Matteo Achilli, o Zuckerberg italiano, está de olho no país
Criador do site Egomnia, Matteo Achilli conversou com EXAME.com sobre a rede social que chega ao Brasil em outubro
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2014 às 06h46.
São Paulo - Apelidado pela imprensa internacional de Zuckerberg italiano, Matteo Achilli está de olho no Brasil. Ele é criador da Egomnia, rede social que reúne candidatos atrás de uma vaga e empresas que oferecem emprego e que, em outubro, vai abrir um escritório em São Paulo.
Em entrevista a EXAME.com, Achilli falou sobre o que é e como surgiu a Egomnia. Em funcionamento apenas na Itália, a rede social já reúne 330 mil membros e quase 8 mil empresas - como Bulgari, Ericsson e Vodafone.
Achilli, de 22 anos, ainda divide seu tempo entre cuidar do site e assistir às aulas de economia empresarial na universidade Bocconi, em Milão. Leia os principais trechos do bate-papo de Achilli com EXAME.com:
EXAME.com: Como funciona a Egomnia ?
Matteo Achilli: Na Egomnia, você não manda um pdf ou um doc com seu currículo. Você vai criando ele online, informando ao site dados como sua formação acadêmica e experiência profissional. Em função dos dados, o usuário recebe um certo número de pontos. E é esse número que vai ser usado no ranking de candidatos quando uma empresa procurar alguém com habilidades específicas.
EXAME.com: E como surgiu a ideia do site?
Matteo Achilli: No meu último ano na escola, um colega me mostrou uma lista das melhores universidades da Itália. Ali, tive a ideia de fazer um ranking de pessoas. Fui atrás de desenvolvedores para o algoritmo, mas eles queriam muito dinheiro. Encontrei um cara recém-formado que me cobrou menos de 10 mil dólares para desenvolvê-lo. Paguei e hoje o site é 100% meu por causa disso.
EXAME.com: Como foi o crescimento do site?
Matteo Achilli: Lançamos o site em março de 2012 e, em um dia, tínhamos mil membros e 20 empresas cadastradas. Minha meta para o primeiro mês era alcançar 3 mil membros, mas terminei chegando a 15 mil. A revista Panorama fez uma reportagem de capa comigo e apareceu gente querendo investir. Mas os investidores queriam uma porcentagem do site e assim, eu tive de crescer sozinho.
EXAME.com: Qual é o modelo de negócios da Egomnia?
Matteo Achilli: A Egomnia é gratuita para usuários e empresas. Nossa principal fonte de renda é um software que vendemos e auxilia companhias na administração de empregados e outras tarefas. Em 2013, faturamos 500 mil dólares. O mais importante é que eu não investi nada e a Egomnia já tem 330 mil membros e 7,8 mil companhias - tudo isso só na Itália.
EXAME.com: E quais são seus planos para o futuro?
Matteo Achilli: Em outubro, vamos chegar ao Brasil e vamos lançar a versão internacional do site. Vamos passar também a cobrar das companhias que quiserem usar a Egomnia. Pretendo vender uma parte da empresa para investidores para poder crescer ainda mais. Até dezembro, sai o app para Android. Eu tenho que criar uma companhia capaz de andar com as próprias pernas, como fez Bill Gates.
EXAME.com: E por que você escolheu o Brasil para abrir o primeiro escritório da Egomnia fora da Itália?
Matteo Achilli: Em 2013, o Corriere della Sera fez uma matéria sobre mim e um funcionário italiano da McKinsey que vivia em São Paulo entrou em contato comigo. Ele disse que o lugar perfeito para sites com foco em jovens talentos, como Egomnia, era o Brasil. Ele se chama Antonio Castiglone e vai ser CEO da Egomnia no Brasil. Quero investir aí porque é um país onde a economia cresce muito.
EXAME.com: Como é ser considerado o Zuckerberg italiano?
Matteo Achilli: Gosto do apelido. Ele vai fazer com que, daqui a 2 ou 3 meses, as pessoas que estão lendo esta entrevista ainda se lembrem de mim. Vivo um momento fantástico e quero inspirar os jovens italianos, já que apenas 2% deles pensam em se tornar empresários. A Itália é conhecida por ser forte na moda, na culinária - mas não na internet. Por isso, estou feliz e orgulhoso com o meu sucesso.
EXAME.com: Já falou com o Zuckerberg original?
Matteo Achilli: Não, nunca falei com ele. Provavelmente vamos conversar no futuro - caso a Egomnia cresça e se torne uma das maiores empresas de internet da Itália, como eu planejo.