Escritórios da Cambridge Analytica são revistados por sete horas
Imprensa revelou que Cambridge Analytica desenhou um software para filtrar os dados de 50 milhões de usuários do Facebook
EFE
Publicado em 24 de março de 2018 às 10h11.
Última atualização em 24 de março de 2018 às 10h12.
Londres - Investigadores do Escritório do Comissário de Informação Britânica (ICO, em inglês) revistaram durante sete horas os escritórios em Londres da empresa de consultoria Cambridge Analytica (CA), segundo afirmou neste sábado um porta-voz.
Menos de uma hora depois de um juiz do Superior Tribunal do Reino Unido aprovar ontem o pedido de revista, funcionários do ICO entraram nas instalações, onde permaneceram até as três da manhã, acrescentou o porta-voz.
"Agora necessitamos avaliar as provas requestadas antes de decidir os próximos passos e chegar a alguma conclusão", indicou.
Diversos veículos de imprensa revelaram que Cambridge Analytica desenhou um software para filtrar os dados de 50 milhões de usuários da rede social Facebook e utilizá-los para impulsionar a campanha eleitoral do presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump.
A responsável da organização que vela pela proteção de dados no Reino Unido, Elizabeth Denham, disse nesta semana que quer analisar o modo no qual a Cambridge Analytica e sua companhia matriz, SCL Group, administraram a informação sobre usuários obtidas da rede social.
Por sua vez, CA negou que tenha atuado de forma ilícita e afastou de forma temporária seu máximo executivo, Alexander Nix, que apareceu em imagens gravadas com uma câmera escondida nas quais expunha diversos modos nos quais era possível extorquir candidatos políticos para influenciar em campanhas eleitorais.
Tanto Nix como o fundador da rede social Facebook , Mark Zuckerberg, foram citado para prestar depoimento perante o Comitê de Assuntos Digitais, Cultura, Meios de comunicação e Esportes da Câmara dos Comuns.
Uma antiga trabalhadora da Cambridge Analytica, Brittany Kaiser, revelou ontem em entrevista ao "The Guardian" que a empresa manteve contatos com a campanha favorável ao "brexit", respaldada pelo empresário britânico Arron Banks, doador do eurófobo Partido pela Independência do Reino Unido (UKIP). EFE