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Novo satélite amplia capacidade de TV no Brasil

Com mais de 6 toneladas, o SES-6 foi lançado na manhã de segunda-feira no Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão


	Trajeto de um satélite após lançamento: toda a capacidade dedicada ao País em banda Ku do SES-6 foi contratada pela Oi
 (Jiji Press/AFP)

Trajeto de um satélite após lançamento: toda a capacidade dedicada ao País em banda Ku do SES-6 foi contratada pela Oi (Jiji Press/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2013 às 09h53.

Baikonur - A SES lançou na manhã desta segunda, dia 2, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, com o foguete ILS Proton Breeze M, o seu satélite SES-6, que ocupará a posição orbital 40,5ºW. Após 15 horas, o satélite foi finalmente colocado com sucesso em sua órbita de transferência, onde ficará por cerca de 40 dias para abertura dos painéis de alimentação solar e testes antes de ser transferido para a posição definitiva.

O lançamento tem alguns significados especiais para o Brasil: o mais importante é que toda a sua capacidade dedicada ao País em banda Ku foi contratada pela Oi. A empresa fechou todos os 28 transponders de banda Ku voltados ao país do SES-6. Com isso, a Oi mais do que dobra sua capacidade atual para DTH e aumenta em 30% a capacidade em satélite que tem contratada para todos os serviços, inclusive transmissão de dados e telefonia.

Um contrato de operação tão extenso entre a operadora do satélite e um cliente como o que celebraram a SES e a Oi não é algo comum. Em geral, as contratações são por capacidades mais limitadas e feitas sob demanda. A opção da Oi foi por assegurar tudo de uma só vez. Com isso, um fato pouco usual aconteceu: o logotipo da Oi foi colocado no foguete Proton, que lançou o SES 6.

Normalmente, apenas o logo da empresa operadora (no caso a SES) e da fabricante do satélite seriam colocados, mas a SES avaliou que o tamanho da parceria justificaria a exceção. Para a SES, foi a primeira vez que a logomarca de um cliente foi estampada no foguete.

O SES-6 é um satélite de grande capacidade, com mais de 6 toneladas de carga de lançamento e que foi fabricado pela empresa europeia Astrium sobre a plataforma Eurostar E3000, com um total de 43 transponders de banda C e 48 transponders em banda Ku, dos quais 38 são operacionais na banda C e 36 na banda Ku. A diferença entre o total de transponders do satélite e os transponders operacionais se deve à reserva técnica para o caso de backup ou necessidade de redundância.


Na banda Ku, o satélite opera na configuração de frequências FSS (fixed-satellite service), o que significa que a Oi poderá utilizar a capacidade contratada também para operações de transmissão de dados.

Banda C

Além da Oi, o novo satélite da SES terá um impacto importante para o mercado de televisão brasileiro. Isso porque o SES-6 substituirá o satélite NSS 806, que hoje está na posição 40,5ºW e que abriga uma grande quantidade de canais de TV paga e distribuição de sinais de redes de TV aberta no Brasil.

Estas emissoras serão transferidas automaticamente pela SES para o novo satélite, de maneira praticamente transparente para o usuário. Mas como a capacidade em banda C do SES-6 é 50% superior à atual e o satélite opera na banda C planificada, com um total de 540 MHz de faixa, haverá espaço para novos canais. A SES aposta na grande demanda por capacidade para eventos esportivos e para a distribuição de canais de TV paga em alta definição e em feeds específicos para o Brasil.

Concluída essa transição, a SES moverá o NSS 806 para uma nova posição (47,5ºW), onde pretende continuar operando no Brasil. Mas isso depende de a Anatel conceder à SES o direito de operação da posição para o Brasil (landing rights), já que ela tem potencial de conflito com a posição 48ºW, esta sim reservada ao País e para a qual a Anatel poderia, futuramente, fazer uma licitação. Tanto o 806 quanto o SES-6 terão capacidade de subida e descida de sinais partindo ou chegando no Brasil, América do Norte e Europa.

Banda Ka no Brasil

A este noticiário, a SES revelou planos mais concretos de ter um satélite com capacidade em banda Ka para a região. Elias Zaccack, vice-presidente sênior de vendas para as Américas, explica que a SES tem mais dois satélites em estudo para cobrir a América Latina, que hoje é a região de maior crescimento e demanda da empresa por capacidade satelital.


Quando forem contratados (ainda estão na fase de planejamentos), um desses novos satélites será inteiramente em banda Ku e outro terá múltiplas frequências, eventualmente Ka, para serviços de banda larga.

Segundo Zaccack, a definição da configuração e capacidade em banda Ka ainda depende de conversas com os parceiros que operariam a capacidade no Brasil e em outros países para definir exatamente as necessidades de configuração de células e antenas, mas definitivamente é algo que está nos planos da SES. Para ele, é possível que até 2016 essa capacidade já esteja em operação. A SES é hoje a maior operadora de satélites comerciais do mundo, com 53 artefatos em funcionamento.

Cobertura para mobilidade

Um aspecto interessante do SES-6 é que ele terá um feixe de banda Ku cobrindo a região do Atlântico Norte. Normalmente, as operadoras de satélite não colocam cobertura em áreas desabitadas, como o meio dos oceanos, mas a aposta da SES é na crescente demanda por comunicações marítimas e aeronáuticas.

Com o feixe disponível entre Europa e EUA, será possível oferecer serviços de dados e TV para voos internacionais e cruzeiros. Já haveria pelo menos três contratos a serem anunciados de uso dessa capacidade, para aplicações em aviões.

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