Tecnologia

ONU aposta na tecnologia para compensar custos climáticos

Avanços tecnológicos podem atenuar os custos do combate ao aquecimento, que deve consumir 0,12% do PIB global até 2030, segundo o IPCC

Um exemplo seria a adoção de alternativas aos combustíveis fósseis, que causassem menos poluição atmosférica e menos gastos com saúde.  (Getty Images)

Um exemplo seria a adoção de alternativas aos combustíveis fósseis, que causassem menos poluição atmosférica e menos gastos com saúde. (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2014 às 19h42.

Gardermoen - Os custos do combate ao aquecimento global aumentarão inexoravelmente se o mundo não limitar as emissões de gases do efeito estufa até 2015, mas novas tecnologias podem contrabalançar tais custos, disse na segunda-feira o chefe da comissão climática da ONU.

Em entrevista à Reuters, Rajendra Pachauri também se disse "razoavelmente otimista" de que a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro, terá avanços pelo menos modestos no controle da mudança climática.

Em um relatório de 2007, o Painel Intergovernamental para a Mudança Climática (IPCC), dirigido por Pachauri, declarou que as emissões de gases do efeito estufa deveriam atingir seu auge até 2015, para que o aumento da temperatura média global se restrinja a 2 graus Celsius, limite acima do qual as consequências devem ser mais nefastas.

"Se você se desviar dessa meta (de 2015) e adiar o pico das emissões globais, estará se deslocando para uma trajetória mais cara", disse ele. "Você não está abrindo mão da possibilidade, mas vai ter de pagar mais caro."

Mas Pachauri disse também que avanços tecnológicos podem atenuar os custos do combate ao aquecimento, que o IPCC prevê que irão consumir 0,12 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) global anual até 2030. "É inteiramente possível ... que os benefícios possam contrabalançar os custos", disse ele. "E o declínio nos custos pode ser bem mais rápido do que o esperado."

Um exemplo seria a adoção de alternativas aos combustíveis fósseis, que causassem menos poluição atmosférica e menos gastos com saúde. Mas qualquer estimativa de custo, segundo Pachauri, é incerta. "Não acho que se possam fazer previsões a serem tratadas como palavras da Bíblia", afirmou.

Ele também afirmou que não pretende se demitir por causa de erros no relatório de 2007 do IPCC, que levaram céticos a questionarem a validade dos alertas. O relatório exagerava, por exemplo, o ritmo do degelo do Himalaia, mas cientistas dizem que esse tipo de equívoco não invalida os alertas a respeito das secas, inundações, ondas de calor e degelo dos mares que podem decorrer da mudança climática.

Seguindo as recomendações do IPCC, cerca de 140 governos concordaram, na cúpula de 2009 em Copenhague, sobre a necessidade de limitar o aquecimento a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. A temperatura já subiu 0,7 grau Celsius nos últimos cerca de 200 anos.

A partir da semana que vem, representantes de todos os países buscarão em Cancún novas medidas climáticas, como a criação de um "fundo verde" para ajudar nações em desenvolvimento a se adaptarem e mitigarem o aquecimento. Mas a adoção de um novo tratado abrangente e de cumprimento obrigatório será praticamente impossível.


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