados em 2007.
Para que essa expectativa se concretize, a Abinee conta com uma série de fatores. O primeiro é um novo salto nas vendas de notebooks. No ano passado, os brasileiros compraram 1,912 milhão de laptops, o que representou um pulo de 183% sobre 2006. Os notebooks responderam por 19% dos computadores pessoais vendidos no país nos últimos 12 meses. Em 2008, a Abinee espera que essa fatia suba para 33% do total, ou 3,861 milhões de unidades. Se a previsão for cumprida, representará uma expansão de 102% nas vendas.
Além da crescente demanda pelos notebooks, que garantem mobilidade ao usuário, o setor também acredita que medidas governamentais poderão impulsionar esse produto. Os fabricantes devem encaminhar ao governo uma proposta de isenção fiscal para os notebooks, a exemplo da que já beneficia com o não-pagamento de PIS/COFINS os desktops (computadores de mesa) com preço até 4.000 reais.
Outro estímulo às vendas será o combate ao chamado "mercado cinza" de PCs, por meio de ações coordenadas com a Polícia Federal. No ano passado, as vendas de computadores ilegais representaram 35% do total, ou 3,497 milhões de aparelhos. Em 2006, o percentual era de 47%. Com as medidas de inibição à pirataria, os incentivos fiscais e o financiamento facilitado, a Abinee espera que a taxa de ilegalidade caia para 29% neste ano.
O Brasil encerrou 2007 com 27 milhões de PCs ativos, dos quais, 11,6 milhões de uso doméstico. O número representa um acréscimo de 5 milhões de novas unidades em relação a 2006. A expansão deve-se, sobretudo, à incorporação de usuários das classes B e C, por meio do crédito facilitado e do barateamento de preços. Os computadores de mesa com preços abaixo de 1.000 reais representaram 20% das vendas no quarto trimestre. O preço médio dos equipamentos vendidos ficou em 1.499 reais. As pessoas físicas pagaram, em média, 1.230 reais pelos desktops. Já o mercado corporativo desembolsou 1.780 reais.