Primeiro "Viagra" feminino é aprovado por agência dos EUA
A Food and Drugs Administration deu sinal verde para a comercialização do flibanserin, apelidado de primeiro "Viagra" feminino
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2015 às 21h50.
Washington - A Food and Drugs Administration (FDA), agência que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos , deu sinal verde nesta terça-feira para a comercialização do flibanserin, apelidado de primeiro "Viagra" feminino, produzido pelo grupo Sprout Pharmaceuticals, destinado às mulheres na pré-menopausa que sofrem de falta de desejo sexual.
O medicamento será vendido com o nome Addyi.
"A decisão de hoje dá às mulheres preocupadas com seu baixo desejo sexual uma opção de tratamento aprovado", disse Janet Woodcock, diretora do Centro para Avaliação e Pesquisas da FDA.
A agência aprovou o Addyi especificamente para uma condição conhecida como "distúrbio de desejo sexual hipoativo generalizado adquirido (HSDD na sigla em inglês)", que provoca a perda súbita e severa da libido, destacou a FDA em um comunicado.
O distúrbio pode se desenvolver em mulheres sexualmente ativas anteriormente, provocando angústia e problemas de relacionamento, "e não se deve a uma condição médica ou psiquiátrica coexistente, a problemas no relacionamento ou a efeitos de uma medicação ou outra substância".
"Antes da aprovação do Addyi, não havia tratamentos aprovados pela FDA para distúrbios relacionados ao desejo sexual em homens ou mulheres", destacou a agência.
O remédio, um agente não hormonal que atua nos neurotransmissores do cérebro, não deve ser ingerido com álcool e só estará disponível em farmácias certificadas por causa das sérias interações potenciais com o álcool, inclusive efeitos colaterais como náuseas, sonolência, queda severa da pressão arterial e desmaios.
"Os pacientes e os médicos que o prescreverem devem entender totalmente os riscos associados no uso do Addyi antes de considerar o tratamento", acrescentou Woodcock.
Nova tentativa
Em junho deste ano, uma equipe de especialistas pediu à FDA a aprovação do flibanserin, após anteriormente ter votado contra o procedimento duas vezes no passado.
A FDA não é obrigada a seguir a recomendação do comitê, mas costuma fazê-lo.
Tentativas anteriores de levar o medicamento ao mercado falharam em 2010 e 2013, após os especialistas considerarem inconclusivas suas vantagens quando comparadas com um placebo.
Segundo documentos disponíveis no site da FDA sobre um teste clínico com o remédio, as mulheres que fizeram uso do flibanserin disseram ter tido, em média, 4,4 experiências sexuais satisfatórias em um mês contra 3,7 no grupo que consumiu placebo e 2,7 antes de iniciado o estudo.
"Chegar a este momento marcante foi uma jornada notável. Hoje, comemoramos o que esta aprovação significa para todas as mulheres que esperam há muito tempo por uma opção de tratamento médico para este problema que afeta as suas vidas", afirmou Cindy Whitehead, diretora-executiva do Sprout.
"Aplaudimos a FDA por colocar a voz das pacientes no centro da conversa e por se concentrar nas evidências científicas", acrescentou.
Disfunção sexual mais comumente diagnosticada
Rebecca Zucconi, professora assistente de ciências médicas da Escola de Medicina Frank H. Netter, da Universidade de Quinnipiac, disse que o distúrbio de desejo sexual hipoativo generalizado adquirido (ou HSDD) é a disfunção sexual mais comumente diagnosticada em mulheres.
"Até agora, os médicos se limitavam a recomendar educação, aconselhamento, psicoterapia e, em alguns casos, o uso de testosterona e terapia de estrogênio como opções de tratamento para mulheres com HSDD", disse Zucconi.
A sonolência, os desmaios e a pressão arterial baixa estão entre os efeitos colaterais do Addyi que trazem preocupações sobre a segurança. O uso de contraceptivos hormonais e álcool pode agravá-los.
Os especialistas também levantaram questões sobre os riscos associados com o câncer de mama, observados em dois estudos com animais de laboratório.
São Paulo - Não falta gente interessada em sexo no mundo da ciência - inclusive, como objeto de estudo. Diversas pesquisas sobre o tema já chegaram às mais variadas conclusões. Reunimos aqui uma pequena amostra delas.
Cerca de 40% dos homens que sofrem ataques cardíacos acabam interrompendo sua vida sexual, de acordo com a universidade de Chicago. Entretanto, apenas 1% de todos os ataques cardíacos acontecem durante relações sexuais. E mais: só 1% dos sobreviventes de um ataque cardíaco morrem durante o ato sexual.
Sexting é o termo que denomina a prática de trocar mensagens com conteúdos picantes via celular. Divulgado pela publicação Pediatrics and Adolescent Medicine, um estudo com 943 estudantes com idades entre 14 e 19 anos apontou que 28% dos entrevistados já havia enviado fotos suas sem roupas para outras pessoas.
A cefaleia orgástica é um distúrbio caracterizado por intensas dores de cabeça no momento do orgasmo. De acordo com o médico Abouch Krymchantowski, o fenômeno atinge três vezes mais homens que mulheres e é comum na faixa entre 20 e 25 anos - mas tem tratamento.
A prática de exercícios físicos pode ser um poderoso afrodisíaco. Pelo menos, é o que aponta um estudo realizado com 250 pessoas pela universidade da Califórnia. Nele, foi constatado que aqueles que realizavam cerca de 40 minutos de exercício por dia tinham o dobro do desejo sexual em relação àqueles que gastavam em média 20 minutos por dia com caminhadas ou corridas.
Você sabia que já existe camisinha elétrica? Ela foi criada por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia. De acordo com os cientistas, o preservativo masculino formado por tecido condutor e preso com velcro libera impulsos elétricos de baixa intensidade que provocam maior prazer em quem usa.
A crise econômica afetou a vida sexual dos espanhóis, segundo um levantamento realizado pela Pfizer com 502 mulheres e 528 homens entre 36 e 65 anos. Nele, foi constatado que, de 2010 para 2012, o tempo médio dedicado às relações sexuais no país caiu de duas horas por semana para apenas 34 minutos a cada sete dias.
Transar com camisinha é como chupar bala com papel? Parece que os americanos não acreditam muito nisso. Uma pesquisa da Universidade Indiana com homens entre 18 e 59 anos mostrou que a maioria deles não se incomoda em usar preservativo durante a relação sexual.
Um estudo da universidade de Harvard mostrou que falar sobre si mesmo no Facebook e em outras redes sociais faz com que o corpo libere dopamina. Essa substância química é a mesma que provoca no cérebro a sensação de prazer resultante de uma relação sexual.
Cem homens foram submetidos por cientistas do Instituto de Ciências da Evolução de Montpellier a um experimento. Nele, os voluntários deveriam escolher entre os rostos femininos que lhe parecessem mais atraentes. No fim, constatou-se que os participantes geralmente escolheram mulheres com as quais compartilhavam alguns traços.
Colocar o laptop no colo e usá-lo conectado à rede Wi-Fi piora a qualidade do sêmen. A publicação Fertility and Sterility divulgou um estudo sobre o assunto. No experimento, amostras do esperma de 29 homens foram colocadas debaixo de um notebook conectado à internet sem fio. Quatro horas depois, os espermatozóides nas amostras já não se mexiam. O fenômeno seria um efeito colateral da radiação gerada durante a comunicação sem fio.
Cerca de 25% das mulheres entrevistadas afirmaram que fazer sexo as torna extremamente felizes em um levantamento realizado pela cientista Catherine Hakim. O percentual é bem menor do que a quantidade de mulheres que declararam terem a mesma sensação por possuírem um animal de estimação - que chegou a 42% na mesma pesquisa.
Um novo tipo de camisinha pode estar vindo por aí. Financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, um projeto da universidade de Wollongong prevê o uso de hidrogéis (no lugar do látex) na fabricação de preservativos. O caráter úmido e as propriedades mecânicas parecidas justificam a escolha do material pelos cientistas.
Impotência e ejaculação precoce estão entre as doenças sexuais mais comuns entre os homens, segundo um estudo da universidade da Carolina do Norte. De acordo com o trabalho, cerca de um terço dos homens sofre ou já sofreu com o segundo problema – que é mais comum entre indivíduos com menos de 40 anos.
Em São Paulo, um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde com 300 participantes apontou que um em cada cinco homens em tratamento por conta de disfunção sexual já havia se automedicado. Os participantes da pesquisa tinham entre 20 e 35 anos. O perigo de tomar Viagra e outros medicamentos sem receita médica são os efeitos colaterais - que vão da dor de cabeça ao infarto.
Mais de um terço dos jovens brasileiros entre 14 e 25 anos não usa camisinha na hora de transar. O dado é de um estudo da Unifesp. Segundo o trabalho, 32% das meninas entre 14 e 20 anos já ficaram grávidas, pelo menos, uma vez na vida.
Cerca de 23% das meninas entre 10 e 15 anos já fizeram uso da pílula do dia seguinte alguma vez. O dado é de um levantamento realizado com 600 adolescentes pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Embora evite a fecundação, a pílula não evita o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, em inglês) descobriram que o iogurte é ótimo para a reprodução. Pelo menos, entre ratinhos. Nos experimentos realizados, camundongos machos alimentados com a substância registraram aumento dos testículos. Enquanto isso, fêmeas tiveram ninhadas maiores após ingerirem o alimento.
Michael Wasserman é cientista na universidade de Berkeley. Ele realizou um estudo com macacos em Uganda, na África. Durante o trabalho, constatou que animais que só se alimentavam da árvore chamada Milettia eram sexualmente mais ativos do que aqueles que ingeriam carne. Esses macacos apresentavam maior concentração no sangue de estradiol, o hormônio do sexo.
Um estudo publicado na revista Cell mostrou que um remédio pensado para tentar deter o câncer interrompeu a produção de esperma em ratos. A descoberta aumentou as esperanças em relação ao desenvolvimento de uma pílula anticoncepcional para homens no futuro.
Metade dos brasileiros afirma estar insatisfeito com sua vida sexual. O dado é da Durex Global Sex Survey, pesquisa realizada no país com 1.004 participantes entre 18 e 65 anos. Entre as mulheres, o descontentamento chega a 56% - enquanto fica na faixa de 51% entre os homens.