Tecnologia

Mac mini

Sólido e com um acabamento primoroso, esse computador em miniatura é um pouco maior que três caixas de DVD empilhadas. Ele pode ser usado como um PC de escritório ou como uma central multimídia para tocar filmes na TV. Além da porta HDMI, tem uma conexão Thunderbolt, usada para transferência rápida de dados ou saída […]

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 01h08.

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Sólido e com um acabamento primoroso, esse computador em miniatura é um pouco maior que três caixas de DVD empilhadas. Ele pode ser usado como um PC de escritório ou como uma central multimídia para tocar filmes na TV. Além da porta HDMI, tem uma conexão Thunderbolt, usada para transferência rápida de dados ou saída de vídeo. Os pontos negativos são a falta de um drive óptico, além do ruído e aquecimento elevados quando comparado com os modelos antigos do Mac mini. Ele não vem com mouse e teclado. 

 É difícil não se afeiçoar a esse pequeno quadrado de alumínio que atrai a atenção de quem quer que o aviste. Não se trata apenas de aparência: ele realmente é uma das melhores opções entre os desktops SFF (do inglês small form factor) pré-montados. Apesar disso, uma série de decisões questionáveis de design impede que ele se torne a máquina perfeita para ocupar sua mesa ou sua estante de TV. 

 A primeira aparece na configuração. Sem dúvida, a adoção do Intel Core i5 (dois núcleos com clock de 2,3 GHz) Sandy Bridge é um upgrade e tanto com relação à dupla de Intel Core 2 Duo e Nvidia GeForce 320M da versão anterior. Esse verdadeiro Davi dos desktops não transpira diante de tarefas como a codificação de vídeos. Ele também é capaz de suportar uma resolução máxima (2.560 x 1.600) tão absurdamente alta que vai além do que sua própria saída HDMI pode transmitir(1.920 x 1.200). Nos benchmarks, o nanico se saiu muito bem, marcando 2.272 pontos no PCMark 7 e 4.123 pontos no 3DMark06. 

 No entanto, outros pontos da configuração não são brilhantes. 2 GB de RAM são o suficiente para usar esse computador como reprodutor de mídia, mas quem escalá-lo para o papel de desktop vai querer ampliar a oferta de memória. Nesse caso, a tarefa é relativamente simples: basta retirar a tampa que cobre a parte inferior do Mac mini para acessar os dois slots das SO-DIMMs.

 A questão é que essa abertura só dá acesso à RAM, ao adaptador Wi-Fi e ao cooler. Abrir caminho para o resto do hardware, incluindo o HDD, é muito mais complicado. Esse é um ponto importante porque o HD do Mac mini tem 500 GB de capacidade e gira a 5.400 RPM, números modestos para os padrões atuais. Existem outras configurações que agregam um HD de 720 GB (7.200 RPM) e até um SSD de 256 GB, mas o preço, variando entre 2.324 reais e 5.324 reais, é muito elevado. Aliás, mesmo a configuração mais básica, que é a avaliada nesta resenha, é um tanto cara (1.799 reais) se considerarmos o Mac mini como um desktop. 

 Não é preciso muito esforço para preencher os 500 GB desse PC com filmes, especialmente depois que a Apple resolveu abandonar o drive óptico. Em um mundo onde as profecias da maçã se cumpriram, no qual a computação em nuvem é perfeita e ubíqua, mídias físicas realmente não têm nenhum valor. Mas ainda não chegamos nesse ponto. Um leitor de DVD ou de Blu-ray faz falta, especialmente para um computador de mesa, que normalmente cumpre o papel de máquina principal. No caso do Brasil a situação é ainda pior porque serviços de streaming de vídeo como o Netflix ainda são muito incipientes. Para além dessas questões mais práticas, quem está disposto a investir tanto em um sistema de reprodução de mídia provavelmente ainda encontra um prazer simples nas visitas à locadora mais próxima para escolher um filme. Claro, a Apple oferece um drive de DVD externo, mas ele somaria mais 249 reais a um custo total já bastante elevado. 

 Felizmente, a Apple foi mais tolerante com as outras conexões do Mac mini. A saída HDMI, que sempre foi tão desdenhada nas outras máquinas da companhia, não só está presente como vem acompanhada por um adaptador para DVI. Ao lado dela encontramos quatro USB 2.0, uma FireWire 800 uma porta ethernet, um leitor de cartão SDXC e duas P2 para fone e microfone. Wi-Fi e Bluetooth também não foram esquecidos. 

 A falta mais evidente dessa seleção é que nenhuma conexão ocupa a parte frontal do aparelho, nem mesmo as P2. Violar o design de uma máquina da Apple pode até ser considerado um sacrilégio, mas ter que recorrer à traseira do aparelho toda vez que se quer plugar um pendrive ou um fone de ouvido não deixa de ser inconveniente. Pelo menos a Apple facilitou nossa vida com uma fonte de energia interna, o que significa que a sua tomada não será monopolizada por um adaptador de corrente alternada. Por outro lado, se houver algum problema com a parte elétrica do Mac mini, você não terá muita opção senão recorrer à assistência técnica. 

 A porta Thunderbolt é um caso a parte por conta do seu imenso potencial. Entre os recursos dessa conexão, podemos citar a transferência bidirecional de dados a taxas astronômicas (10 Gbps), o suporte nativo aos protocolos DisplayPort e PCI Express, a possibilidade de prover energia elétrica a periféricos com potência de até 10W e a capacidade de interligar até seis aparelhos sem a necessidade de nenhum hub. 

 Contudo, fora os produtos da própria Apple, quase não existem eletrônicos que utilizem essa conexão. Naquele mundo fictício que imaginamos anteriormente, onde o resto da indústria se submeteu à Apple e à Intel, a Thunderbolt é uma conexão mais disseminada, e, portanto, é fácil montar um tremendo sistema multimídia conectando Mac mini, TV, home theater e HD externo. Infelizmente, aqui na velha Terra a maioria de nós terá que se contentar com HDMI e USB.

 O grande felino Lion (Mac OS X 10.7) serve de sistema operacional para o pequeno computador. Esse novo SO introduziu uma série de mudanças na interface e nos mecanismos internos, como o scroll invertido à la iOS e o uso mais agressivo de sandboxing. Para o propósito desta resenha, a mudança mais marcante é o abandono do Front Row, o software de media center que costumava acompanhar o Mac OS X. A internet está repleta de excelentes substitutos como o XBMC ou o Boxee, mas essa mudança afasta o Mac mini daquele conceito de “ligar e usar” que envolve os media centers pré-montados. 

 Outra questão que surge do uso de um SO convencional é o fato de que ele foi projetado para a interação com mouse e teclado, que devem ser comprados separadamente no caso do Mac mini. O controle Apple Remote é de fato muito útil para navegar nos softwares de mídia, mas ele não vai muito além disso.

 No fim, o Mac mini não é perfeito nem como desktop, nem como media center. Ainda assim, ele não deixa de ser uma bela máquina intermediária, capaz de cumprir bem as duas funções. A combinação de Core i5 Sandy Bridge e Mac OS X 10.7, tudo em um design extremamente compacto produz uma síntese de PC com media center que é difícil de igualar. Ele faz muito mais do que o Boxee Box ocupando bem menos espaço do que um gabinete convencional. Suas maiores limitações são as poucas opções de upgrade e o preço alto demais para uma configuração que não impressiona no campo dos desktops.
VÍDEO

http://videos.abril.com.br/info/id/2c9f94b6332bbfdd0133373f005a0726

Ficha técnica

ProcessadorIntel Core i5 2,3 GHz
RAM2 GB
ArmazenamentoHD de 500 GB
GPUVídeo on board
ConectividadeWi-Fi, Bluetooth
SOMac OS X Lion

Avaliação técnica

PrósAcabamento excelente; configuração relativamente forte se considerado como media center; compacto;
ContrasNão possui drive óptico; opções de upgrade se limitam à memória RAM; preço elevado;
ConclusãoIdeal como desktop para quem não dispõe de muito espaço ou como media center para quem deseja algo mais completo que a média da categoria;
Média8.2
PreçoR$ 1799
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