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Pesquisadores avançam no tratamento para Alzheimer

Cientistas descobrem alvo promissor para o desenvolvimento de novos medicamentos contra danos provocados por doenças neurodegenerativas e AVC

Paciente com Alzheimer: comitê de médicos quer começar a comercialização do produto (Jean-Francois Monier/AFP)
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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2011 às 12h32.

São Paulo - Uma pequena parte de um receptor cerebral acaba de ser anunciado por um grupo de cientistas nos Estados Unidos como um alvo promissor para o desenvolvimento de novos medicamentos contra Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

A pesquisa sobre o receptor, um aminoácido denominado NMDA (N-metil-D-aspartato), foi feita na Universidade de Buffalo e teve seus resultados descritos em artigo publicado na terça-feira (11/10) na Nature Communications.

“É a primeira vez que essa região do cérebro se mostrou útil como um alvo de drogas. Se pudermos encontrar um composto químico que se ligue nessa região e prenda as subunidades dos receptores NMDA, o resultado será muito importante na busca de alternativas de tratamentos para danos provocados por acidentes vasculares cerebrais (AVC), Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas”, disse Gabriela Popescu, principal autora do estudo.

A pesquisa foi focada nos receptores cerebrais para o neurotransmissor glutamato, que está envolvido com tais doenças bem como outras condições, como o glaucoma.

Os dois principais receptores no cérebro para o glutamato são o NMDA e o AMPA, ambos com papéis fundamentais na memória e no aprendizado humano. Os dois são compostos de quatro subunidades, sendo que dentro de cada receptor essas subunidades são organizadas em pares.

Como os dois receptores têm estruturas semelhantes, os cientistas estimavam que eles funcionassem de modo parecido. “Mas quando alteramos a interface de seus pares – o local em que as duas subunidades se agrupam com cada par –, verificamos que o NMDA funciona da maneira oposta do AMPA”, contou Popescu.

Ao travar as duas subunidades juntas, o grupo conseguiu obter uma redução expressiva na atividade do NMDA e, consequentemente, uma diminuição na quantidade de cálcio que entra os neurônios em resposta ao glutamato.

O excesso de cálcio devido à maior atividade de receptores NMDA é o que eventualmente terminará por matar neurônios, levando aos sintomas comuns que ocorrem após um AVC ou doenças neurodegenerativas.

A droga Namenda, um dos medicamentos atuais que atuam no receptor NMDA, tem como alvo um local diferente dentro do receptor daquele pesquisado pelo grupo da Universidade de Buffalo. Os pesquisadores esperam que o novo alvo possa resultar no desenvolvimento de drogas mais eficientes.

O artigo NMDA receptor activation requires remodelling of intersubunit contacts within ligand-binding heterodimers (doi:10.1038/ncomms151), de Popespcu e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Communications.

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São Paulo - Uma pequena parte de um receptor cerebral acaba de ser anunciado por um grupo de cientistas nos Estados Unidos como um alvo promissor para o desenvolvimento de novos medicamentos contra Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.

A pesquisa sobre o receptor, um aminoácido denominado NMDA (N-metil-D-aspartato), foi feita na Universidade de Buffalo e teve seus resultados descritos em artigo publicado na terça-feira (11/10) na Nature Communications.

“É a primeira vez que essa região do cérebro se mostrou útil como um alvo de drogas. Se pudermos encontrar um composto químico que se ligue nessa região e prenda as subunidades dos receptores NMDA, o resultado será muito importante na busca de alternativas de tratamentos para danos provocados por acidentes vasculares cerebrais (AVC), Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas”, disse Gabriela Popescu, principal autora do estudo.

A pesquisa foi focada nos receptores cerebrais para o neurotransmissor glutamato, que está envolvido com tais doenças bem como outras condições, como o glaucoma.

Os dois principais receptores no cérebro para o glutamato são o NMDA e o AMPA, ambos com papéis fundamentais na memória e no aprendizado humano. Os dois são compostos de quatro subunidades, sendo que dentro de cada receptor essas subunidades são organizadas em pares.

Como os dois receptores têm estruturas semelhantes, os cientistas estimavam que eles funcionassem de modo parecido. “Mas quando alteramos a interface de seus pares – o local em que as duas subunidades se agrupam com cada par –, verificamos que o NMDA funciona da maneira oposta do AMPA”, contou Popescu.

Ao travar as duas subunidades juntas, o grupo conseguiu obter uma redução expressiva na atividade do NMDA e, consequentemente, uma diminuição na quantidade de cálcio que entra os neurônios em resposta ao glutamato.

O excesso de cálcio devido à maior atividade de receptores NMDA é o que eventualmente terminará por matar neurônios, levando aos sintomas comuns que ocorrem após um AVC ou doenças neurodegenerativas.

A droga Namenda, um dos medicamentos atuais que atuam no receptor NMDA, tem como alvo um local diferente dentro do receptor daquele pesquisado pelo grupo da Universidade de Buffalo. Os pesquisadores esperam que o novo alvo possa resultar no desenvolvimento de drogas mais eficientes.

O artigo NMDA receptor activation requires remodelling of intersubunit contacts within ligand-binding heterodimers (doi:10.1038/ncomms151), de Popespcu e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Communications.

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