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Tecnologia pode ajudar a reduzir violência com armas de fogo

Novas tecnologias e medidas mais eficazes para impedir que criminosos e pessoas com doenças psíquicas acessem armas podem ajudar a reduzir o número de vítimas

Ativistas protestam em frente à National Rifle Association (NRA): atualmente, existe tecnologia que permite bloquear a distância o funcionamento de uma arma (Paul J. Richards/AFP)
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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 09h08.

Chicago - Novas tecnologias e medidas mais eficazes para impedir que criminosos e pessoas com doenças psíquicas acessem armas de fogo podem ajudar a reduzir o número de vítimas por disparos nos Estados Unidos , afirmam especialistas.

"Várias medidas foram tomadas para fazer diminuir a quantidade de mortos e feridos em acidentes rodoviários, tornando os carros mais seguros. (Estas técnicas) deveriam ser aplicadas às armas de fogo", afirmou Daniel Webster, da Universidade Johns-Hopkins, de Baltimore, durante uma apresentação no sábado da conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago.

A ideia é diminuir os índices de tiroteio, de crianças feridas acidentalmente por brincar com armas em suas casas, ou de suicídios - sendo metade deles cometida com armas de fogo.

Atualmente, existe tecnologia que permite bloquear a distância o funcionamento de uma arma, de forma que só pode ser empregada por seu proprietário.

Essas novas armas já são fabricadas na Europa, e alguns modelos obtiveram permissão das autoridades federais para serem comercializadas nos Estados Unidos.

"O Departamento de Justiça formou um grupo de trabalho para examinar essa nova tecnologia que está operando. Poderia reduzir os suicídios, mortes acidentais de crianças e homicídios cometidos com armas roubadas", destacou Webster.

Segundo ele, a opinião pública lembra especialmente as grandes matanças, incidentes que representem uma fração mínima do problema das armas de fogo que, em 2010, mataram 32 mil pessoas nos Estados Unidos.

Um ponto mais importante ainda para mitigar esse problema diz respeito ao controle universal dos antecedentes penais das pessoas que desejam comprar uma arma de fogo.

O controle de antecedentes na maioria dos estados é realizado apenas quando a transação se realiza nos locais de vendas com permissão federal. Trata-se de um sistema pouco eficaz, já que muitas armas são vendidas à margem desse circuito - pela Internet, nas feiras, ou por anúncios em classificados -, insistiu Webster.


Ele citou um estudo sobre o impacto no Missouri da revogação de uma lei em 2007 que impunha o controle dos antecedentes criminais para poder comprar uma arma. Segundo a investigação, a revogação dessa lei foi diretamente responsável por 55 a 63 mortes ao ano, no Missouri, entre 2008 e 2012.

O professor de Psiquiatria Jeffrey Swanson, da Universidade Duke (Carolina do Norte), afirmou que, embora tenham sido tomadas importantes medidas para tratar as pessoas com distúrbios psíquicos severos, como a esquizofrenia, a depressão e os bipolares, o número de acidentes com armas de fogo não se reduzirá significativamente. "Esses doentes são responsáveis por apenas 4% a 5% dos episódios de violência", frisou.

No entanto, a medida pode ter um impacto sobre os suicídios, que significam 50% das mortes por tiros nos Estados Unidos, levando-se em conta que os suicidas têm, muitas vezes, problemas mentais, segundo o psiquiatra.

"Não podemos restringir legalmente o acesso às armas no nosso pais, já que (a segunda Emenda de) a Constituição protege esse direito", lembrou ele, destacando que os lares americanos contam com 310 milhões de armas.

"Concentramos nossas investigações na melhora do controle judicial especificamente para pessoas com problemas mentais", explicou Swanson.

Stephen Teret, professor da Universidade Johns-Hopkins, apresentou uma experiência promissora realizada na Califórnia, onde as armas de fogo são retiradas das pessoas que, em um primeiro momento, obtiveram-nas legalmente, mas que depois cometeram um delito, ou atos de violência física.

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Chicago - Novas tecnologias e medidas mais eficazes para impedir que criminosos e pessoas com doenças psíquicas acessem armas de fogo podem ajudar a reduzir o número de vítimas por disparos nos Estados Unidos , afirmam especialistas.

"Várias medidas foram tomadas para fazer diminuir a quantidade de mortos e feridos em acidentes rodoviários, tornando os carros mais seguros. (Estas técnicas) deveriam ser aplicadas às armas de fogo", afirmou Daniel Webster, da Universidade Johns-Hopkins, de Baltimore, durante uma apresentação no sábado da conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Chicago.

A ideia é diminuir os índices de tiroteio, de crianças feridas acidentalmente por brincar com armas em suas casas, ou de suicídios - sendo metade deles cometida com armas de fogo.

Atualmente, existe tecnologia que permite bloquear a distância o funcionamento de uma arma, de forma que só pode ser empregada por seu proprietário.

Essas novas armas já são fabricadas na Europa, e alguns modelos obtiveram permissão das autoridades federais para serem comercializadas nos Estados Unidos.

"O Departamento de Justiça formou um grupo de trabalho para examinar essa nova tecnologia que está operando. Poderia reduzir os suicídios, mortes acidentais de crianças e homicídios cometidos com armas roubadas", destacou Webster.

Segundo ele, a opinião pública lembra especialmente as grandes matanças, incidentes que representem uma fração mínima do problema das armas de fogo que, em 2010, mataram 32 mil pessoas nos Estados Unidos.

Um ponto mais importante ainda para mitigar esse problema diz respeito ao controle universal dos antecedentes penais das pessoas que desejam comprar uma arma de fogo.

O controle de antecedentes na maioria dos estados é realizado apenas quando a transação se realiza nos locais de vendas com permissão federal. Trata-se de um sistema pouco eficaz, já que muitas armas são vendidas à margem desse circuito - pela Internet, nas feiras, ou por anúncios em classificados -, insistiu Webster.


Ele citou um estudo sobre o impacto no Missouri da revogação de uma lei em 2007 que impunha o controle dos antecedentes criminais para poder comprar uma arma. Segundo a investigação, a revogação dessa lei foi diretamente responsável por 55 a 63 mortes ao ano, no Missouri, entre 2008 e 2012.

O professor de Psiquiatria Jeffrey Swanson, da Universidade Duke (Carolina do Norte), afirmou que, embora tenham sido tomadas importantes medidas para tratar as pessoas com distúrbios psíquicos severos, como a esquizofrenia, a depressão e os bipolares, o número de acidentes com armas de fogo não se reduzirá significativamente. "Esses doentes são responsáveis por apenas 4% a 5% dos episódios de violência", frisou.

No entanto, a medida pode ter um impacto sobre os suicídios, que significam 50% das mortes por tiros nos Estados Unidos, levando-se em conta que os suicidas têm, muitas vezes, problemas mentais, segundo o psiquiatra.

"Não podemos restringir legalmente o acesso às armas no nosso pais, já que (a segunda Emenda de) a Constituição protege esse direito", lembrou ele, destacando que os lares americanos contam com 310 milhões de armas.

"Concentramos nossas investigações na melhora do controle judicial especificamente para pessoas com problemas mentais", explicou Swanson.

Stephen Teret, professor da Universidade Johns-Hopkins, apresentou uma experiência promissora realizada na Califórnia, onde as armas de fogo são retiradas das pessoas que, em um primeiro momento, obtiveram-nas legalmente, mas que depois cometeram um delito, ou atos de violência física.

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