Nova rodada de investimentos avalia Duolingo em US$ 700 mi
Startup de educação Duolingo recebe 25 milhões de dólares em nova rodada de investimento. Empresa terá foco em IA e não descarta IPO para próximos anos
Victor Caputo
Publicado em 25 de julho de 2017 às 08h30.
Última atualização em 25 de julho de 2017 às 09h31.
São Paulo – A startup de educação digital Duolingo anuncia que passou por uma nova rodada de investimentos e que agora é avaliada em 700 milhões de dólares. Em conversa com EXAME.com, o fundador e CEO do Duolingo Luis Von Ahn afirmou, em tom alegre, que a empresa vê dinheiro entrando em caixa por meio de novidades recentes no seu app .
A nova rodada trouxe 25 milhões de dólares ao Duolingo. O investimento foi feito pela Drive Capital, fundo de investimentos americano. O fundo foi o único a participar da rodada. "Na Drive Capital, nós mapeamos mercados e buscamos quais são as melhores companhias fazendo negócios neles", afirma a Drive Capital em pronunciamento. "O Duolingo é essa companhia."
Esta foi a quinta rodada de investimentos da startup. As anteriores, que haviam captado 83,3 milhões de dólares, contaram com investimentos da Union Square Ventures, New Enterprise Associates, Kleiner Perkins Caufield & Byers, CapitalG (fundo de investimentos do Google), Ashton Kutcher (sim, o ator) e Tim Ferriss.
Com a valorização de 700 milhões, o CEO não faz suspense sobre a possibilidade de um IPO no futuro. “Discutimos essa possibilidade internamente. Não é um objetivo para os próximos dois anos. Mas é uma ideia forte para seguirmos dentro de três anos ou mais”, afirma Von Ahn a EXAME.com.
Além das boas notícias financeiras, o Duolingo ainda comemora mais de 200 milhões de usuários ao redor do mundo. O Brasil é o seu segundo mercado, com quase 25 milhões de usuários. Por aqui, o curso de maior sucesso é o de inglês, feito por 90% dos usuários brasileiros.
Mesmo com o novo investimento, a missão do Duolingo continua sendo levar educação ao maior número de pessoas possível. “Passamos nosso tempo pensando como melhorar o ensino por meio da tecnologia. Em locais como Brasil, América Latina e Ásia, pode ser difícil conseguir educação de qualidade”, afirma Von Ahn. “Acreditamos que com tecnologia e smartphones , podemos ensinar muito mais gente do que era possível antes.”
Novos recursos
O investimento possibilitará que o trabalho em alguns recursos continue. O CEO comenta, por exemplo, que uma das ideias é expandir o sistema de chatbots (robôs que conversam) para outras línguas.
Com essa função, o usuário pode conversar com personagens para treinar o uso de um idioma—o português está na lista e deve chegar em breve. Neste momento, os chatbots estão restritos ao aplicativo para iPhone e iPad. O recurso chega em breve ao app para Android.
“Outro objetivo é investir em inteligência artificial para ensinar melhor”, diz o CEO. O app deve trabalhar mais com as Duolingo Stories—que são histórias curtas para leitura e prática de uma língua.
Para usuários mais avançados, a ideia é que eles possam praticar com conteúdo do mundo real—ou situações reais. “É algo que mostra a evolução do usuário com o app”, diz Von Ahn.
Dinheiro em caixa
Luis Von Ahn comemora bons resultados financeiros da empresa. Ele afirma que o Duolingo está vendo fluxo para dentro de seu caixa graças a novidades dos últimos anos.
A mais simples são os anúncios exibidos para os usuários entre as lições e tarefas. A venda de assinaturas, para uso off-line, tem feito sucesso também entre os usuários.
A última fonte de dinheiro talvez seja a maior surpresa. Por meio de uma parceria com universidades, o Duolingo começou a emitir certificados de proficiência em inglês, algo como um TOEFL. O programa se chama Duolingo English Test e tem entre as universidades que aceitam o certificado Yale, New York University e University of Notre Dame.