Poluição atmosférica está entre principais causas do câncer
Relatório disse que 223 mil mortes por câncer de pulmão ocorridas em 2010 no mundo resultaram da poluição atmosférica
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 18h31.
Londres - O ar que respiramos está repleto de substâncias cancerígenas e contribui com centenas de milhares de mortes por ano, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (AIPC), subordinada à Organização Mundial da Saúde ( OMS ).
O relatório disse que 223 mil mortes por câncer de pulmão ocorridas em 2010 no mundo resultaram da poluição atmosférica, e que também há fortes indícios de que a contaminação do ar eleva o risco de câncer de bexiga.
Já era sabido que a poluição atmosférica, decorrente principalmente das emissões de gases no transporte, geração energética, indústria e agricultura, eleva os riscos de diversas doenças cardiorrespiratórias.
Algumas pesquisas sugerem que nos últimos anos a exposição à poluição cresceu significativamente em algumas partes do mundo, especialmente em países populosos e que passam por uma rápida industrialização, como a China.
"Agora sabemos que a poluição atmosférica externa é não só um grande risco à saúde em geral, mas também a principal causa ambiental das mortes por câncer", disse Kurt Straif, diretor da seção de monografias da AIPC, que tem a tarefa de classificar os agentes cancerígenos.
Em nota divulgada após uma semana de reuniões entre especialistas que revisaram a literatura científica mais recente, a AIPC disse que a poluição atmosférica ao ar livre e o material particulado - um importante componente da poluição - devem passar a ser classificados como agentes carcinogênicos do Grupo 1.
Essa classificação abrange mais de cem outros agentes cancerígenos conhecidos, como o amianto, o plutônio, a poeira de sílica, a radiação ultravioleta e o cigarro.
A classificação já abrangia também muitas substâncias habitualmente encontradas no ar poluído, como a fumaça dos motores a diesel, solventes, metais e poeiras. Mas esta é a primeira vez que os especialistas classificam o próprio ar poluído dos ambientes externos como uma causa do câncer.
"Nossa tarefa foi avaliar o ar que todos respiram, em vez de focar em poluentes específicos do ar", disse Dana Loomis, subdiretora da seção. "Os resultados dos estudos revistos apontam na mesma direção: o risco de desenvolver câncer de pulmão é significativamente maior em pessoas expostas à poluição atmosférica." Embora os níveis e a composição da poluição atmosférica variem muito de um lugar para outro, a AIPC disse que suas conclusões se aplicam a todas as regiões do mundo.
Christopher Wild, diretor da agência, disse que a classificação da poluição atmosférica como um agente carcinogênico é um passo importante no sentido de alertar os governos sobre os perigos e os custos em potencial.
"Há formas muito eficientes de reduzir a poluição atmosférica e, dada a escala da exposição que afeta as pessoas no mundo todo, este relatório deveria passar um forte sinal à comunidade internacional para agir."
Londres - O ar que respiramos está repleto de substâncias cancerígenas e contribui com centenas de milhares de mortes por ano, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (AIPC), subordinada à Organização Mundial da Saúde ( OMS ).
O relatório disse que 223 mil mortes por câncer de pulmão ocorridas em 2010 no mundo resultaram da poluição atmosférica, e que também há fortes indícios de que a contaminação do ar eleva o risco de câncer de bexiga.
Já era sabido que a poluição atmosférica, decorrente principalmente das emissões de gases no transporte, geração energética, indústria e agricultura, eleva os riscos de diversas doenças cardiorrespiratórias.
Algumas pesquisas sugerem que nos últimos anos a exposição à poluição cresceu significativamente em algumas partes do mundo, especialmente em países populosos e que passam por uma rápida industrialização, como a China.
"Agora sabemos que a poluição atmosférica externa é não só um grande risco à saúde em geral, mas também a principal causa ambiental das mortes por câncer", disse Kurt Straif, diretor da seção de monografias da AIPC, que tem a tarefa de classificar os agentes cancerígenos.
Em nota divulgada após uma semana de reuniões entre especialistas que revisaram a literatura científica mais recente, a AIPC disse que a poluição atmosférica ao ar livre e o material particulado - um importante componente da poluição - devem passar a ser classificados como agentes carcinogênicos do Grupo 1.
Essa classificação abrange mais de cem outros agentes cancerígenos conhecidos, como o amianto, o plutônio, a poeira de sílica, a radiação ultravioleta e o cigarro.
A classificação já abrangia também muitas substâncias habitualmente encontradas no ar poluído, como a fumaça dos motores a diesel, solventes, metais e poeiras. Mas esta é a primeira vez que os especialistas classificam o próprio ar poluído dos ambientes externos como uma causa do câncer.
"Nossa tarefa foi avaliar o ar que todos respiram, em vez de focar em poluentes específicos do ar", disse Dana Loomis, subdiretora da seção. "Os resultados dos estudos revistos apontam na mesma direção: o risco de desenvolver câncer de pulmão é significativamente maior em pessoas expostas à poluição atmosférica." Embora os níveis e a composição da poluição atmosférica variem muito de um lugar para outro, a AIPC disse que suas conclusões se aplicam a todas as regiões do mundo.
Christopher Wild, diretor da agência, disse que a classificação da poluição atmosférica como um agente carcinogênico é um passo importante no sentido de alertar os governos sobre os perigos e os custos em potencial.
"Há formas muito eficientes de reduzir a poluição atmosférica e, dada a escala da exposição que afeta as pessoas no mundo todo, este relatório deveria passar um forte sinal à comunidade internacional para agir."