Sistema detecta enchentes e emite alerta para celular
Rede de sensores sem fio pode alertar sobre eventuais riscos por meio de mensagens de SMS
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2012 às 10h03.
São Paulo - Um sistema que detecta enchentes e o nível de poluição de rios e córregos, e ainda pode avisar a população, via telefone celular (SMS), sobre os eventuais riscos vem sendo testado em São Carlos, no interior de São Paulo. O e-NOE, que funciona por meio de uma rede de sensores sem fio, foi desenvolvido no Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, pelo professor Jó Ueyama. Desde maio, o equipamento vem sendo testado em dois pontos de um córrego da cidade.
O protótipo do equipamento desenvolvido por Ueyama é menor do que uma caixa de fósforos, e custou cerca de R$ 400,00. O equipamento é composto por dois sensores analógicos, cada um com uma função específica — o primeiro mede a pressão do rio, enquanto que o segundo sensor mede a poluição da água. Um alerta é gerado para notificar quando o nível do córrego (ou da poluição) atinge níveis que necessitam de uma notificação.
“Se o primeiro sensor detectar uma elevação súbita na pressão do rio, significa que haverá enchente. É quando devemos tirar a população da região o mais rápido possível”, explica o professor.
O equipamento transmite os dados via wireless Zigbee (tecnologia de comunicação sem fio com baixo consumo de bateria e com transmissões de longa distância) para uma central, onde um software envia alerta via mensagens de SMS para telefones celulares de moradores cadastrados no sistema. A bateria, similar à utilizada em carros, é realimentada por paineis solares. A autonomia está em fase de avaliação, mas estima-se que possa ficar entre 3 e 6 meses.
Por meio de uma parceria com a Prefeitura Municipal de São Carlos, Ueyama instalou em maio de 2012 dois equipamentos com esse sistema em um córrego da cidade, o Monjolinho. Um deles foi colocado na Avenida Trabalhador São-carlense, próximo ao campus da USP, e o outro perto da rotatória do Shopping Iguatemi. O pesquisador obteve autorização do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) de São Carlos para monitorar as águas do córrego.
Testes
No momento, o sistema encontra-se em fase de testes, e ainda não é possível se cadastrar para recebimento de alertas e as informações obtidas são armazenadas em um banco de dados. Além dos alertas, o protótipo permite que qualquer internauta tenha acesso a estes dados usando a interface do Google Maps.
Essa interface vai possibilitar aos sistemas de GPS criar rotas alternativas aos motoristas em caso de enchentes em uma determinada via. O professor acredita que com a colaboração da prefeitura da cidade de São Carlos, será possível viabilizar a criação de um cadastro de moradores e comerciantes para receber os alertas. “Uma nova parceria poderia ser criada com vistas a transformar São Carlos em uma cidade mais inteligente”, ressalta.
O equipamento sofreu uma reengenharia em relação ao primeiro protótipo, desenvolvido em 2010. A mudança foi implantada para melhorar a transmissão dos dados coletados do rio e diminuir o consumo de bateria. Diferentemente dos protótipos anteriores, este não armazena os dados coletados, mas os envia para o servidor assim que cada leitura é realizada.
Desta forma, é possível fornecer alertas de enchentes e nível de poluição em tempo real. “Espera-se que os transtornos e prejuízos causados pelas chuvas em São Carlos não se repitam, ou que ao menos possamos avisar a população e comerciantes para que se previnam antes que a enchente ocorra”, diz Ueyama.
O projeto teve início na Inglaterra, proposto pelos professores Daniel Hughes e Geoff Coulson. Este último foi o orientador de Ueyama entre 2002 e 2006, quando o pesquisador cursou doutorado na Universidade de Lancaster (Reino Unido). Na ocasião, o professor conheceu um projeto semelhante ao e-NOE e pensou em adaptá-lo ao Brasil.
Desde então o pesquisador tem aperfeiçoado o sistema com vistas a otimizá-lo para a realidade brasileira. “Além disso, é de interesse que o protótipo tenha um baixo custo para que as prefeituras possam replicá-lo”, destaca. Futuramente, Ueyama pretende disponibilizar o sistema como software livre para municípios que têm problemas com enchentes.
A pesquisa foi desenvolvida com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), sediado no ICMC. O projeto teve a participação do professor João Porto Albuquerque Pereira do ICMC e dos bolsistas Murilo Marin e Fernando Santos.
São Paulo - Um sistema que detecta enchentes e o nível de poluição de rios e córregos, e ainda pode avisar a população, via telefone celular (SMS), sobre os eventuais riscos vem sendo testado em São Carlos, no interior de São Paulo. O e-NOE, que funciona por meio de uma rede de sensores sem fio, foi desenvolvido no Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, pelo professor Jó Ueyama. Desde maio, o equipamento vem sendo testado em dois pontos de um córrego da cidade.
O protótipo do equipamento desenvolvido por Ueyama é menor do que uma caixa de fósforos, e custou cerca de R$ 400,00. O equipamento é composto por dois sensores analógicos, cada um com uma função específica — o primeiro mede a pressão do rio, enquanto que o segundo sensor mede a poluição da água. Um alerta é gerado para notificar quando o nível do córrego (ou da poluição) atinge níveis que necessitam de uma notificação.
“Se o primeiro sensor detectar uma elevação súbita na pressão do rio, significa que haverá enchente. É quando devemos tirar a população da região o mais rápido possível”, explica o professor.
O equipamento transmite os dados via wireless Zigbee (tecnologia de comunicação sem fio com baixo consumo de bateria e com transmissões de longa distância) para uma central, onde um software envia alerta via mensagens de SMS para telefones celulares de moradores cadastrados no sistema. A bateria, similar à utilizada em carros, é realimentada por paineis solares. A autonomia está em fase de avaliação, mas estima-se que possa ficar entre 3 e 6 meses.
Por meio de uma parceria com a Prefeitura Municipal de São Carlos, Ueyama instalou em maio de 2012 dois equipamentos com esse sistema em um córrego da cidade, o Monjolinho. Um deles foi colocado na Avenida Trabalhador São-carlense, próximo ao campus da USP, e o outro perto da rotatória do Shopping Iguatemi. O pesquisador obteve autorização do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) de São Carlos para monitorar as águas do córrego.
Testes
No momento, o sistema encontra-se em fase de testes, e ainda não é possível se cadastrar para recebimento de alertas e as informações obtidas são armazenadas em um banco de dados. Além dos alertas, o protótipo permite que qualquer internauta tenha acesso a estes dados usando a interface do Google Maps.
Essa interface vai possibilitar aos sistemas de GPS criar rotas alternativas aos motoristas em caso de enchentes em uma determinada via. O professor acredita que com a colaboração da prefeitura da cidade de São Carlos, será possível viabilizar a criação de um cadastro de moradores e comerciantes para receber os alertas. “Uma nova parceria poderia ser criada com vistas a transformar São Carlos em uma cidade mais inteligente”, ressalta.
O equipamento sofreu uma reengenharia em relação ao primeiro protótipo, desenvolvido em 2010. A mudança foi implantada para melhorar a transmissão dos dados coletados do rio e diminuir o consumo de bateria. Diferentemente dos protótipos anteriores, este não armazena os dados coletados, mas os envia para o servidor assim que cada leitura é realizada.
Desta forma, é possível fornecer alertas de enchentes e nível de poluição em tempo real. “Espera-se que os transtornos e prejuízos causados pelas chuvas em São Carlos não se repitam, ou que ao menos possamos avisar a população e comerciantes para que se previnam antes que a enchente ocorra”, diz Ueyama.
O projeto teve início na Inglaterra, proposto pelos professores Daniel Hughes e Geoff Coulson. Este último foi o orientador de Ueyama entre 2002 e 2006, quando o pesquisador cursou doutorado na Universidade de Lancaster (Reino Unido). Na ocasião, o professor conheceu um projeto semelhante ao e-NOE e pensou em adaptá-lo ao Brasil.
Desde então o pesquisador tem aperfeiçoado o sistema com vistas a otimizá-lo para a realidade brasileira. “Além disso, é de interesse que o protótipo tenha um baixo custo para que as prefeituras possam replicá-lo”, destaca. Futuramente, Ueyama pretende disponibilizar o sistema como software livre para municípios que têm problemas com enchentes.
A pesquisa foi desenvolvida com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), sediado no ICMC. O projeto teve a participação do professor João Porto Albuquerque Pereira do ICMC e dos bolsistas Murilo Marin e Fernando Santos.