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Mudanças climáticas dizimaram população de diabos-da-Tasmânia há 30 mil anos

Segundo a pesquisa, o clima mais árido das próximas décadas terá um grande impacto no futuro da espécie

Diabo da Tasmânia (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 06h42.

As mudanças climáticas dizimaram há 30 mil anos a população de diabos-da-Tasmânia, um animal australiano que atualmente está à beira da extinção, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira.

Um de seus autores, o biólogo da Universidade de Adelaide, Jeremy Austin, disse que no passado estes animais sofreram duas quedas em sua população e que elas coincidiram com mudanças climáticas.

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A pesquisa, publicada na revista Biology Letters, analisou com métodos estatísticos os dados genéticos de 300 exemplares modernos e antigos de diabos-da-Tasmânia para avaliar as variações no tamanho da população.

Os resultados mostraram uma crise há mais de 20 mil anos, durante a última era de gelo, e outra há entre 3 mil e 4 mil anos, quando aumentou o índice do fenômeno de oscilação Sul/El Niño, os terrenos eram mais áridos e havia menos alimentos.

"Estes dados concluem que os diabos-da-Tasmânia viveram com uma diversidade genética por um longo período de tempo e que suas povoações atravessaram oscilações grandes há 20 mil e 30 mil anos", disse Austin à rede ABC.

O biólogo comentou que a perda de diversidade genética destes animais ocorreu antes da colonização britânica no século XIX.

"Dado todos os prognósticos climáticos futuros que apontam que a Austrália terá um clima mais árido, acho que isto terá uma grande impacto nos demônios", alertou Anna Bruniche-Olsen, da Universidade da Tasmânia e que também participou do estudo.

Antigamente o diabo-da-Tasmânia povoou o território continental da Austrália, mas agora seu habitat se reduziu à ilha de Tasmânia, onde este animal sofre com tumores faciais e uma baixa diversidade genética.

Este carnívoro está incluído na lista nacional da Austrália de animais em perigo de extinção e também na lista vermelha das Nações Unidas, que considera que em um prazo de 25 a 35 anos pode desaparecer se antes não for encontrada uma cura para o câncer que está acabando com a espécie.

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