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Leica celebra centenário da câmera que revolucionou a fotografia

A lendária fabricante de câmeras fotográficas Leica celebra este ano o centenário da invenção de seu primeiro equipamento para filme de 35mm

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DR

Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2014 às 13h52.

A lendária fabricante de câmeras fotográficas Leica celebra este ano o centenário da invenção de seu primeiro equipamento para filme de 35mm com a mudança de sua sede da cidade alemã de Solms para Wetzlar.

A Leica inaugurou a nova sede em Wetzlar (perto de Frankfurt) após dois anos de obra e um investimento de 60 milhões de euros.

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A fábrica de câmeras alemã desenvolveu um nicho de mercado em um mundo dominado pelos asiáticos, como Nikon, Canon, Sony, Fuji, Panasonic e Olympus, e pelos produtores de semicondutores.

A marca Leica reúne três fabricantes de diferentes produtos: Leica Câmeras, Leica Microsystems (equipamento médico de microscópios) e Leica Geosystems (equipamento para topografia).

A Leica Câmeras, que produz câmeras fotográficas, tem tido uma forte demanda após ter superado uma severa crise, que quase a levou à falência em 2004, por chegar tarde ao processo de digitalização da fotografia que acontecia principalmente no Extremo Oriente.

A nova sede, cujo edifício tem forma de uma objetiva, agrupa os setores de produção, gestão, um espaço para poder ver o processo de produção, uma galeria, um café e uma loja.

A marca, cujo nome é uma combinação de Leitz e Câmera, tem um segundo centro de produção na cidade portuguesa de Vila Nova de Famalicão e emprega 1.400 pessoas em Wetzlar e em Portugal.

Oskar Barnack inventou há 100 anos na oficina então chamado Leitz, em Wetzlar, a primeira câmera de 35mm, que não foi comercializada até 1925, mas que revolucionou a forma de fotografar ao dar muito mais rapidez ao processo.

Com a nova câmera compacta era possível fazer instantâneas, algo impossível com os antigos aparatos de placas, o que representou de certo modo a origem do fotojornalismo.

Barnack chamou originariamente a câmera de "Lilliput", como mostram os arquivos da companhia em um documento de março de 1914.

O fotógrafo Alfred Eisenstaedt, membro da equipe fundadora da revista americana "Life" (1936), foi um dos primeiros a usar uma Leica.

De Alfred Eisenstaedt, que trabalhava com uma Leica M3 de 35mm, é a famosa fotografia do dia da Vitória, em Times Square, em Nova York (1945), também conhecida como "O Beijo", em que uma enfermeira é beijada por um soldado na comemoração pelo fim da Segunda Guerra Mundial.

Em outubro de 2012 a acionista majoritária da Leica, Lisa Germany Holding, que é propriedade de ACM, assumiu toda a companhia.

Andreas Kaufmann, milionário proprietário da ACM, entrou na Leica com uma participação de 27%, ampliada em 2006 para mais de 90%, após comprar as ações que pertenciam ao consórcio de luxo francês Hermès.

Kaufmann, atual presidente do conselho de supervisão da Leica e antigo professor da escola Waldorf, começou o processo de reestruturação da empresa.

Atualmente a Leica fatura 270 milhões de euros por ano e tem 0, 15% do mercado, segundo números do jornal econômico alemão "Handelsblatt".

O fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson disse uma vez: "Nunca me afastei da Leica, qualquer tentativa em outra direção me leva de novo a ela. Não digo que tenha que servir para outra pessoa, mas para mim é a única câmera inquestionável. É, e digo literalmente, a extensão óptica de meu olho".

A Leica também usa na promoção de seu centenário as famosas fotografias "Morte de um Miliciano" da Guerra Civil espanhola, de Robert Carpa, o retrato do Che Guevara, de Alberto Korda, e a imagem da menina nua gritando na Guerra do Vietnã, Kim Phuc, que valeu o prêmio Pulitzer a Nick Ut.

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