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Google se rende ao Kremlin e elimina do YouTube anúncios de opositor russo

Comissão Eleitoral Central da Rússia enviou nesta semana uma carta ao diretor da companhia, na qual pediu que respeitasse a legislação eleitoral russa

Logo do YouTube: partidários de Alexei Navalny denunciaram que a companhia americana sucumbiu às exigências de Kremlin (Dado Ruvic/Reuters)

Logo do YouTube: partidários de Alexei Navalny denunciaram que a companhia americana sucumbiu às exigências de Kremlin (Dado Ruvic/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de setembro de 2018 às 15h00.

Moscou - O Google eliminou do YouTube os vídeos do opositor russo Alexei Navalny sobre as eleições regionais e locais que serão realizadas no domingo na Rússia, atendendo a uma advertência do Kremlin contra a ingerência no pleito, confirmou neste sábado à Agência Efe a multinacional americana.

"Levamos em consideração todas as solicitações de órgãos do Estado. Exigimos, além disso, que os anunciantes atuem de acordo com a legislação local e nossas políticas de publicidade", afirmou o gabinete de imprensa do Google.

Pouco antes, os partidários de Navalny denunciaram que a companhia americana sucumbiu às exigências de Kremlin.

"Pela primeira vez na história, a companhia satisfez as exigências ilegais das autoridades russas e apagou do YouTube a publicidade paga sobre o comício" contra a reforma da previdência convocado por Navalny para o dia do pleito, escreveu nas redes sociais Leonid Volkov, próximo colaborador do opositor.

Segundo Volkov, o serviço da Google também "bloqueou a rodagem da maioria dos vídeos" postados por Navalni e seus colaboradores.

A Comissão Eleitoral Central (CEC) de Rússia enviou nesta semana uma carta ao diretor da companhia americana, Larry Page, na qual pediu que respeitasse a legislação eleitoral russa.

A autoridade russa afirmou em seu documento que a lei deste país proíbe informação política sobre a jornada eleitoral de amanhã, que inclui a eleição do novo prefeito de Moscou.

O regulador russo de veículos de imprensa, Roskomnadzor, também enviou uma carta à Google na qual acusou a companhia americana de receber conteúdo ilegal que viola a legislação eleitoral.

A entidade estimou em mais de 40 os canais do YouTube que propagam, tanto em nível federal como regional, informações que chamam abertamente a violar a lei e qualificou o serviço da Google de "elo unificador" da propaganda a favor do comportamento antissocial durante a jornada eleitoral.

Também denunciou que a Google oferece "possibilidades praticamente ilimitadas" às pessoas interessadas na "desestabilização da situação na Rússia", em clara alusão à oposição radical ao presidente russo, Vladimir Putin.

Navalny, a quem as autoridades impedem de apresentar uma candidatura eleitoral devido a seus antecedentes penais, tem no "YouTube" um canal de televisão no qual costuma convocar seus partidários a participar de manifestações antigovernamentais.

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