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Só seis mulheres vão ao 'toplessaço' organizado no Facebook

O evento teve mais de 8 mil adesões em página criada no Facebook convocando ao protesto, no primeiro dia do verão, no entanto, só duas mulheres foram

topless (Getty Images)

topless (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2013 às 11h37.

O protesto marcado pelo Facebook tinha mais de 8 mil pessoas confirmadas, mas só seis mulheres tiveram coragem de exibir os seios na manhã deste sábado (21), na praia de Ipanema, na altura do Posto 9. O evento batizado de toplessaçofoi organizado contra a repressão a uma atriz, no dia 14 de novembro, que posava para fotos de divulgação de uma peça, no Arpoador, quando foi abordada por Policiais Militares e obrigada a se cobrir.

Apesar do pouco número de participantes, o toplessaço atraiu um grande número de curiosos e de profissionais de imprensa e serviu para despertar a discussão sobre o tema. A argentina Natália Lorenzo, que mora no Brasil há dez anos, se surpreendeu com a curiosidade das pessoas.

“Acho que a repressão ainda é grande, por isso nós mulheres temos que vir fazer essas coisas. Na Argentina também é proibido, o que é ridículo. Isto aqui é uma manifestação, não é uma promoção, não estou aqui para me mostrar”, disse Natália, que pintou nas costas a frase “Este corpo é meu”.

A pensionista Olga Solon, de 73 anos, que atualmente mora em Portugal, decidiu apoiar o protesto, mostrando os seios. “Eu sou adepta de tudo, de topless, de praia de nudismo. O corpo não tem nada de mais. O Posto 9 sempre foi o reduto do topless. Eu moro na Europa e lá isso é perfeitamente normal”, disse Olga.

A estudante Carolina Jovino compareceu ao protesto e pintou em seu abdômen a frase com a pergunta “Liberdade ofende?”. “É o meu corpo e eu tenho total liberdade de mostrar. Eu não tenho porque esconder uma parte do corpo. Sinceramente, eu não sei porque isso ainda choca as pessoas. Queria que me dissessem por que o meu peito é mais obsceno que o peito de um homem?”, questionou Carolina, que cursa Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A comerciante Aparecida Gadelha foi uma das primeiras e retirar a parte de cima do biquíni. Ela fez questão de ressaltar que se tratava de um ato político e que as mulheres não estava se exibindo. “Nós não estamos aqui para aparecer. Você não aparece na Marques de Sapucaí quase pelada [no Carnaval]? Por que não podemos ficar de topless?”, questionou Aparecida.

Para a cineasta Ana Paula Nogueira, o protesto era uma forma de elevar o Rio ao que já acontece em outras partes do mundo. “Temos que tornar o Rio uma cidade mais cosmopolita, mais moderna. Vamos sediar as Olimpíadas e temos que ser como as outras cidades são no mundo. Por que não ser uma cidade moderna em termos de atitude?”, perguntou.

Ela considerou que a baixa adesão ao protesto foi motivada pela repercussão negativa na rede social: “A agressividade dos homens e de algumas mulheres no Facebook foi uma coisa absurda. Mas esse assédio vai passar como já passou em outros lugares. Daqui a pouco, vai ser uma coisa natural”, disse Ana Paula, cercada por dezenas de fotógrafos, cinegrafistas e muitos curiosos, que insistiam em tirar fotos com celulares.

Alguns homens também decidiram participar do protesto e compareceram usando a parte de cima do biquíni, como forma de chamar a atenção para o assunto. “Eu acho que o ponto que as mulheres querem protestar é pela atitude não só dos homens, mas também de outras mulheres, em torno do corpo feminino. É isso que se quer desmistificar. Não há só uma violência física, mas também uma violência moral contra a mulher”, disse Renan Elias de Oliveira Carlo, estudante de química no Instituto Federal do Rio de Janeiro. O protesto ocorreu de forma pacífica e os policiais militares apenas ficaram observando de longe, sem intervir.

 

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