Exame Logo

Google é ameaça para fabricantes de carros, diz analista

Fabricantes como a Ford e a Toyota deveriam considerar a chegada de empresas de tecnologia como o Google em seus setores como uma ameaça letal, diz analista

Google: o Google poderá fechar parceria com uma empresa como a Ford em breve (Marina Demartini/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2016 às 20h11.

Fabricantes de automóveis como a Ford Motor e a Toyota Motor deveriam considerar a chegada de empresas de tecnologia como o Google em seus setores como uma ameaça letal em vez de uma oportunidade de crescimento, disse Adam Jonas, analista do Morgan Stanley .

“Estamos falando do humano fora do volante, do fim da propriedade privada, do fim do motor de combustão interna e do fim das concessionárias de automóveis”, disse Jonas em uma conferência da Automotive News na quarta-feira, em Detroit.

“Tirando isso, são negócios, como sempre”.

O Google poderá fechar parceria com uma empresa como a Ford em breve, mas principalmente para conseguir o acesso ao conhecimento que a fabricante de automóveis conquistou por ter milhões de carros nas ruas em todo o mundo, disse o analista.

A Ford e o Google, pertencente à Alphabet, estão discutindo um trabalho conjunto, inclusive uma joint venture, para produzir carros usando a tecnologia da empresa do Vale do Silício, disse uma pessoa com conhecimento das negociações no mês passado.

“Eles usariam a Ford como anfitrião e a devorariam depois”, disse Jonas, que falou em uma apresentação na conferência e em uma entrevista concedida no local.

“Existe todo esse papo de inovação”, disse Mark Fields, CEO da Ford, a repórteres, após um discurso, em Detroit. “Estamos inovando a nós mesmos. E estamos olhando para isso atualmente a partir de uma posição de força em termos de saúde financeira do nosso negócio e dizendo ‘como posicionamos a empresa para o sucesso no futuro?’”.

Johnny Luu, porta-voz do Google, preferiu não comentar as declarações de Jonas, assim como Steve Curtis, porta-voz da Toyota.

Contra-ataque

Nem todas as fabricantes de automóveis estão buscando cooperação em um mundo de veículos autônomos e compartilhamento de carros.

Carlos Ghosn, CEO da Nissan Motor Co., disse na terça-feira que a fabricante combaterá o surgimento do compartilhamento de carros com mais veículos conectados que os motoristas possam personalizar.

Ele minimizou o impacto que empresas de caronas como Uber Technologies e Lyft provocarão sobre a economia do negócio automotivo depois que a General Motors investiu US$ 500 milhões na segunda empresa.

“Não vamos facilitar essa tendência”, disse Ghosn, que administra a Nissan e a Renault SA, em entrevista no Salão do Automóvel de Detroit. “Vamos produzir carros muito mais sexy, muito mais atrativos e ver como as pessoas reagem”.

Jonas disse que o problema básico para as fabricantes de automóveis é que elas ainda estão vendendo carros e caminhonetes em vez dos quilômetros que as pessoas trafegam, disse ele.

“Uma vez que você compra um carro, você o dirige, o abastece e o mantém”, disse o analista. “E eles dizem ‘nos vemos em sete anos para que possamos te espremer a venda de outro Corolla”.

Para piorar as coisas, a maioria dos carros é usada realmente apenas 3 por cento do tempo e fica parada no estacionamento no restante, disse Jonas.

Público cativo

Enquanto isso, o Google e a Apple estão interessados em um mercado anual de US$ 14 trilhões que consiste não apenas em vender, realizar manutenção, consertar e assegurar carros, mas também no tempo que os motoristas ficam presos atrás do volante, segundo Jonas.

O Google quer usar esse tempo como uma oportunidade para injetar dados, entretenimento e conectividade com a web em um espaço do qual os motoristas não podem escapar, enquanto a Apple também quer vender hardware e serviços, disse ele.

É por isso que uma empresa de caronas como o Uber poderá conseguir, em alguns anos, atingir a receita anual de mercado de US$ 250 bilhões que a Toyota não conseguiu em sete décadas, disse ele.

Em declarações na mesma conferência em Detroit, na terça-feira, John Krafcik, CEO da unidade de direção autônoma do Google, disse que entre os objetivos da empresa para os carros autônomos estão a redução de acidentes e a oferta de uma maior mobilidade para os mais velhos e para os deficientes, não o aumento da receita com publicidade.

Fabricantes de automóveis como a Toyota têm tido uma reação lenta ao que ele considera uma ameaça de empresas como o Google porque precisam devotar muito tempo, esforço e dinheiro à administração de seus negócios de carros tradicionais, disse Jonas.

“Elas estão lutando uma guerra em duas frentes”, disse ele. “A coisa vai ficar realmente ruim quando chegar a próxima recessão”.

Veja também

Fabricantes de automóveis como a Ford Motor e a Toyota Motor deveriam considerar a chegada de empresas de tecnologia como o Google em seus setores como uma ameaça letal em vez de uma oportunidade de crescimento, disse Adam Jonas, analista do Morgan Stanley .

“Estamos falando do humano fora do volante, do fim da propriedade privada, do fim do motor de combustão interna e do fim das concessionárias de automóveis”, disse Jonas em uma conferência da Automotive News na quarta-feira, em Detroit.

“Tirando isso, são negócios, como sempre”.

O Google poderá fechar parceria com uma empresa como a Ford em breve, mas principalmente para conseguir o acesso ao conhecimento que a fabricante de automóveis conquistou por ter milhões de carros nas ruas em todo o mundo, disse o analista.

A Ford e o Google, pertencente à Alphabet, estão discutindo um trabalho conjunto, inclusive uma joint venture, para produzir carros usando a tecnologia da empresa do Vale do Silício, disse uma pessoa com conhecimento das negociações no mês passado.

“Eles usariam a Ford como anfitrião e a devorariam depois”, disse Jonas, que falou em uma apresentação na conferência e em uma entrevista concedida no local.

“Existe todo esse papo de inovação”, disse Mark Fields, CEO da Ford, a repórteres, após um discurso, em Detroit. “Estamos inovando a nós mesmos. E estamos olhando para isso atualmente a partir de uma posição de força em termos de saúde financeira do nosso negócio e dizendo ‘como posicionamos a empresa para o sucesso no futuro?’”.

Johnny Luu, porta-voz do Google, preferiu não comentar as declarações de Jonas, assim como Steve Curtis, porta-voz da Toyota.

Contra-ataque

Nem todas as fabricantes de automóveis estão buscando cooperação em um mundo de veículos autônomos e compartilhamento de carros.

Carlos Ghosn, CEO da Nissan Motor Co., disse na terça-feira que a fabricante combaterá o surgimento do compartilhamento de carros com mais veículos conectados que os motoristas possam personalizar.

Ele minimizou o impacto que empresas de caronas como Uber Technologies e Lyft provocarão sobre a economia do negócio automotivo depois que a General Motors investiu US$ 500 milhões na segunda empresa.

“Não vamos facilitar essa tendência”, disse Ghosn, que administra a Nissan e a Renault SA, em entrevista no Salão do Automóvel de Detroit. “Vamos produzir carros muito mais sexy, muito mais atrativos e ver como as pessoas reagem”.

Jonas disse que o problema básico para as fabricantes de automóveis é que elas ainda estão vendendo carros e caminhonetes em vez dos quilômetros que as pessoas trafegam, disse ele.

“Uma vez que você compra um carro, você o dirige, o abastece e o mantém”, disse o analista. “E eles dizem ‘nos vemos em sete anos para que possamos te espremer a venda de outro Corolla”.

Para piorar as coisas, a maioria dos carros é usada realmente apenas 3 por cento do tempo e fica parada no estacionamento no restante, disse Jonas.

Público cativo

Enquanto isso, o Google e a Apple estão interessados em um mercado anual de US$ 14 trilhões que consiste não apenas em vender, realizar manutenção, consertar e assegurar carros, mas também no tempo que os motoristas ficam presos atrás do volante, segundo Jonas.

O Google quer usar esse tempo como uma oportunidade para injetar dados, entretenimento e conectividade com a web em um espaço do qual os motoristas não podem escapar, enquanto a Apple também quer vender hardware e serviços, disse ele.

É por isso que uma empresa de caronas como o Uber poderá conseguir, em alguns anos, atingir a receita anual de mercado de US$ 250 bilhões que a Toyota não conseguiu em sete décadas, disse ele.

Em declarações na mesma conferência em Detroit, na terça-feira, John Krafcik, CEO da unidade de direção autônoma do Google, disse que entre os objetivos da empresa para os carros autônomos estão a redução de acidentes e a oferta de uma maior mobilidade para os mais velhos e para os deficientes, não o aumento da receita com publicidade.

Fabricantes de automóveis como a Toyota têm tido uma reação lenta ao que ele considera uma ameaça de empresas como o Google porque precisam devotar muito tempo, esforço e dinheiro à administração de seus negócios de carros tradicionais, disse Jonas.

“Elas estão lutando uma guerra em duas frentes”, disse ele. “A coisa vai ficar realmente ruim quando chegar a próxima recessão”.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetEmpresas japonesasempresas-de-tecnologiaFordGoogleIndústriaMontadorasTecnologia da informaçãoToyota

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Tecnologia

Mais na Exame