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É necessário criar força especial contra ciberterrorismo

Hoje o terrorismo atua em dois níveis intimamente ligados, explicou Nechiporenko: o ideológico e o tecnológico

Computador: analistas julgam que meios de comunicação muitas vezes atuam como alto-falante e inclusive como plataforma dos grupos extremistas (Mikhail Popov/Stock Exchange)
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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2013 às 15h18.

Budva - As circunstâncias em que age atualmente o terrorismo e seu braço na internet tornam cada vez mais necessário criar "forças especiais" dedicadas ao combate do ciberterrorismo.

Esta foi a principal tese do debate que especialistas discutiram nesta quarta-feira durante a IX Conferência Internacional sobre Terrorismo e Meios Digitais, realizado em Budva, em Montenegro, patrocinado pela Academia Internacional de Rádio e Televisão, sediada em Moscou .

Nos debates focou-se na existência de vírus informáticos cada vez mais potentes, como "Flame" ou "Gauss", capazes de penetrar nos cantos mais recônditos de um sistema e de uma sutileza tal que cada vez é mais difícil detectá-los, como prova Gauss ter passado despercebido até julho de 2012, embora tenha sido introduzido na rede em 2011.

Alguns analistas na luta contra a pirataria informática e em particular nas ramificações que pode ter no âmbito do terrorismo advertiram que este combate é de enorme complexidade, pois os terroristas, independente da capacidade técnica para criar novos vírus, são capazes de modificar e aperfeiçoar os já existentes.

Se levarmos em conta que desde 2011 entra um vírus na rede a cada segundo, o problema se mostra exponencial, e os analistas apontam que, mais importante que descobrir o vírus é detectá-lo e neutralizar seu centro de emissão.

O russo Oleg Nechiporenko, conselheiro e analista da Fundação Nacional Antiterrorista e Anticriminal da Rússia, acredita que é necessário que os governos se preparem para criar as "forças especiais para o ciberespaço, onde tem existe a batalha contra o terrorismo".


Hoje o terrorismo atua em dois níveis intimamente ligados, explicou Nechiporenko: o ideológico e o tecnológico. Dessa combinação se chega a sua implantação na rede, tanto em forma de ataques, como na difusão das mensagens os extremistas querem propagar.

O que interessa aos terroristas, debatia-se, é que o objetivo não é elaborar uma mensagem muito complexa em termos ideológicos, mas conseguir chamar a atenção, impactar as massas, e para isso a simples divulgação de um vídeo na rede pode ser mais que suficiente.

Nechiporenko deu o exemplo da Al Qaeda, cujo modelo organizativo se baseia em quatro planos ou comitês: militar, político, religioso e de propaganda.

"Se não fazemos um trabalho de contrapropaganda clara, teremos um problema muito complicado" na luta contra a expansão do terrorismo na rede, ressaltou Nechiporenko.

"Temos que saber quais são as fontes de informação e de doutrinamento" do terrorismo e seus veículos de expansão pela rede para poder combatê-los com essas "forças especiais", consideradas por ele cada vez mais necessárias.

Os analistas chegaram à conclusão que os meios de comunicação desempenham um papel de sujeito passivo neste conflito, pois muitas vezes, e até sem pretendê-lo, atuam como alto-falante e inclusive como plataforma dos grupos extremistas.

"Antes o terrorismo costumava empregar a imprensa para se apresentar. Agora recorre a uma política de fatos consumados; ele mesmo é um fato consumado. Se apresenta como uma realidade preexistente na qual a imprensa é simplesmente sua plataforma", indicou Nechiporenko.

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Budva - As circunstâncias em que age atualmente o terrorismo e seu braço na internet tornam cada vez mais necessário criar "forças especiais" dedicadas ao combate do ciberterrorismo.

Esta foi a principal tese do debate que especialistas discutiram nesta quarta-feira durante a IX Conferência Internacional sobre Terrorismo e Meios Digitais, realizado em Budva, em Montenegro, patrocinado pela Academia Internacional de Rádio e Televisão, sediada em Moscou .

Nos debates focou-se na existência de vírus informáticos cada vez mais potentes, como "Flame" ou "Gauss", capazes de penetrar nos cantos mais recônditos de um sistema e de uma sutileza tal que cada vez é mais difícil detectá-los, como prova Gauss ter passado despercebido até julho de 2012, embora tenha sido introduzido na rede em 2011.

Alguns analistas na luta contra a pirataria informática e em particular nas ramificações que pode ter no âmbito do terrorismo advertiram que este combate é de enorme complexidade, pois os terroristas, independente da capacidade técnica para criar novos vírus, são capazes de modificar e aperfeiçoar os já existentes.

Se levarmos em conta que desde 2011 entra um vírus na rede a cada segundo, o problema se mostra exponencial, e os analistas apontam que, mais importante que descobrir o vírus é detectá-lo e neutralizar seu centro de emissão.

O russo Oleg Nechiporenko, conselheiro e analista da Fundação Nacional Antiterrorista e Anticriminal da Rússia, acredita que é necessário que os governos se preparem para criar as "forças especiais para o ciberespaço, onde tem existe a batalha contra o terrorismo".


Hoje o terrorismo atua em dois níveis intimamente ligados, explicou Nechiporenko: o ideológico e o tecnológico. Dessa combinação se chega a sua implantação na rede, tanto em forma de ataques, como na difusão das mensagens os extremistas querem propagar.

O que interessa aos terroristas, debatia-se, é que o objetivo não é elaborar uma mensagem muito complexa em termos ideológicos, mas conseguir chamar a atenção, impactar as massas, e para isso a simples divulgação de um vídeo na rede pode ser mais que suficiente.

Nechiporenko deu o exemplo da Al Qaeda, cujo modelo organizativo se baseia em quatro planos ou comitês: militar, político, religioso e de propaganda.

"Se não fazemos um trabalho de contrapropaganda clara, teremos um problema muito complicado" na luta contra a expansão do terrorismo na rede, ressaltou Nechiporenko.

"Temos que saber quais são as fontes de informação e de doutrinamento" do terrorismo e seus veículos de expansão pela rede para poder combatê-los com essas "forças especiais", consideradas por ele cada vez mais necessárias.

Os analistas chegaram à conclusão que os meios de comunicação desempenham um papel de sujeito passivo neste conflito, pois muitas vezes, e até sem pretendê-lo, atuam como alto-falante e inclusive como plataforma dos grupos extremistas.

"Antes o terrorismo costumava empregar a imprensa para se apresentar. Agora recorre a uma política de fatos consumados; ele mesmo é um fato consumado. Se apresenta como uma realidade preexistente na qual a imprensa é simplesmente sua plataforma", indicou Nechiporenko.

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