Tecnologia é arma contra evasão, dizem especialistas
Segundo especialistas no uso da inovação, tecnologia é uma arma poderosa contra a evasão escolar
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2013 às 18h12.
Rio - A tecnologia é uma arma poderosa contra a evasão escolar, defenderam nesta segunda-feira, 9, especialistas no uso da inovação para a melhoria da qualidade da educação que participaram de encontro, no Rio, promovido pela organização Clinton Global Initiative (CGI) Latin America, capitaneada pelo ex-presidente norte-americano Bill Clinton.
O evento, que termina nesta terça-feira, 10, discute temas como revitalização econômica das cidades, desenvolvimento sustentável e empreendedorismo feminino, com foco na América Latina. Nesta segunda-feira, no debate dedicado à utilização da tecnologia no sistema educacional, um dos fundadores do sistema Enova, voltado à inclusão digital e ensino on-line em áreas pobres do México, por meio da abertura de centros educacionais, Jorge Camil Starr, ressaltou que só com a análise sistemática de dados sobre os alunos e professores é possível traçar estratégias para manter as crianças na escola.
"O que não se mede não se pode melhorar. Um exemplo: percebemos que em uma escola de um município muito pobre do México os resultados no turno da manhã estavam muito ruins. Fomos observar e vimos que os alunos não tomavam nada no café, por isso não rendiam", explicou Starr. No México, de cada 100 alunos que entram no ensino básico, 75 chegam ao ensino médio, sem que necessariamente concluam esse ciclo.
Michel Brechner, presidente do Plan Ceibal, projeto uruguaio que segue o modelo "um laptop por criança" para melhorar o desempenho, lembrou que o uso permanente dos computadores permite que os pais se envolvam mais no que acontece em sala de aula, o que é fundamental para a permanência das crianças na escola. A aplicação de programas de computador para detectar faltas de alunos e de professores às aulas é outra iniciativa que tem se provado eficaz.
"A evasão é um problema com três pilares: o governo, os professores e os pais. Os alunos saem da escola porque ninguém quer saber deles. A tecnologia é uma ferramenta fundamental para se customizar a educação de acordo com as particulares de cada aluno. Temos que acompanhá-los, entender quais são suas dificuldades. Os governos precisam assumir os risco da implementação dos programas".
A taxa de evasão no Uruguai no ensino médio gira entre 30% e 40%. Segundo Brechner, o custo do projeto é de US$ 100 por ano por criança, incluindo aí a internet. Atualmente, 626 mil alunos de escolas públicas têm seus laptops. Ambos destacaram que a importância do professor não pode ser diminuída, e que a tecnologia tem que estar a seu serviço. "Nenhum país do mundo resolveu o problema da pedagogia do século 21", alertou Brechner.
"Não adianta querer que o professor se amolde à tecnologia, tem que ser o contrário: precisamos facilitar a vida do professor, e não pedir que ele passe duas horas em casa pesquisando no computador o que vai ensinar no dia seguinte."
Rio - A tecnologia é uma arma poderosa contra a evasão escolar, defenderam nesta segunda-feira, 9, especialistas no uso da inovação para a melhoria da qualidade da educação que participaram de encontro, no Rio, promovido pela organização Clinton Global Initiative (CGI) Latin America, capitaneada pelo ex-presidente norte-americano Bill Clinton.
O evento, que termina nesta terça-feira, 10, discute temas como revitalização econômica das cidades, desenvolvimento sustentável e empreendedorismo feminino, com foco na América Latina. Nesta segunda-feira, no debate dedicado à utilização da tecnologia no sistema educacional, um dos fundadores do sistema Enova, voltado à inclusão digital e ensino on-line em áreas pobres do México, por meio da abertura de centros educacionais, Jorge Camil Starr, ressaltou que só com a análise sistemática de dados sobre os alunos e professores é possível traçar estratégias para manter as crianças na escola.
"O que não se mede não se pode melhorar. Um exemplo: percebemos que em uma escola de um município muito pobre do México os resultados no turno da manhã estavam muito ruins. Fomos observar e vimos que os alunos não tomavam nada no café, por isso não rendiam", explicou Starr. No México, de cada 100 alunos que entram no ensino básico, 75 chegam ao ensino médio, sem que necessariamente concluam esse ciclo.
Michel Brechner, presidente do Plan Ceibal, projeto uruguaio que segue o modelo "um laptop por criança" para melhorar o desempenho, lembrou que o uso permanente dos computadores permite que os pais se envolvam mais no que acontece em sala de aula, o que é fundamental para a permanência das crianças na escola. A aplicação de programas de computador para detectar faltas de alunos e de professores às aulas é outra iniciativa que tem se provado eficaz.
"A evasão é um problema com três pilares: o governo, os professores e os pais. Os alunos saem da escola porque ninguém quer saber deles. A tecnologia é uma ferramenta fundamental para se customizar a educação de acordo com as particulares de cada aluno. Temos que acompanhá-los, entender quais são suas dificuldades. Os governos precisam assumir os risco da implementação dos programas".
A taxa de evasão no Uruguai no ensino médio gira entre 30% e 40%. Segundo Brechner, o custo do projeto é de US$ 100 por ano por criança, incluindo aí a internet. Atualmente, 626 mil alunos de escolas públicas têm seus laptops. Ambos destacaram que a importância do professor não pode ser diminuída, e que a tecnologia tem que estar a seu serviço. "Nenhum país do mundo resolveu o problema da pedagogia do século 21", alertou Brechner.
"Não adianta querer que o professor se amolde à tecnologia, tem que ser o contrário: precisamos facilitar a vida do professor, e não pedir que ele passe duas horas em casa pesquisando no computador o que vai ensinar no dia seguinte."