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Matemáticos explicam mistério com pêndulos de relógios que durava 350 anos

A sincronização foi explicada por meio de impulsos sonoros

Relógio de pêndulo (Henrique Oliveira e Luís Melo)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 14h43.

Um mistério envolvendo a sincronização de pêndulo de relógios que durava 350 anos foi finalmente explicado por pesquisadores da Universidade de Lisboa. A pergunta era: por que pêndulos de relógios fixados na mesma parede se sincronizam automaticamente, balançando para lados opostos após algum tempo?

Tudo começou em 1655, quando o físico holandês Christiaan Huygens, inventor do relógio de pêndulo, notou que, independente da posição desses pêndulos no começo, passados cerca de 30 minutos, eles acabavam balançando exatamente em posição oposta um do outro. Isto é, sem nenhuma influência externa.

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A causa desse efeito, chamado de “tipo estranho de simpatia” por Huygens, permanecia um mistério até então. Analisando dois relógios de pêndulo pendurados numa mesma "prancha", os pesquisadores descobriram que os relógios se influenciam simultaneamente por meio de pequenas forças exercidas sobre a viga de apoio.

Ao ir para um lado e outro, os pêndulos emitem pulsos sonoros que acabam se propagando de um relógio para a parede e desta para o outro relógio. São esses pulsos que interferem nas oscilações dos pêndulos e os levam à sincronização. A onda sonora, que é longitudinal, se propaga no meio quando as moléculas se aproximam e se afastam uma das outras de forma alternada.

Para testar sua observação, os pesquisadores utilizaram dois relógios de pêndulo presos a um trilho de alumínio fixado na parede, e constataram que as mudanças na velocidade dos movimentos pendulares coincidiram com os ciclos desses pulsos sonoros.

“Ninguém havia testado corretamente a ideia de relógios pendurados na mesma parede”, disse a Live Science Henrique Oliveira, matemático na Universidade de Lisboa e coautor do estudo, publicado na revista Scientifics Reports . Junto com o físico Luís Melo, Oliveira testou a interação dos pêndulos em uma parede imóvel, em vez de analisá-los em um feixe móvel, como em estudos anteriores.

"Este modelo apresenta a vantagem adicional de ser independente da natureza física dos osciladores, e, assim, poder ser utilizado em outros sistemas de oscilador onde a sincronização de bloqueio de fase foi observado", diz o estudo, referindo-se ao fato de o mesmo fenômeno observado no pêndulo simples poder ser reproduzido em osciladores eletrônicos, como os encontrados em microchips.

Fonte: Live Sience

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