Motoristas de Uber terão "salário mínimo" em Nova York
Pagamento mínimo será de 26,51 dólares brutos por hora, o equivalente a 17,22 líquidos; hoje, 85% dos motoristas recebem menos de 15 dólares/hora
Gustavo Gusmão
Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 17h13.
São Paulo — A Comissão de Táxis e Limusines (TLC) cidade de Nova York instituiu uma espécie de salário mínimo para motoristas dos apps de transporte Uber e Lyft. A nova regra começa a valer no início de 2019 na região e deve resolver o problema crescente de má remuneração dos donos dos carros que trabalham com ambas as empresas. As informações vêm do portal nova iorquino Crain's New York Business e da emissora norte-americana CNN.
O pagamento mínimo será de 26,51 dólares brutos por hora, o equivalente a 17,22 líquidos. Hoje, segundo estudo do Center for New York City Affair comissionado pelo próprio órgão norte-americano, 85% dos motoristas de aplicativos de Nova York ganham menos de 15 dólares por hora, o salário mínimo local. No ano, o aumento deve garantir um adicional de quase 10 mil dólares aos motoristas afiliados aos apps.
Ao site The Verge, a Uber enviou uma nota dizendo que a "nova regra vai levar a aumentos nas tarifas para usuários do serviço" na região. Ainda assim, ressaltou que dá todo o suporte a medidas que garantam que os motoristas ganhem o suficiente para se sustentar. A Lyft fez coro às críticas da rival e declarou que "essas leis representarão um passo para trás para os nova iorquinos". A empresa pediu que a TLC as reconsidere.
Quem celebrou a medida foi a Via, outra concorrente das duas companhias que está inserida na lei — junto também com a Juno. Também ao The Verge, a empresa destacou que aguarda ansiosamente a implementação da medida. O serviço, porém, já garante um pagamento maior do que o salário mínimo para seus motoristas, então não deve ter as finanças tão afetadas.
Hoje, Uber, Lyft, Via e Junto têm, juntas, mais de 80 mil motoristas afiliados que atuam em Nova York, que realizaram uma média de 600 mil corridas por dia somente no primeiro trimestre de 2018. Desse batalhão de cadastrados, dois terços trabalham com os apps em tempo integral e 80% compraram um carro só para entrar nessa indústria — ou seja, os serviços não garante uma renda extra, mas sim todo o sustento deles.