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Tecnologia para vestir faz sucesso na CES, em Las Vegas

O uso crescente de acessórios "prêt-à-porter" ligados a um smartphone abriu o caminho para uma indústria maciça, frequentemente orientada ao esporte e à saúde

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 18h36.

Seja na meia ou no sutiã, no punho, nas orelhas ou no peito, a tecnologia "para vestir" está em voga e transformou o Salão de Eletrônica de Consumo ( CES ), realizado esta semana em Las Vegas, em uma espécie de feira da moda 'high tech'.

"O vestuário é o próximo computador", declarou Davide Vigano, diretor da empresa Heapsylon, que apresenta roupas íntimas, camisetas e meias conectadas à internet voltados para os esportistas durante o CES, maior feira mundial anual de eletrônica de consumo.

O uso crescente de acessórios "prêt-à-porter" ligados a um smartphone abriu o caminho para uma indústria maciça, frequentemente orientada ao esporte e à saúde e que promete melhorar a qualidade de vida tanto do recém-nascido quanto do idoso com dificuldades físicas.

Esses produtos prometem melhorar os treinos e acompanhar a saúde dos usuários, graças a "sensores têxteis" integrados às peças para um maior conforto, e ao uso combinado de um transmissor nas meias e um monitor na altura do peito.

"Temos uma imagem mais exata (da atividade realizada) quando as meias e o sutiã são usados em conjunto", explicou Vigano.

Como muitas das tecnologias portáteis que chegam ao mercado, os produtos da Heapsylon são vendidos acompanhados de um "técnico virtual" que busca motivar o usuário e ajudá-lo a melhorar sua técnica.

O esporte e a preocupação com a forma física são as áreas preferidas desta tecnologia, liderada pelos braceletes FitBit e pela Nike Fuel Band.

Os relógios inteligentes são outra parte importante desta indústria, com produtos lançados por 'crowdfunding', como os da Pebble, ao lado de gigantes como Samsung e Qualcomm. A oferta é tanta que o CES dedica este ano uma área especial para esses produtos.

Também é possível ver em Las Vegas vários modelos de óculos conectados, inclusive os mais famosos, os da Google, ainda sem representação oficial.


Um mercado de US$ 19 bilhões

Segundo projeções da companhia Juniper Research, o mercado dos dispositivos inteligentes para vestir pode passar de US$ 1,4 bilhão em 2013 para US$ 19 bilhões em 2018.

Esses aparelhos também interessam aos criadores de aplicativos móveis, que os usam em conjunto com os smartphones, principalmente com fins médicos, como medir a pressão, o ritmo cardíaco ou a glicemia.

"Permitir (ao usuário) assumir o controle de sua saúde é um dos grandes benefícios da tecnologia", afirmou nesta quarta-feira o vice-presidente da Samsung, David Lowe, durante debate na CES.

Os monitores cardíacos e de pressão arterial da companhia californiana Qardio permitem, por exemplo, acompanhar a saúde a partir de smartphones e transmitir dados a um terceiro.

A co-fundadora da Qardio, Rosario Iannella, os usa para acompanhar a saúde de sua mãe idosa que está na Itália. Mas estes dispositivos também "permitem aos médicos vigiar melhor seus pacientes", afirmou.

Produtos ainda um pouco excêntricos

Os fabricantes devem, no entanto, superar o lado excêntrico dos aparelhos, de aspecto nem sempre atraente.

"Os primeiros produtos lançados no mercado são grandes e atendem mais a um público masculino viciado em tecnologia", afirmou Robe Enderle, analista especializado no setor tecnológico. "Para as mulheres faltará que se tornem (objetos) menores e mais orientados para a moda".


Mas algumas criações apresentadas em Las Vegas se esforçam para atender a essa demanda reprimida.

É o caso do bracelete June, desenhado pela francesa Netatmo, que "permite controlar a exposição ao sol em tempo real, mas parece uma pulseira com pedras preciosas e com estilo", explicou a gerente do produto, Emmanuelle Thomas. "Por exemplo, se você toma um café da manhã ao ar livre todos os dias, o dispositivo pode dizer que passa tempo demais ao sol".

Na quarta-feira, a estilista radicada em Londres Amy Rainbow Winters já tinha apresentado no CES um vestido confeccionado com tecido que inclui em sua fabricação fibra óptica e sensores nas mangas. A luz viaja pelo tecido, que tinha um brilho azul. Simplesmente tocando a manga, Winters mudou a cor da peça.

"Se a gente quiser que seja roxo, o vestido será roxo", disse Winters. "Se depois quiser que seja vermelho, será vermelho. Simplesmente é preciso olhar a manga e decidir a cor que se quer", destacou.

Winters desenha os tecidos e as peças, depois colabora com especialistas em tecnologia para confeccionar os materiais de que precisa. Ela costuma trabalhar com tecidos tecnológicos, alguns dos quais podem reagir a sons, sol e água.

A estilista também exibiu um vestido com sensores de movimento que muda de cor se o usuário pula.

Suas criações são feitas sob encomenda e já foram usadas em vídeos musicais ou em anúncios publicitários, por exemplo, mas não são vendidas ao público em geral.

"Alguns varejistas me perguntaram por elas, mas é preciso ser muito cuidadoso porque são caras de produzir", disse.

"Mas se as pessoas tiverem alguns milhares de dólares para gastar, estão aqui", acrescentou Winters.

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Seja na meia ou no sutiã, no punho, nas orelhas ou no peito, a tecnologia "para vestir" está em voga e transformou o Salão de Eletrônica de Consumo ( CES ), realizado esta semana em Las Vegas, em uma espécie de feira da moda 'high tech'.

"O vestuário é o próximo computador", declarou Davide Vigano, diretor da empresa Heapsylon, que apresenta roupas íntimas, camisetas e meias conectadas à internet voltados para os esportistas durante o CES, maior feira mundial anual de eletrônica de consumo.

O uso crescente de acessórios "prêt-à-porter" ligados a um smartphone abriu o caminho para uma indústria maciça, frequentemente orientada ao esporte e à saúde e que promete melhorar a qualidade de vida tanto do recém-nascido quanto do idoso com dificuldades físicas.

Esses produtos prometem melhorar os treinos e acompanhar a saúde dos usuários, graças a "sensores têxteis" integrados às peças para um maior conforto, e ao uso combinado de um transmissor nas meias e um monitor na altura do peito.

"Temos uma imagem mais exata (da atividade realizada) quando as meias e o sutiã são usados em conjunto", explicou Vigano.

Como muitas das tecnologias portáteis que chegam ao mercado, os produtos da Heapsylon são vendidos acompanhados de um "técnico virtual" que busca motivar o usuário e ajudá-lo a melhorar sua técnica.

O esporte e a preocupação com a forma física são as áreas preferidas desta tecnologia, liderada pelos braceletes FitBit e pela Nike Fuel Band.

Os relógios inteligentes são outra parte importante desta indústria, com produtos lançados por 'crowdfunding', como os da Pebble, ao lado de gigantes como Samsung e Qualcomm. A oferta é tanta que o CES dedica este ano uma área especial para esses produtos.

Também é possível ver em Las Vegas vários modelos de óculos conectados, inclusive os mais famosos, os da Google, ainda sem representação oficial.


Um mercado de US$ 19 bilhões

Segundo projeções da companhia Juniper Research, o mercado dos dispositivos inteligentes para vestir pode passar de US$ 1,4 bilhão em 2013 para US$ 19 bilhões em 2018.

Esses aparelhos também interessam aos criadores de aplicativos móveis, que os usam em conjunto com os smartphones, principalmente com fins médicos, como medir a pressão, o ritmo cardíaco ou a glicemia.

"Permitir (ao usuário) assumir o controle de sua saúde é um dos grandes benefícios da tecnologia", afirmou nesta quarta-feira o vice-presidente da Samsung, David Lowe, durante debate na CES.

Os monitores cardíacos e de pressão arterial da companhia californiana Qardio permitem, por exemplo, acompanhar a saúde a partir de smartphones e transmitir dados a um terceiro.

A co-fundadora da Qardio, Rosario Iannella, os usa para acompanhar a saúde de sua mãe idosa que está na Itália. Mas estes dispositivos também "permitem aos médicos vigiar melhor seus pacientes", afirmou.

Produtos ainda um pouco excêntricos

Os fabricantes devem, no entanto, superar o lado excêntrico dos aparelhos, de aspecto nem sempre atraente.

"Os primeiros produtos lançados no mercado são grandes e atendem mais a um público masculino viciado em tecnologia", afirmou Robe Enderle, analista especializado no setor tecnológico. "Para as mulheres faltará que se tornem (objetos) menores e mais orientados para a moda".


Mas algumas criações apresentadas em Las Vegas se esforçam para atender a essa demanda reprimida.

É o caso do bracelete June, desenhado pela francesa Netatmo, que "permite controlar a exposição ao sol em tempo real, mas parece uma pulseira com pedras preciosas e com estilo", explicou a gerente do produto, Emmanuelle Thomas. "Por exemplo, se você toma um café da manhã ao ar livre todos os dias, o dispositivo pode dizer que passa tempo demais ao sol".

Na quarta-feira, a estilista radicada em Londres Amy Rainbow Winters já tinha apresentado no CES um vestido confeccionado com tecido que inclui em sua fabricação fibra óptica e sensores nas mangas. A luz viaja pelo tecido, que tinha um brilho azul. Simplesmente tocando a manga, Winters mudou a cor da peça.

"Se a gente quiser que seja roxo, o vestido será roxo", disse Winters. "Se depois quiser que seja vermelho, será vermelho. Simplesmente é preciso olhar a manga e decidir a cor que se quer", destacou.

Winters desenha os tecidos e as peças, depois colabora com especialistas em tecnologia para confeccionar os materiais de que precisa. Ela costuma trabalhar com tecidos tecnológicos, alguns dos quais podem reagir a sons, sol e água.

A estilista também exibiu um vestido com sensores de movimento que muda de cor se o usuário pula.

Suas criações são feitas sob encomenda e já foram usadas em vídeos musicais ou em anúncios publicitários, por exemplo, mas não são vendidas ao público em geral.

"Alguns varejistas me perguntaram por elas, mas é preciso ser muito cuidadoso porque são caras de produzir", disse.

"Mas se as pessoas tiverem alguns milhares de dólares para gastar, estão aqui", acrescentou Winters.

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