Entenda o papel do Google na Black Friday Brasil
Gigante das buscas funciona como um índice de compra na data
Lucas Agrela
Publicado em 25 de novembro de 2016 às 05h55.
Última atualização em 25 de novembro de 2016 às 10h23.
São Paulo – Quando pensamos em Black Friday , são as lojas online que vêm à nossa mente em primeiro lugar. Essa é uma característica do Brasil, já que a data acontece em meio a um feriado nos Estados Unidos , portanto, lojas físicas têm maior participação no evento. Nesse cenário, o Google tem um papel importante no nosso país: ajudar e-commerces com dados de pesquisas e até mesmo alertá-los quando um site está para sair do ar por causa do volume de acessos.
Durante a Black Friday no Brasil, o consumidor realiza diversas pesquisas em comparadores de preços, como o Zoom e o Buscapé. Lá, os eletrônicos são os produtos que lideram o interesse dos internautas. Isso também se repete nas buscas do Google. De acordo com a empresa, smartphones, televisões, eletrodomésticos e notebooks são as categorias mais procuradas na véspera do dia dos descontos.
Na tarde de ontem, o celular mais buscado era o Galaxy A3, da Samsung, um produto que alia câmeras razoáveis, performance suficiente para o dia a dia e preço competitivo (na faixa dos 1.100 reais). As buscas por preços cresceram. O Google informa que houve um aumento de 65% nas pesquisas relacionadas à data de descontos.
O trabalho no Google durante a Black Friday é intenso. No escritório da companhia em São Paulo, equipes de vendas e de tecnologia vão virar a noite de quinta para sexta. O objetivo é fornecer dados para parceiros que anunciam produtos no AdWords, plataforma de publicidade de produtos da empresa, bem como nos canais nos quais a receita do clique vai integralmente para o próprio gigante das buscas, que são, por exemplo, YouTube e Google Shopping.
Na empresa, os funcionários trabalham com painéis que mostram em tempo real os termos mais pesquisados no buscador, que é o mais utilizado no Brasil. De hora em hora, relatórios com essas informações são gerados e compartilhados com as varejistas online parceiras.
"Vamos munindo os varejistas com essas informações para que eles tenham os produtos mais desejados à disposição para a compra", afirmou Claudia Sciama, diretora de varejo do Google Brasil, em entrevista a EXAME.com.
"Quando começou a Black Friday ficou com uma reputação um pouco ruim porque os varejistas não souberam trabalhar bem com a data. Eles colocavam alguns produtos com descontos, mas não comunicavam isso direito para o consumidor. Agora, a seleção de itens está mais dedicada àquilo que o consumidor realmente quer comprar", complementa Sciama.
O planejamento do Google para a Black Friday começou em julho deste ano. São duas etapas principais no trabalho da empresa no evento: oferecer uma plataforma que ofereça dados em tempo real sobre acessos a páginas de produtos e anúncios do AdWords e acompanhar tudo que acontece ao longo do dia de descontos, com o objetivo de identificar as intensões de compras.
"Como nas eleições, há muitas pesquisas prévias, mas é no próprio dia que veremos o que realmente vai acontecer", disse Fernando Rubbo, engenheiro de soluções de anúncios do Google Brasil.
Apesar das altas expectativas do Google para a venda de eletrônicos, a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) realizou um estudo cujo resultado é que apenas 14% das fabricantes de bens de consumo eletroeletrônicos esperam crescimento nas vendas na Black Friday e no natal em relação ao ano passado. No levantamento, a maior parte das entrevistadas (57%) aguarda estabilidade e 29% projetam queda.
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