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Explicações dos EUA sobre espionagem são falsas, diz ministro

Brasília – O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse hoje (3) que não se sustentam as respostas que os Estados Unidos deram, até o momento, ao Brasil sobre...

Paulo Bernardo (Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 08h58.

Brasília – O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse hoje (3) que não se sustentam as respostas que os Estados Unidos deram, até o momento, ao Brasil sobre as denúncias de espionagem , incluindo de dados pessoais da presidenta da República, Dilma Rousseff, e de assessores diretos.

“Todas as explicações dadas, desde o início desses episódios, revelaram-se falsas, tanto as que recebemos da embaixada norte-americana e que as nossas equipes receberam na visita aos EUA”, disse o ministro.

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Na avaliação de Bernardo, a denúncia de espionagem é um “embaraço que eles [EUA] nos causam, assim como estão causando para outros países, como México, Alemanha, França”. Ele disse também que o governo brasileiro não tem a “ilusão” de achar que os norte-americanos iriam espionar dados nacionais por achar que “tem alguém tramando ataques”.

“Isso é espionagem de caráter comercial, industrial, é interesse [dos EUA] em saber questões sobre o pré-sal e outras de peso econômico e comercial. Portanto, é mais grave do que parecia à primeira vista”, disse, ao participar do lançamento do livro Segredos do Conclave, do jornalista Gerson Camarotti.

Para o ministro, a situação pode ser solucionada de forma diplomática. “O que o governo fez, pedir explicações, é adequado. Nós somos amigos, temos relações diplomáticas há 200 anos, e a diplomacia é o caminho para resolver isso”.

O presidente da República em exercício, Michel Temer, que também esteve no evento, concorda com a avaliação do ministro. “Acredito que em brevíssimo tempo, diplomaticamente, se resolverá essa questão mantendo, em primeiro lugar, a soberania do Estado brasileiro e da figura da presidenta da República.”

Para Temer, a situação pode ser resolvida “a tempo de a presidenta poder ir aos Estados Unidos, se houver essa solução harmonizadora”. A presidenta Dilma Rousseff tem uma visita marcada para os Estados Unidos no dia 23 de outubro, primeira ocasião em que viajará ao país com honras de chefe de Estado. Em meio às denúncias, a presidenta examina a possibilidade de adiar ou até mesmo cancelar a visita. Em entrevista coletiva ontem (2), o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, evitou comentar o tema.

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que o governo já demonstrou repúdio ao caso. Sobre a possibilidade de um cancelamento da viagem da presidenta aos Estados Unidos, a ministra respondeu que "vai ter posicionamento de governo e quem está tratando são os ministérios da Justiça, das Comunicações e das Relações Exteriores”.

O Senado instalou hoje (3) a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigará as denúncias de espionagem. Segundo o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a CPI "tem limitações do ponto de vista de convocações, mas o fundamental é que estas coisas sejam esclarecidas e não se repitam mais".

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