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Facebook diz que dados de maioria dos 2 bi de usuários são vulneráveis

Zuckerberg defendeu a coleta de dados dos usuários para um modelo de negócios que permite que os anunciantes usem informações

. (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 5 de abril de 2018 às 10h57.

Última atualização em 5 de abril de 2018 às 14h16.

O Facebook informou que os dados da maioria de seus 2 bilhões de usuários podem ter sido acessados indevidamente, oferecendo novas evidências de que a gigante das redes sociais não conseguiu proteger a privacidade das pessoas enquanto gerava bilhões de dólares em receitas com as informações.

A empresa informou que removeu um recurso que permitia que os usuários inserissem números de telefone ou endereços de e-mail na ferramenta de busca do Facebook para encontrar outras pessoas. O recurso estava sendo usado por atores mal-intencionados para coletar informações de perfis públicos, informou.

“Dada a escala e a sofisticação da atividade que vimos, acreditamos que a maioria das pessoas do Facebook pode ter tido o perfil público vasculhado dessa maneira”, afirmou a empresa. “Por isso, agora desativamos esse recurso.”

O Facebook também informou que os dados de 87 milhões de pessoas, a maioria delas dos EUA, podem ter sido compartilhados indevidamente com a empresa de pesquisa Cambridge Analytica. Esta é a primeira confirmação oficial do Facebook sobre o possível tamanho do vazamento de dados, anteriormente estimado em cerca de 50 milhões. O caso rendeu pedidos de parlamentares e autoridades por um controle maior das redes sociais, o que ajudou a eliminar bilhões de dólares do valor de mercado da empresa.

“Não tínhamos uma visão suficientemente ampla de nossa responsabilidade e isso foi um grande erro. Foi um erro meu”, disse o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, em teleconferência com jornalistas. “Estamos ampliando a visão de nossa responsabilidade.”

Zuckerberg deverá comparecer em audiência conjunta do Comitê Judiciário e de Comércio do Senado dos EUA em 10 de abril para discutir o papel do Facebook na sociedade e a privacidade dos usuários. O governo da Austrália informou que iniciou uma investigação formal para verificar se o Facebook violou as leis de privacidade do país.

Ele defendeu o modelo de negócio da empresa, baseado em publicidades, confirmou que deseja continuar no comando e revelou que a campanha on-line de alguns usuários para excluir suas contas do Facebook não provocou nenhum “impacto significativo”. As ações do Facebook subiram quase 3 por cento nas negociações estendidas depois de fecharem a US$ 155,10 em Nova York.

Cerca de 270.000 pessoas baixaram um teste de personalidade e compartilharam informações sobre si mesmas e seus amigos com um pesquisador, que posteriormente repassou as informações para a Cambridge Analytica, algo que o Facebook afirma ser contra suas regras. O Facebook chegou ao número de 87 milhões somando todas as pessoas com as quais esses 270.000 usuários tinham amizade no momento em que deram permissão ao aplicativo. O Facebook fez a nova revelação em postagem on-line, na quarta-feira.

Zuckerberg defendeu a coleta de dados dos usuários para um modelo de negócios que permite que os anunciantes usem informações e ferramentas de segmentação do Facebook para atingir públicos específicos.

“As pessoas nos dizem que, se vão ver anúncios, querem que os anúncios sejam bons”, disse, lembrando que isso exige acompanhar os interesses das pessoas.

De qualquer maneira, ele considera que deve permanecer no comando do Facebook. “Eu acho que na vida é preciso aprender com os erros e descobrir o que se deve fazer para seguir em frente”, disse.

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