Exame Logo

EUA aprovam regras mais duras para provedores de internet

Visando a neutralidade da rede, reguladores americanos impuseram regras mais duras para provedores de serviços de internet

Internet: aprovação vem após um ano de disputas entre as empresas de telecomunicação e cabo e os defensores da neutralidade na rede (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 16h46.

Washington - Reguladores dos Estados Unidos impuseram regras mais duras para provedores de serviços de internet , visando assegurar o tratamento justo de todo o tráfego da web que passa por suas redes.

A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês) aprovou nesta quinta-feira as regras de "neutralidade na Internet" propostas pelo presidente da comissão, Thom Wheeler, regulando provedoras de banda larga mais estritamente do que no passado e restringindo o poder das empresas de controlar velocidades na Internet, por exemplo dando preferência a companhias que podem pagar mais.

A aprovação vem após um ano de disputas entre as empresas de telecomunicação e cabo e os defensores da neutralidade na rede, que incluem startups de Internet. A disputa levou a FCC a receber um recorde de 4 milhões de comentários e um pedido do presidente norte-americano, Barack Obama, para que a comissão adotasse as regras mais duras possíveis.

A aprovação também inicia uma contagem regressiva para os processos judiciais esperados da indústria, que alega que a regulação vai onerar seus investimentos e sufocar a inovação, potencialmente prejudicando consumidores.

A FCC buscou novas regras de neutralidade na web depois que um tribunal federal rejeitou a versão anterior em janeiro de 2014. A decisão confirmou a autoridade da agência sobre banda larga, mas disse que ela havia regulado provedoras de Internet erroneamente como se fossem similares a uma concessionária de serviços públicos, como de energia ou água, indo contra a classificação oficial das empresas como provedoras de "serviços de informação", que devem ser reguladas de maneira mais frouxa. A nova política da agência reclassifica empresas de banda larga fixa e móvel como "serviços de telecomunicações", que são mais reguladas, como são os serviços tradicionais de telefone.

As provedoras de Internet serão proibidas de deixar lento ou bloquear qualquer tipo de tráfego e de fechar acordos conhecidos como 'priorização paga' com companhias de conteúdo.

Há 25 anos, Tim Berners-Lee divulgava a proposta daquilo que daria origem à rede mundial de computadores. Em comemoração à data, o Pew Research Center (PRC) promoveu uma pesquisa na qual mais de 2.500 especialistas indicaram tendências que devem guiar a rede nos próximos 10 anos. As respostas mais comuns foram reunidas num documento. A seguir, veja o que eles acreditam que deve acontecer com a internet até 2015.
  • 2. A rede invisível

    2 /12(Dado Galdieri/Bloomberg)

  • Veja também

    Para os especialistas entrevistados pelo PRC, a internet vai ficar cada vez mais parecida com a eletricidade - que move o mundo hoje quase sem ser vista. "Não pensaremos em 'ficar online' ou 'olhar na internet' - apenas estaremos online", afirmou Joe Touch, diretor do Instituto de Ciência da University of Southern California.
  • 3. Distâncias menores

    3 /12(Getty Images)

  • Um dos efeitos que deve se intensificar ainda mais com a expansão da internet é a aproximação e a cooperação entre pesssoas de diversas partes do mundo. "Veremos mais amizades, romances, equipes e trabalhos em grupo globais", afirma Bryan Alexander, do Instituto Nacional para Tecnologia na Educação Liberal, dos EUA.

  • 4. Dados para decisão

    4 /12(Creative Commons/Flickr/Suicine)

    Outra tendência que promete se desenvolver nos próximos anos é a coleta ininterrupta de dados que, analisados, podem passar a influenciar mais nas tomadas de decisão. "Nós editaremos nosso comportamento mais rapidamente e inteligentemente", afirmou na pesquisa Patrick Tucker, autor do livro Naked Future.
  • 5. Wearables e saúde

    5 /12(Divulgação)

    Além de influenciar as decisões, a coleta constante de dados por meio de dispositivos online terá outro efeito colateral. Ela permitirá a detecção precoce da propensão a certas doeças. Nesta missão, os gadgets de computação vestível ou wearables (como o Google Glass) terão papel essencial. É esperar para ver.

  • 6. Mais protestos

    6 /12(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

    O que hoje acontece na Ucrânia e na Venezuela será cada vez mais comum. A internet será cada vez mais uma ferramenta de mobilização social. "Podemos esperar mais e mais levantes à medida que as pessoas se tornem mais informadas e aptas a comunicar seus temores", afirmou Rui Correia, diretor da ONG Netday Namibia.
  • 7. Nações online

    7 /12(Aotearoa / Wikimedia Commons)

    Hoje, cyber-conflitos e Estado virtual parecem coisas de ficção científica. Porém, até 2025, fenômenos como esse podem virar realidade graças à internet. "O poder dos estados-nações para controlar todo homem dentro de limites geográficos pode começar a diminuir", afirmou ao PRC David Hughes, um dos pioneiros da internet.
  • 8. Redes menores

    8 /12(ANDRE VALENTIM)

    "Vai haver várias internets", afirmou ao PRC o escritor David Brin. De acordo com ele e outros especialistas, a existência de redes complementares à internet é uma tendência. Segundo o pioneiro da internet Ian Peter, o uso de canais alternativos será necessário por questões de segurança - entre outras razões.
  • 9. Privacidade = luxo

    9 /12(Getty Images)

    "Tudo - rigorosamente tudo - vai estar à venda online", afirmou ao PRC Llewellyn Kriel, editor da TopEditor International Media Services. A consequência disso é um mundo menos seguro, no qual preservar a própria privacidade pode se tornar difícil. Muitos especialistas acreditam que a internet deve seguir esta tendência.

  • 10. Ferramenta valiosa

    10 /12(Divulgação)

    Com o aumento de sua importância, a tendência é que a internet se torne cada vez mais visada por governos e empresas. "Governos vão se tornar muito mais efetivos no uso da internet como instrumento de controle político e social", afirma Paul Babbitt, professor associado da Southern Arkansas University.
  • 11. Educação

    11 /12(Mohammed Abed/AFP)

    O acesso universal ao conhecimento será o maior impacto da internet. Essa é a opinião de Hal Varian, economista que trabalha no Google. "A pessoa mais inteligente do mundo hoje pode estar atrás de um arado na Índia ou na China", afirmou ele. No futuro, esta pessoa estará conectada.
  • 12. Agora, veja o que acontece ainda em 2014

    12 /12(Getty Images)

  • Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)InternetPaíses ricos

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Tecnologia

    Mais na Exame