Microsoft quer comprar rede de relacionamentos que mais cresce no mundo
Disputa da empresa com o Google pela aquisição do Facebook pode levar valor total do site a 13 bilhões de dólares
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h19.
O site de relacionamentos que mais cresce no mundo, o americano Facebook, conquistou mais um nome para a já extensa lista de proprietários em potencial. Dessa vez, trata-se da maior empresa de softwares do mundo, a Microsoft, que vem negociando a compra de 5% de participação nos ganhos do site, em troca de uma oferta de 300 a 500 milhões de dólares ao criador do produto, Mark Zuckerberg, segundo informa a versão online do jornal New York Times.
Segundo especialistas que vêm acompanhando a negociação - não revelados pelo jornal - a Microsoft teria feito a oferta com base não apenas no interesse de investir numa plataforma com mais de 40 milhões de usuários, mas principalmente porque o Facebook já estaria sendo cortejado pelo maior rival da empresa de Bill Gates, no mercado da internet, o Google.
Esta última empresa vem travando com a Microsoft uma disputa pela dianteira de novos serviços para usuários da rede mundial. A disposição da Microsoft em frear o avanço da concorrente tem envolvido inclusive golpes pouco ortodoxos, como revelou na segunda-feira (24/09) o periódico Wall Street Journal. De acordo com a publicação, a nova investida da gigante contra o Google se deu pela contratação de uma empresa de relações-públicas, com a finalidade de lançar uma campanha que oponha anunciantes e órgãos reguladores às aquisições feitas por esta última ( leia reportagem do Portal EXAME sobre a campanha ).
A guerra entre dois dos principais jogadores do mundo online pelo controle parcial do Facebook pode levar o preço do site às alturas. Caso a oferta da Microsoft seja aceita, por exemplo, o valor total do site passaria a ser estimado em 10 bilhões de dólares, mas analistas de mercado ouvidos pelo NYT estimam que os interessados em obter o site poderiam pagar até 13 bilhões de dólares por ele.
Lucros baixos, potencial alto
O valor do Facebook é bastante complexo de ser estimado porque baseia-se pouco no lucro que o site traz hoje, mas no quanto ele pode valer no futuro. Embora a empresa não revele números contábeis, por ser de capital fechado, o especialista Richard Greenfield, da Pali Research, fez uma estimativa, a pedido do NYT, de que o faturamento da empresa esteja entre 60 e 96 milhões de dólares anuais, com lucro próximo a zero.
"Esse preço de compra seria mais como um prêmio para manter os concorrentes longe do site", afirma o analista.
O potencial do Facebook encontra-se tanto no crescimento vertiginoso - por dia, o site ganha 100 mil novos usuários - quanto no modelo de negócios, uma vez que a página, além de portal de relacionamentos transformou-se numa plataforma. Além de permitir comunicação com amigos e desconhecidos, o Facebook oferece a possibilidade de comprar, conhecer produtos e opiniões, oportunidade valiosa para empresas interessadas em explorar o comércio online de novas maneiras.
A idéia bilionária de Mark Zuckerberg surgiu quando ele estudava na faculdade de Harvard, há três anos e meio, e passou a desenvolver o projeto nas suas horas vagas. Aos 23 anos, Mark já recusou uma proposta de 900 milhões de dólares do Yahoo pelo controle do site ( leia reportagem da Revista EXAME sobre como Zuckerberg criou o Facebook ).