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O futuro da cadeia de abastecimento

De acordo com Stephen David, as etiquetas eletrônicas devem substituir o código de barras em questão de anos. Trata-se de uma tecnologia com um potencial de aplicação muito maior do que hoje conseguimos imaginar , diz. Leia abaixo a entrevista completa que David concedeu à EXAME: EXAME: Que tipo de benefício as etiquetas eletrônicas podem […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h33.

De acordo com Stephen David, as etiquetas eletrônicas devem substituir o código de barras em questão de anos. Trata-se de uma tecnologia com um potencial de aplicação muito maior do que hoje conseguimos imaginar , diz. Leia abaixo a entrevista completa que David concedeu à EXAME:

EXAME: Que tipo de benefício as etiquetas eletrônicas podem trazer às empresas?

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Stephen David: Elas tornarão toda a cadeia de abastecimento mais inteligente e automatizada, o que trará ganhos para todos: fornecedor, fabricante, varejista e consumidor. Pelo fato da e-tag armazenar uma grande quantidade de informação e não necessitar de intervenção manual para ser lida , permite que a vida de um produto seja monitorada desde a sua fabricação até o momento de ele ser jogado no lixo. Aliás, a indústria de reciclagem pode ser tremendamente beneficiada com essa tecnologia. Uma das etapas mais demoradas e caras do processo de reciclagem é a separação de embalagens por tipo de material e por cor, informações que as etiquetas eletrônicas podem conter.

EXAME: E para as empresas no geral?

David: Tanto a indústria, quanto o varejo perderão menos vendas por falta de produtos nas prateleiras, pois saberão em tempo real quantos produtos estão no estoque. Ambos também ganharão com a redução de inventário, já que a visibilidade das informações diminuirá nossa dependência de previsões que nem sempre estão certas.

EXAME: Mas como é possível ter toda essa visibilidade?

David: É preciso que cada item, cada caixa e cada palete de um armazém, por exemplo, tenham suas etiquetas inteligentes e que o ambiente seja provido de uma rede sem fio para que as etiquetas sejam acessadas por leitores de rádio-freqüência (a tecnologia que lê os microchips das etiquetas). Isso tudo, é claro, ligado a sistemas de computador programados a partir de regras do negócio. São eles que darão os alertas de que um determinado produto precisa ser reposto porque chegou a um estoque mínimo, por exemplo. Estenda-se isso aos sistemas compartilhados por várias empresas na internet e chega-se lá.

EXAME: O senhor falou de benefícios para os consumidores. Quais são eles?

David: Primeiro, sofrerão menos frustrações por não encontrar o que procuram nas lojas. Também enfrentarão menos filas nos caixas do varejo. Daqui a 10 anos, talvez não seja necessário tirar todos os itens do carrinho ao passar pelo caixa no supermercado. As e-tags são lidas sem a necessidade de passar uma a uma pelo leitor, como acontece com os códigos de barras atuais. As etiquetas eletrônicas também garantirão a autenticidade dos produtos, pois conterão mais informações.

EXAME: A quanto tempo estamos dessa realidade?

David: O Auto ID Center - grupo de pesquisas sediado no MIT, responsável por desenvolver a infra-estrutura e o padrão universal das e-tags --, prevê o lançamento das especificações do padrão global das etiquetas ainda no terceiro trimestre deste ano. Em 2004 e 2005 esperamos ver a adoção das etiquetas nos paletes e nas caixas, para só depois começarmos a assistir a adoção em massa das e-tags nos itens individualmente.

EXAME: As etiquetas eletrônicas vêm sendo pesquisadas desde a segunda guerra mundial. Por que ainda não foram adotadas como ferramenta de logística?

David: Por duas razões principais. Primeiro, porque não há um padrão de troca de informações por rádio-freqüência. Atualmente, há mais de 100 protocolos diferentes sendo utilizados. O segundo fator tem a ver com custos. Para ser adotada em grande escala, tanto as etiquetas quanto os leitores têm de ter um preço viável. Há cerca de dois anos cada etiqueta custava cerca de 1,2 dólar. Atualmente custam em torno de cinco centavos de dólar. Os leitores estão na faixa de 500 dólares, mas em dois ou três anos estarão custando em torno de 100.

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