Google vai investir em projetos de energia renovável
Gigante do ramo de internet não descarta operar algumas plantas de geração de energia
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h23.
Depois de dominar o panorama da internet com sua ferramenta de buscas, e de anunciar há algumas semanas parcerias para desenvolver um software aberto para aparelhos de celular, o Google lança-se em uma nova empreitada: a geração de energia renovável. De acordo com Larry Page, um dos fundadores do Google, a empresa está disposta a investir centenas de milhões de dólares em iniciativas que barateiem a energia renovável. Sua intenção é apoiar projetos capazes de gerar 1.000 megawatts de eletricidade, a um custo de até três centavos de dólar por quilowatt-hora. A esse preço, a energia seria capaz de competir com a gerada pelas usinas térmicas nos Estados Unidos, mesmo com os subsídios públicos a essa fonte.
De acordo com o americano The Wall Street Journal, o Google poderia, também operar algumas das usinas energia, preferencialmente as próximas de seus centros de computação que mantêm em funcionamento a poderosa ferramenta de buscas que o transformou na maior empresa de internet do mundo, além de outros serviços online. O financiamento envolverá não apenas os recursos do Google, mas também de seu braço de filantropia, o Google.org. No ano que vem, a intenção é criar um grupo de pesquisas de energia renovável na organização.
O interesse da empresa recai, sobretudo, em projetos de geração de energia solar, geotérmica e eólica. "Estamos confiantes de que poderemos realizar esses projetos em anos, e não em décadas", afirmou Page. Segundo ele, embora um volume considerável de recursos seja canalizado, todos os anos, para projetos de energia renovável, pouco tem sido feito para baratear essas fontes de energia e torná-las competitivas frente aos combustíveis fósseis.
O outro co-fundador do Google, Sergey Brin, informou que a empresa vai encorajar seus parceiros a licenciar as tecnologias desenvolvidas por baixos preços, a fim de difundi-las rapidamente. Um dos objetivos será viabilizar a geração de energia nas regiões do planeta onde a população ainda não é atendida. Pelos seus cálculos, 1,6 bilhão de pessoas - cerca de 25% dos habitantes da Terra - ainda não contam com eletricidade em seus lares. "Não sentimos que queremos ser donos de todo esse bolo. Queremos ajudar a resolver o problema", afirmou Brin. Uma das empresas já apoiadas pelo Google é a Makani Power, sediada na Califórnia. A companhia desenvolve uma tecnologia para gerar energia eólica em grandes altitudes.
Em 2006, 49% de toda a energia gerada nos Estados Unidos veio de fontes não-renováveis, como carvão mineral. A energia renovável, já excluídas as hidrelétricas, representou apenas 2,4% da matriz americana.