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Nova tomada elétrica brasileira torna-se obrigatória hoje

Desde esta sexta-feira, está proibida a venda de aparelhos sem a nova tomada elétrica brasileira. O desrespeito à regra pode acarretar multa de até R$ 1,5 milhão

A nova tomada reduz o risco de choque elétrico, mas obriga os brasileiros a ter um suprimento de adaptadores à mão (Divulgação / Inmetro)

A nova tomada reduz o risco de choque elétrico, mas obriga os brasileiros a ter um suprimento de adaptadores à mão (Divulgação / Inmetro)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 1 de julho de 2011 às 19h36.

São Paulo — A nova tomada elétrica brasileira, que é incompatível com as que são usadas em outros países e com boa parte dos aparelhos em uso no país, torna-se obrigatória a partir de hoje, 1º de julho. A empresa que for pega vendendo aparelhos elétricos com tomadas diferentes do padrão oficial pode ser multada em até R$ 1,5 milhão.

O novo padrão foi desenvolvido por um grupo coordenado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e integrado por fabricantes de aparelhos elétricos e de plugues e tomadas. Estes últimos são os principais interessados na troca, já que ela deve gerar um grande volume de vendas de adaptadores e de tomadas.

Para o consumidor, a vantagem da nova tomada é que ela reduz as chances de choques elétricos ao conectar um aparelho. A posição rebaixada dos orifícios torna impossível, à pessoa, tocar nos pinos quando eles estiverem energizados. Mas o novo desenho não acaba com o problema de existirem duas tensões residenciais em uso no Brasil – 110 e 220 volts – com o mesmo modelo de tomada.

Na contramão

O novo padrão foi inspirado numa norma da International Electrotechnical Commision (IEC 60906-1), mas não é totalmente compatível com ela. A IEC especifica a tomada com dois ou três pinos redondos e formato sextavado similar ao adotado no Brasil, mas apenas para redes de 220 ou 230 volts. Para 110 ou 120 volts, a indicação da IEC é o uso de pinos chatos, como os empregados nos Estados Unidos e no Japão. Na contramão da norma internacional, a comissão da ABNT adotou desenhos idênticos para as duas tensões. Assim, continua existindo o risco de alguém queimar um aparelho de 110 volts ao ligá-lo, acidentalmente, a uma tomada de 220 volts. 


Há outros aspectos em que o desenho brasileiro difere do recomendado pela IEC. O padrão internacional indica pinos de 4,5 mm de diâmetro e corrente máxima de 16 amperes. Já o brasileiro especifica dois diâmetros de pinos: 4 mm para aparelhos com corrente de até 10 amperes e 4,8 mm para aqueles que consomem entre 10 e 20 amperes.

Adoção forçada

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) divulgou, nesta semana, um balanço da implantação do novo desenho, que já vem sendo feita há alguns anos. Segundo o Inmetro, o padrão está consolidado e já quase não se encontram tomadas em outros formatos à venda no país. O instituto diz que as irregularidades constatadas não passam de 3% dos produtos examinados pelos técnicos. Além disso, desde 2006, todas as novas construções no Brasil só recebem o “Habite-se” se tiverem tomadas no novo padrão.

De maneira geral, os equipamentos à venda no Brasil já usam a nova tomada. No caso daqueles que possuem três pinos, é necessário usar um adaptador para ligá-los às tomadas existentes na maioria das casas. O contrário também acontece. Muitos aparelhos anteriores à norma ainda em uso exigem adaptadores para ligação às novas tomadas. Além disso, se alguém viajar para o exterior e trouxer algum gadget na bagagem, também terá de providenciar, é claro, um adaptador.

A situação do consumidor fica mais complicada se ele comprar um aparelho com os pinos de 4,8 milímetros. As tomadas com esse diâmetro ainda são raras em residências e empresas. E não é fácil encontrar um adaptador para eles. Será preciso substituir a tomada. Resumindo, graças à nova norma, a indústria de adaptadores e tomadas deve ter muitos anos de prosperidade pela frente.

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