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Software de "Minority Report" sai do cinema para a vida real

Interface em que Tom Cruise navega por uma enorme tela movimentando apenas as mãos foi comercializada pela companhia Oblong Industries

Funcionário da Oblong demonstra uso do software: "Esse sistema é útil em problemas relacionados a um grande fluxo de trabalho" (Nicholas Kamm/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2012 às 12h40.

O software por trás do filme "Minority Report - A Nova Lei", em que Tom Cruise navega por uma enorme tela movimentando apenas as mãos, pode chegar ao mundo real.

A interface desenvolvida pelo cientista John Underkoffler foi comercializada pela companhia Oblong Industries como uma maneira de filtrar grandes quantidades de vídeos e outros tipos de informações.

Ainda que possa ser usado pela polícia e por serviços de inteligência, o software não é um programa de investigação "pré-crime" como o ilustrado no longa de ficção científica dirigido por Steven Spielberg .

O diretor-executivo da Oblong, Kwin Kramer, garante que o programa pode ajudar na busca por informações em meio a um "um grande arquivo de dados". Ele pode ainda promover vídeoconferências aprimoradas, permitindo que os participantes compartilhem dados de diversos dispositivos, como smartphones e tablets, integrados em uma ampla tela.

"Acreditamos que o futuro da computação terá múltiplos usuários, telas e dispositivos", explicou Kramer à AFP.

"Esse sistema é útil em problemas relacionados a um grande fluxo de trabalho", acrescentou.

Um componente-chave do sistema é sua interface gestual, um ambiente operacional espacial que a companhia chama de "g-speak".

Esse artifício veio de um projeto desenvolvido por Underkoffler quando ainda era um cientista do prestigiado Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) para o filme "Minority Report", antes de se tornar o principal cientista da start-up Oblong.


"Temos versões demo desse tipo de software que demonstram perfeitamente a experiência do usuário do 'Minority Report', permitindo que você avance ou retorne pelas telas a qualquer momento, ou dê zoom para observar os detalhes", descreveu Kramer.

Ele contou que o mesmo software pode ajudar empresários a "ter melhor colaboração, visualização e análise de uma grande quantidade de informações".

"Você pode ter muitos dados, mas é complicado fazer uso de tudo", disse Kramer.

"Pode estar em diferentes máquinas e, assim, fica difícil de acessar. Com o programa, diversas pessoas poderão ver o conteúdo".

Interfaces gestuais têm sido desenvolvidas para outras empresas, incluindo a Microsoft, com o Kinect, mas a Oblong afirma ter sistemas mais sofisticados que podem usar o Kinect e outros aparelhos.

O sistema, altamente sensível, usa uma luva especial para garantir uma maior precisão do que a mão ou outros elementos normalmente usados.

Mas a grande pergunta feita à Oblong é: como os usuários podem obter o software "Minority Report"?

O vice-presidente de vendas da companhia, David Schwartz, disse que "recebemos ligações de pessoas no serviço militar que falam 'Eu quero a interface 'Minority Report'".


Ele conta ainda que o sistema pode ser usado para versões mais realistas das interfaces supertecnológicas de programas de TV, como o "CSI".

O que torna a versão real do software diferente da vista no filme é que a Oblong não fornece a análise necessária para a se tornar uma ferramenta "pré-crime", nome dado na ficção ao programa através do qual a polícia do futuro podia prever os crimes e evitar que acontecessem.

Isso não impede que uma companhia ou organismos que trabalham para a justiça usem o software e acrescentem suas próprias redes de análise.

"Achamos que a polícia e os serviços de inteligência armazenam grandes bases de dados e nossa tecnologia é a líder", considera Kramer.

Ele disse que Oblong ainda não tem clientes ligados ao governo dos Estados Unidos ou de outros países, mas oferece "um provedor central de tecnologia".

Ainda assim, a Oblong aproveita o seu papel nos filmes para invadir a realidade, mesmo que o software não seja exatamente igual à produção cinematográfica de 2002.

"Acho que muita gente olha para as interfaces 'Minority Report' e imagina que poderiam usar esse sistema tão flexível em seus próprios escritórios ou estúdios de design", comenta Kramer.

"Não é ficção científica, é real", conclui.

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O software por trás do filme "Minority Report - A Nova Lei", em que Tom Cruise navega por uma enorme tela movimentando apenas as mãos, pode chegar ao mundo real.

A interface desenvolvida pelo cientista John Underkoffler foi comercializada pela companhia Oblong Industries como uma maneira de filtrar grandes quantidades de vídeos e outros tipos de informações.

Ainda que possa ser usado pela polícia e por serviços de inteligência, o software não é um programa de investigação "pré-crime" como o ilustrado no longa de ficção científica dirigido por Steven Spielberg .

O diretor-executivo da Oblong, Kwin Kramer, garante que o programa pode ajudar na busca por informações em meio a um "um grande arquivo de dados". Ele pode ainda promover vídeoconferências aprimoradas, permitindo que os participantes compartilhem dados de diversos dispositivos, como smartphones e tablets, integrados em uma ampla tela.

"Acreditamos que o futuro da computação terá múltiplos usuários, telas e dispositivos", explicou Kramer à AFP.

"Esse sistema é útil em problemas relacionados a um grande fluxo de trabalho", acrescentou.

Um componente-chave do sistema é sua interface gestual, um ambiente operacional espacial que a companhia chama de "g-speak".

Esse artifício veio de um projeto desenvolvido por Underkoffler quando ainda era um cientista do prestigiado Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) para o filme "Minority Report", antes de se tornar o principal cientista da start-up Oblong.


"Temos versões demo desse tipo de software que demonstram perfeitamente a experiência do usuário do 'Minority Report', permitindo que você avance ou retorne pelas telas a qualquer momento, ou dê zoom para observar os detalhes", descreveu Kramer.

Ele contou que o mesmo software pode ajudar empresários a "ter melhor colaboração, visualização e análise de uma grande quantidade de informações".

"Você pode ter muitos dados, mas é complicado fazer uso de tudo", disse Kramer.

"Pode estar em diferentes máquinas e, assim, fica difícil de acessar. Com o programa, diversas pessoas poderão ver o conteúdo".

Interfaces gestuais têm sido desenvolvidas para outras empresas, incluindo a Microsoft, com o Kinect, mas a Oblong afirma ter sistemas mais sofisticados que podem usar o Kinect e outros aparelhos.

O sistema, altamente sensível, usa uma luva especial para garantir uma maior precisão do que a mão ou outros elementos normalmente usados.

Mas a grande pergunta feita à Oblong é: como os usuários podem obter o software "Minority Report"?

O vice-presidente de vendas da companhia, David Schwartz, disse que "recebemos ligações de pessoas no serviço militar que falam 'Eu quero a interface 'Minority Report'".


Ele conta ainda que o sistema pode ser usado para versões mais realistas das interfaces supertecnológicas de programas de TV, como o "CSI".

O que torna a versão real do software diferente da vista no filme é que a Oblong não fornece a análise necessária para a se tornar uma ferramenta "pré-crime", nome dado na ficção ao programa através do qual a polícia do futuro podia prever os crimes e evitar que acontecessem.

Isso não impede que uma companhia ou organismos que trabalham para a justiça usem o software e acrescentem suas próprias redes de análise.

"Achamos que a polícia e os serviços de inteligência armazenam grandes bases de dados e nossa tecnologia é a líder", considera Kramer.

Ele disse que Oblong ainda não tem clientes ligados ao governo dos Estados Unidos ou de outros países, mas oferece "um provedor central de tecnologia".

Ainda assim, a Oblong aproveita o seu papel nos filmes para invadir a realidade, mesmo que o software não seja exatamente igual à produção cinematográfica de 2002.

"Acho que muita gente olha para as interfaces 'Minority Report' e imagina que poderiam usar esse sistema tão flexível em seus próprios escritórios ou estúdios de design", comenta Kramer.

"Não é ficção científica, é real", conclui.

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