BlackBerry pode ter serviços cortados em alguns países
Autoridades aumentaram as exigências ao fabricante do smartphone em relação ao acesso às mensagens codificadas enviadas pelo aparelho
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2010 às 10h41.
Dubai/Riad - Mais de um milhão de usuário de BlackBerry podem ter serviços essenciais cortados na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos, depois que as autoridades aumentaram as exigências ao fabricante do smartphone em relação ao acesso às mensagens codificadas enviadas pelo aparelho.
O aplicativo Messenger do BlackBerry se espalhou rapidamente na região do Golfo Árabe, mas como os dados são codificados e enviados para servidores offshore, não podem ser monitorados localmente.
"Alguns serviços do BlackBerry permitem que os usuários ajam sem nenhum controle legal, causando preocupações judiciais, sociais e de segurança nacional," declarou a Autoridade Reguladora das Telecomunicações (TRA) dos Emirados Árabes, em um comunicado.
A UAE (Emirados Árabes) disse que pretende suspender o BlackBerry Messenger, os serviços de email e de navegação na internet, a partir de 11 de outubro, até que seja encontrada uma solução, enquanto fontes da industria disseram que a Arábia Saudita ordenou que as companhias locais de telecomunicações parem o Messenger neste mês.
Os eventos de domingo coroam a disputa com os reguladores sobre o assunto, que começou a ser discutido em 2007.
A Índia também mostrou a mesma preocupação na semana passada e o Bahrain se mostrou contrário à utilização do BlackBerry Messenger para a distribuição de notícias locais, em abril. Desde 2007 a França alertou suas autoridades quanto à utilização dos serviços.
As autoridades de segurança da Índia têm medo que a comunicação codificada do BlackBerry seja usada para coordenar ataques contra o país. Desde os ataques de 2008 em Mumbai, que mataram 166 pessoas, a Índia apertou o cerco contra as operadoras de telefonia móvel.
Usuários do dispositivo disseram que isso pode significar problemas para empresas e particulares que dependem do serviço. Cerca de 700,000 na Arábia Saudita e em torno de 500,000 na UAE.