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Muito discurso e pouca ação marcam 'semana da espionagem'

Um resumo da grande polêmica de espionagem dos Estados Unidos que envolveu brasileiros e a presidente Dilma Rousseff

espionagem (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2013 às 16h07.

São Paulo – A semana no Brasil teve como grande polêmica o caso de espionagem norte-americana, que envolveu, entre muitos outros brasileiros, Dilma Rousseff. E-mails, ligações e mensagens de celular da presidente foram monitorados pelos Estados Unidos, segundo documentos vazados da Agência Nacional de Segurança (NSA).

Cinco dias depois da denúncia divulgada pelo Fantástico, pouco de fato foi feito pelo governo, mas muito já foi prometido. Houve, no entanto, consequências diplomáticas. Já na segunda-feira, Dilma convocou uma reunião para discutir o tema. Membros do Palácio do Planalto descreveram a situação como “inaceitável”. Para o ministro das Comunicações Paulo Bernardo, em declaração à AFP, as justificativas iniciais dadas pelos EUA foram consideradas falsas.

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Breve resumo dos acontecimentos – Em meio ao princípio de crise, o embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon, entregou o cargo, numa troca que já estava prevista havia meses. Embaixador por aqui desde 2009, ele será substituído no Brasil por Liliana Ayalde, ex-representante dos EUA no Paraguai.

Segundo o Estado de S. Paulo, a visita de Dilma Rousseff a Washington, programada para outubro, ficou perto de ser cancelada. A equipe que seria enviada já no sábado, dia 7, teve a viagem adiada, mas não se sabe ainda qual o fim que tomará a visita diplomática.

Para evitar um aumento nos conflitos, as promessas começaram já na quarta-feira, 4. Barack Obama afirmou em coletiva oficial que os protocolos de espionagem das agências de inteligência seriam revisados, de forma a “equilibrar” a segurança nacional e as liberdades individuais. A afirmação não foi suficiente para evitar que, no dia seguinte, 5, o Bric, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, classificasse a espionagem norte-americana como uma espécie de ato de terrorismo.

Ainda na quinta-feira, 5, o ex-presidente Lula entrou na discussão, e afirmou que caberia a Obama pedir desculpas pelo escândalo de espionagem. No mesmo dia, antes do início da reunião do G-20, Dilma Rousseff e o presidente norte-americano se reuniram para discutir o tema. Como sugerido pelo antecessor de Dilma, as desculpas foram dadas, e Obama se comprometeu a assumir a responsabilidade por investigar as denúncias de espionagem.

Medidas tomadas - No lado brasileiro, um sistema de e-mails criptografados, de responsabilidade dos Correios, teve o desenvolvimento acelerado, e está prometido para breve. Além disso, um satélite anti-espionagem deve ser lançado em 2016. A construção dele, que já estava planejada, será iniciada ainda neste ano, com custos estimados entre US$ 600 milhões e US$ 660 milhões.

Na tentativa de burlar a espionagem, há ainda a promessa de maiores investimentos em outras melhorias na segurança das comunicações. O Expresso, plataforma usada já por alguns funcionários do governo em Brasília, pretende ter seu uso ampliado, e conexões diretas de fibra óptica já começaram a ser estabelecidas entre o Brasil e países sul-americanos. Dessa forma, espera-se que informações trocadas entre os governos daqui não passem mais por redes dos EUA.

* Com informações de Reuters, AFP, EFE e Agência Brasil e Estadão Conteúdo

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