Servidores: AWS fica fora do ar e derruba vários sites e serviços digitais (Bram Cohen/Getty Images)
Thiago Lavado
Publicado em 25 de novembro de 2020 às 14h40.
Última atualização em 26 de novembro de 2020 às 11h56.
Os servidores da Amazon Web Services (AWS), serviço de computação em nuvem da Amazon, ficaram fora do ar nesta quarta-feira, 25, levando vários sites e páginas a ficar inoperantes.
O armazenamento em nuvem provido pela AWS é a espinha dorsal de muitas informações online. Enquanto os servidores estão offline, muitos sites não conseguem ser atualizados. Entre os afetados estão a rede de fotografias Flickr e o site do metrô de Nova York, por exemplo.
O DownDetector, portal que registra reclamações sobre serviços digitais, apontou um pico de usuários apontando para problemas no serviço da AWS. Os relatos se concentravam nos Estados Unidos, embora houvesse menor volume de reclamações também no Brasil e na Europa.
Procurada pela EXAME, a AWS afirmou que está trabalhando na resolução do problema. Segundo a empresa, o problema se deu em um serviço de análise de dados em tempo real, localizado nos Estados Unidos. "O Amazon Kinesis, serviço que permite processar e analisar dados assim que são recebidos e responder instantaneamente, vem registrando uma crescente taxa de erros na Região US-East-1, o que impactou outros serviços da AWS nesta manhã [nos Estados Unidos]", disse um porta-voz da companhia.
A AWS é uma divisão que serve empresas de diferentes ramos com uma operação voltada para o armazenamento de dados em nuvem. É independente, pois não serve apenas ao propósito da Amazon. O segmento é um dos mais lucrativos para a varejista: do faturamento de 96,1 bilhões de dólares registrado no terceiro trimestre de 2020, uma fatia de 11,6 bilhões de dólares (12,1%) veio da divisão de computação em nuvem, a AWS. Assim como no segundo trimestre deste ano, o setor apresentou crescimento de 29%.
No Brasil, um dos principais serviços afetados parece ser o iFood, que utiliza os sistemas da AWS em seu aplicativo. Usuários do app de entrega de refeições usaram as redes sociais para relatar diversos problemas na plataforma. Vários pedidos estão bastante atrasados e alguns foram até mesmo cancelados, mesmo sendo entregues (e cobrados) mesmo após a notificação do cancelamento.
A EXAME procurou o iFood para entender as causas do problema e se realmente há uma relação com a falha da AWS. Em nota, a empresa informou que o problema realmente foi causado pela AWS e que a instabilidade "provocou impacto direto nos serviços prestados pela plataforma do iFood no início do dia". "O time de tecnologia do iFood adotou um plano de contingência para garantir os serviços de ponta a ponta e acompanha de perto, junto à AWS o desdobramento das ações para a solução completa do problema", diz o texto.
https://twitter.com/_marcus86/status/1331655459078606860
O @ifood tá uma bagunça hoje.
Fiz pedido para um evento da empresa, pagamento corporativo. Entrega prevista para 25-35 min, quando finalizou o pedido era mais de 1h30 de espera.
Faltando 1 min pro entregador chegar, travou, e não consigo falar com ninguém!! Sem comer e bravo. pic.twitter.com/oF0oFVNXT7
— O Tal (@O7ald0n4n0) November 25, 2020
[status] Identified: Members are receiving an "Oops, something went wrong" error when trying to log in or create an account due to a current AWS outage. We are monitoring the situation and will continue to share information here as it… https://t.co/drGhoVfYMv
— Flickr Help (@FlickrHelp) November 25, 2020
Hello. We are currently unable to remove the A line service alert from our website and app because of the widespread Amazon AWS outage. A trains are no longer running local in Brooklyn. We will continue to post updates here as we have them.
— NYCT Subway (@NYCTSubway) November 25, 2020
*Esta reportagem foi atualizada para incluir o posicionamento do iFood, enviado após a publicação do texto