Falta de estabilidade cria choque de cultura no Google; há mais demissões no horizonte
Em meio a desafios externos, o gigante da tecnologia lida com reestruturações internas e gera incertezas entre funcionários
Repórter
Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 08h42.
Última atualização em 17 de janeiro de 2024 às 09h37.
No ano passado o Google demitiu 12.000 funcionários em dos seus maiores layoffs desde a fundação da empresa. O número massivo dava a entender que a empresa havia feito um corte duro, mas preciso na sua estrutura.
Contudo, ao longo do ano, a empresa demitiu outras vezes, em levas menores de cerca de 1.000 cortes. Nem todas essas reduções foram divulgadas, como a diminuição de cerca de 10% no grupo de políticas públicas em meados de novembro.
A mais recente onda demissões, divulgada na quarta-feira, 10, foi descrita como "extremamente impessoal" por alguns funcionários que foram ao X, antigo Twitter, expressar suas preocupações com o fim da estabilidade plena por qual ficou conhecida a companhia.
Apesar disso, muitos já esperavam por essa situação. "A cultura do Google mudou drasticamente no último ano com sua primeira grande rodada de demissões", relatou um diretor de engenharia com 18 anos de casa, em uma nota divulgada pelo The Verge.
Sundar Pichai, CEO da empresa, ainda não se pronunciou internamente sobre as demissões. Informações têm sido compartilhadas isoladamente por equipes, com memorandos sobre "achatamento da organização" e aumento de "eficiência".
Funcionários veteranos entendem que as decisões partem da alta direção. Equipes como Maps/Geo, shopping, ads e confiança e segurança foram afetadas. De acordo com a Bloomberg, houve impactos até mesmo em cargos de vice-presidentes e diretores. Spyro Karetsos, ex-diretor de conformidade, é um dos demitidos.
Algumas reestruturações parecem lógicas, como a do grupo de Dispositivos e Serviços, agora com um modelo organizacional funcional. A equipe de AR foi finalmente desativada, e o grupo de produtos Bard ganhou força em detrimento da organização Assistant, que produzia o antigo assistente de voz da empresa.
Mesmo após a última semana, não há ilusões de que as demissões terminaram. Com mais de 50.000 pessoas no Google Cloud e cerca de 30.000 no grupo de vendas de anúncios, outras reduções podem ocorrer. Funcionários também preveem mais saídas durante o ciclo de avaliações de desempenho. O departamento de RH facilitou a atribuição de baixas avaliações, agilizando demissões.No fim do terceiro trimestre, o Google ainda tinha 182.000 empregados.