Laptop de US$ 100 não sai nos próximos 3 anos
Segundo a consultoria Gartner, aumento na demanda pelo aparelho, juntamente com o declínio no preço dos componentes, poderia reduzir o preço em 10% a 15%, mas custos de produção, software e embalagem não devem cair.
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h32.
O laptop de 100 dólares, idealizado por muitos especialistas educação e até em tecnologia, não é uma proposta factível ao longo dos próximos três anos, segundo uma pesquisa da consultoria Gartner.
Para os analistas do instituto, todas as versões atuais do aparelho - desenvolvido para fomentar a inclusão digital entre estudantes - custam mais do que 100 dólares e esses preços não deverão cair significativamente durante os próximos dois até três anos.
O Gartner informa que enquanto as companhias fabricantes se empenham em baixar o preço do equipamento, podem desviar a atenção de outras questões importantes em torno dos mini-notebooks.
"Os benefícios da inclusão de TI nos mercados emergentes estão impulsionando o PC de 100 dólares, mas existem muitas outras questões envolvidas. Isso inclui especificações de hardware, disponibilidade de energia e o custo da conexão à internet, assim como o provimento de opções adequadas de financiamento e pagamento para os mercados emergentes, onde os recursos podem ser extremamente limitados", disse Annette Jump, pesquisadora do Gartner.
Segundo ela, o Gartner acredita que o aumento na demanda pelo aparelho, juntamente com o declínio no preço dos componentes, poderia reduzir o valor do laptop em 10% a 15% ao longo dos próximos dois ou três anos. Por outro lado, os custos de produção, software e embalagens devem permanecer como hoje, impedindo uma queda mais expressiva.
Existem projetos piloto de mini-notebooks no setor educacional em vários países emergentes, entre eles no Brasil. Por aqui, há o projeto Um Computador por Aluno, destinado a levar inclusão digital às escolas públicas. Hoje, existem cinco escolas testando os laptops, no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Tocantins, Rio Grande do Sul e São Paulo. No entanto, a expansão do projeto foi adiada com a suspensão da licitação para a aquisição de 150 000 equipamentos. Preço foi um dos pontos aos quais o governo não chegou a um consenso com a indústria. O governo federal, porém, pretende avançar no projeto no ano que vem.
Além do setor educacional, os mini-notebooks estão crescendo entre os consumidores, mas os usuários corporativos estão distantes, segundo o Gartner. A consultoria acredita que para os mini-notebooks serem bem aceitos entre os usuários devem ser posicionados não como um equipamento computacional, mas como uma janela para navegação na internet e uma forma não compulsória para o trabalho, aprendizado, diversão e comunicação. o Gartner estima que esses equipamentos deverão se proliferar tanto nos mercados emergentes quanto nas economias desenvolvidas. São essas máquinas que deverão trazer inovação à indústria de PCs, diz o Gartner.