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Na healthtech Liti, o foco do usuário é a proposta anti-Ozempic

A Liti funciona com um modelo de assinatura mensal que dá direito ao atendimento online por um time multidisciplinar de saúde, com médico, nutricionista. O trunfo é centralizar tudo em um app que escala a personalização

Eduardo Rauen e Fernando Vilela: sócios-fundadores da Liti
André Lopes

Repórter

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 16h14.

Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 16h33.

A ampla adoção do Ozempic transformou o emagrecimento em serviço. Uma injeção semanal na barriga e a necessidade de se comprometer com uma dieta deixa de existir. Parece simples para o paciente e o mercado tem se mostrado animado com a demanda, principalmente a farmacêutica Novo Nordisk, proprietária da marca que embala a substância "mágica" semaglutida, e hoje uma das empresas mais valorizadas do mundo.

Mas pode não ser o caminho mais saudável e sustentável no longo prazo, considerando que, se o Ozempic sai de cena, os velhos hábitos revertem o efeito do medicamento nos meses seguintes. Mudar a mentalidade do paciente ainda é a estratégia mais certeira para se ter um corpo mais magro e saudável. É o que defende Fernando Vilela, ex-CMO da Rappi e fundador da Liti, uma healthtech paulistana que oferece um app para amparar o emagrecimento. "Qualquer mudança de comportamento pode ser estenuante, mas a tecnologia e a ciência podem ajudar", diz.

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A empresa de Vilela, criada em parceria com o médico Eduardo Rauen, originou-se como uma clínica online voltada para a perda de peso, evoluindo para uma startup. Vilela foi o paciente zero da empresa, que viu um negócio ao submeter ele próprio ao método desenvolvido pelo sócio.

"O trunfo foi transformar um atendimento tradicional em algo escalável, digital e ainda assim personalizado. A telemedicina permite o contato humanizado, e a análise diária do peso, por meio de balanças de bioimpedância que enviamos aos clientes, permite uma jornada na perda de peso muito mais assertiva".

Atualmente, o negócio da Liti está na fase Seed, tendo recebido investimentos liderados pela Monashees e Canary, totalizando R$ 21 milhões.

Por dentro do app anti-Ozempic

O modelo de negócio da Liti baseia-se em uma assinatura mensal, oferecendo atendimento online por uma equipe multidisciplinar. A startup utiliza dados dos pacientes para criar planos personalizados de saúde e nutrição.

Uma vez contratado o serviço, o usuário recebe em casa um kit com duas balanças — uma para o corpo e outra para a comida — e uma lista de tarefas, como tirar fotos para avaliar o corpo atual, o envio de exames de sangue e uma bateria de consultas com médico, nutricionista e cientista comportamental.

O plano de ação vem logo após encerrada a primeira fase. Uma dieta e orientações para mudar a rotina devem estar atreladas a medições diárias do peso. A meta é diminuir a porcentagem de gordura junto de uma recomposição corporal.

Os percalços e os desafios são monitorados em um grupo no WhatsApp, que tem a missão de manter o usuário focado, interagindo com ele de tempos em tempos.

Há, por assim dizer, uma gamificação da rotina. Os números, relatórios e infográficos exibidos no aplicativo estimulam a ideia de vencer a si próprio. Existem marcadores visuais que destacam metas importantes como corte no percentual de gordura e status para comprometimento com a dieta.

Com planos que podem variar de R$ 350 a R$ 1,2 mil por mês, a Liti se mostra uma boa opção para quem entende que a forma mais saudável para a perda de peso está na mudança de hábitos.

A base de clientes prova que funciona. Entre os que ingressaram na plataforma há mais de um ano, metade continua.

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